quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Discurso de agradecimento




Ao receber o Título de Cidadão Honorário do Município de Cedro, em solenidade da Câmara de Vereadores, que ocorreu no Auditório do Instituto Federal de Educação, em Cedro, pronunciei o discurso que transcrevo abaixo:

Depois de quase um decênio de ausência, retorno a Cedro em momento particularmente gratificante para mim, quando, sob o pálio desta Casa Legislativa, santuário da democracia representativa do Poder Local, tenho a honra de receber esta distinta homenagem que dignifica qualquer pessoa que ama a terra que o acolheu desde tenra idade.
Para mim esta honraria constitui motivo de orgulho que enseja gratidão plena. Não aquele orgulho próprio dos jactanciosos onde a pretensão da honra eleva-se acima do merecimento. Ao contrário, nutre-me nesta hora aquele orgulho ditado pela certeza de que pouco me fiz merecedor de tão grata homenagem e se ora me é concedida, é justo em razão da bondade dos ilustres vereadores, em extensão meus companheiros de labuta política cotidiana, artesãos do servir.
Com efeito, a Arte Política nada mais é do que o exercício diário do serviço à coletividade, que os senhores e senhoras que integram esta Casa e ilustram a história do povo cedrense, conhecem em profundidade e a exercem com maestria. E quem por desvios de conduta ou de personalidade não age dentro dos parâmetros ético-filosóficos da Ciência Política certamente não está a exercitar a Política enquanto governo da Pólis, da cidade, como nos legou o ensinamento grego, qual seja o de que a Política deve constituir, sobretudo e necessariamente, a busca de mecanismos e procedimentos institucionais que visem tão-somente o bem-estar da sociedade.
Assiste, pois, inteira razão ao maior de todos os nossos políticos em todos os tempos, Rui Barbosa. Em discurso pronunciado no Senado Federal, em 1910, o inexcedível tribuno discorreu com precisão cirúrgica sobre a Alta e a baixa Política. Assim ele se expressou:
“A Política afina o espírito humano, educa os povos no conhecimento de si mesmos, desenvolve nos indivíduos a atividade, a coragem, a nobreza, a previsão, a energia, cria, apura, eleva o merecimento.
Não é esse jogo da intriga, da inveja e da incapacidade, a que entre nós se deu a alcunha de politicagem. Esta palavra não traduz ainda todo o desprezo do objeto significado. Não há dúvida que rima bem com criadagem e parolagem, afilhadagem e ladroagem. Mas não tem o mesmo vigor de expressão que os seus consoantes. Quem lhe dará com o batismo adequado? Politiquismo? Politicaria? Politicalha? Neste último, sim, o sufixo pejorativo queima como um ferrete, e desperta ao ouvido uma consonância elucidativa.
Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuamente.
A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. Constitui a Política uma função, ou o conjunto das funções do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A Política é a higiene dos países moralmente sadios; a politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada.”
A tradição política de Cedro é respeitável e insere-se nos parâmetros da Alta Política. Disto temos exemplos notórios em que ao longo de nossa história pontificaram nomes que exerceram seu mister político com descortino, com diplomacia e, sobretudo, com a disposição para o diálogo, para o consenso, para a união e convergência de ações que buscam o bem comum, os elevados interesses da coletividade.
Na história política de Cedro não houve, não há e jamais devemos permitir que haja lugar para os individualismos estéreis ou as arrogâncias que dividem. E se houver paixões, natural sentimento que aflora nos momentos de embates políticos, que sejam efêmeros, passageiros como as nuvens dos nossos céus nas noites de verão.
Entre homens de boa vontade, passadas as refregas eleitorais, assentada a poeira dos palanques, acalmados os mares revoltos das disputas, retornam todos à placidez do diálogo perene e produtivo, sempre tendo como objetivo essencial o bem maior da coletividade. Isto é o que caracteriza o exercício desta Arte maravilhosa que também é Ciência, a Política.
As observações que faço, não as faço em tom professoral, porque sou apenas um eterno estudante. É que em face das obrigações profissionais como Assessor Parlamentar na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará eu me esforço para praticar a Alta Política no dia-a-dia da minha atividade, mesmo reconhecendo os inúmeros óbices que temos para arrostar ao longo da caminhada. Tendo exercido o cargo de vereador, também sou conhecedor de que todos e cada um dos que se assentam nesta Casa Legislativa, bem como em todas casas legislativas deste país, esforçam-se à saciedade para atender a contento os reclamos e demandas da sociedade.
Este exercício cotidiano é que me fez ser radicalmente defensor da adoção do sistema parlamentarista de governo no Brasil, porque entendo ser o sistema presidencialista um dos males que nos foi imposto pela República copiada dos moldes norte-americanos, onde o poder executivo em todas as instâncias tem a força das monarquias absolutistas. Basta lembrarmos que todas as nações modernas do mundo são parlamentaristas; os EUA são a única nação que se tornou potência e que adota o sistema presidencialista de governo, o que se caracteriza como uma exceção e não como regra.
Por final, uma palavra de gratidão.
A Deus, por me haver trazido dos adustos sertões da Mombaça e ter feito de Cedro meu aconchego e abrigo; partidário do pensamento pascaliano e jansenista, creio firmemente nos desígnios fatalistas e insondáveis do Criador;
A todos quantos ao longo de minha infância e juventude deram-me apoio decisivo para que pudesse sedimentar em bases sólidas a formação do caráter, arrimado em esteios morais, espirituais e intelectuais da melhor estirpe;
Ao povo cedrense que sempre teve para comigo o sorriso largo, o abraço afetuoso, o gesto amigo e fraterno;
Meu agradecimento especial à ilustre Vereadora Ana Nilma, autora da proposição que me concedeu esta honraria, em nome de quem apresento minha sincera gratidão a todos os seus pares nesta Casa.
Enfim, honrado e gratificado, reafirmo neste instante solene a disposição de cerrar fileiras com todos os senhores e senhoras, representantes fidedignos do povo cedrense, nesta luta ingente, mas reconfortante, em busca de desenvolvimento e grandeza para esta terra que tanto amo.
Muito obrigado.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Título de Cidadão Honorário do Município de Cedro







No último dia 20, em solenidade presidida pelo Vereador Maurício Sabino, presidente da Câmara Municipal de Cedro, tive a honra de receber o Título de Cidadão Honorário do Município de Cedro. A honraria me foi concedida através de projeto de lei apresentado pela Vereadora Ana Nilma Freitas e aprovada por unanimidade de seus pares.

Cheguei a Cedro em 1962, aos cinco anos de idade. Naquela terra que me acolheu como filho, passei minha infância e adolescência. Casei em primeiras núpcias com uma cedrense. Desde tenra idade iniciei-me na Política, a partir dos embates estudantis e participei de vários momentos importantes da cidade, cujo povo me é muito caro. Em Cedro fiz grandes amizades que as conservo até hoje. Do mais humilde trabalhador cedrense à mais preeminente figura do município, todos os cedrenses,enfim, sempre tiveram para comigo o sorriso afetuoso, gesto amigo e o abraço fraterno.

A todos os cedrenses o meu muito obrigado e o compromisso imorredouro de continuar defendendo tanto quanto minhas forças permitirem, os legítimos interesses do povo cedrense.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Leandro e o reaproveitamento de temas no Cordel






Arievaldo Viana

O poeta Leandro Gomes de Barros, considerado o pioneiro na publicação de folhetos rimados aqui no Brasil, aproveitou-se de muitos temas correntes, alguns deles seculares, geralmente compostos em quadras, que circulavam de forma manuscrita pelo Nordeste, para deleite dos folcloristas da época, que raramente se preocupavam em apurar sua origem para saber a autoria. Um caso evidente dessa afirmativa é o folheto “O soldado Jogador” que já existia em quadras com o título de “Obra de Ricarte”.
No livro “Cancioneiro do Norte”, do folclorista paraibano Rodrigues de Carvalho (1867 - 1935) aparece uma versão em quadras da história do Soldado Jogador intitulada “Obra de Ricarte” (do arquivo de João Carneiro Monteiro) que, seguramente foi escrita quando Dom Pedro I ainda reinava no Brasil e seu irmão D. Miguel reinava em Portugal, após usurpar o trono de sua sobrinha Maria da Glória. Esse livro é possivelmente a primeira obra sobre folclore brasileiro impresso fora do Rio de Janeiro (foi ao prelo em 1903, na Typografia Minerva, em Fortaleza-CE). Referido poema é composto de 65 quadras e apresenta evidência dessa afirmativa na estrofe de número 55:

“Se pego num Rei de Paus
Me aparecem dois reis,
D. Pedro, rei do Brasil
D. Miguel, rei Português.”

A versão do Soldado Jogador, escrita por Leandro data das primeiras década do século XX. O exemplar mais antigo que se encontra preservado apresenta o seguinte endereço: Rua do Motocolombó, 28, Bairro de Afogados, Recife-PE. Até 1906 Leandro residia em Jaboatão. A partir deste ano fixa moradia no Recife, inicialmente no Beco do Sousa, mudando-se posteriormente para a rua que aparece na capa desta publicação. O folheto de 16 páginas, foi impresso na Tipografia Mendes, Rua das Laranjeiras e dele existe cópia preservada no acervo da Casa de Rui Barbosa. Isto significa dizer que Leandro transpôs para as sextilhas e atualizou uma obra que já deveria ter mais de setenta anos de existência. É lógico que a versão de Leandro é muito mais rica e interessante. Ele só aproveitou o tema e deu o seu toque pessoal. O mesmo aconteceu com a “Cantiga do Vilela” que também foi recriada a partir de quadras por Chagas Batista e, possivelmente, também por Leandro. É que a versão que chegou aos nossos dias continua sendo atribuída a João Martins de Athayde, embora existam controvérsias.
É possível que a versão em quadras nunca tenha sido publicada em folheto, dela circulando apenas cópias manuscritas como esta que pertencia ao acervo de João Carneiro Monteiro e foi gentilmente cedida a Rodrigues de Carvalho, para enfeixá-la no seu “Cancioneiro do Norte”. É uma pena que o jovem folclorista (estava com 36 anos no ano de lançamento de sua obra) não tenha feito qualquer comentário a essa obra-prima da pré-história da Literatura de Cordel no Brasil. Vejamos como começa a versão em quadras:

“Havia um soldado em França
Chamado ele Ricarte,
Que vivia no baralho,
Nele achava a melhor arte.

Chamava o sargento à igreja
Para a missa vir ouvir;
Ele pegava no baralho
E se punha a divertir.”

Versão de Leandro, em sextilhas, extraída do folheto acima mencionado, impresso na Typografia Mendes:

“Era um soldado francês
Que se chamava Ricarte
Jogador de profissão
E nunca foi numa parte
Que não trouxesse no bolço (sic)
O resultado da arte.

Os franceses nesse tempo
Tinham por obrigação,
O militar, o civil,
Seguir a religião
O papa deitava (sic) a lei
Botava em circulação.”

Nesta mesma obra de Rodrigues Carvalho, encontramos outra variante do poema, com apenas 19 quadras, recolhida no Ceará, intitulada “O Baralho”. Como se vê, o reaproveitamento de temas, ainda hoje freqüente na poesia popular é um costume que vem desde os primórdios da chamada Literatura de Cordel.
Veja também em http://fotolog.terra.com.br/acorda_cordel:191

O Recife nos tempos de Leandro Gomes de Barros









Arievaldo Viana

Até 1906, o poeta Leandro Gomes de Barros residiu na rua da Colônia em Jaboatão, conforme atestam os seus folhetos desse período. No ano seguinte muda-se com a família para o Recife e passa e residir inicialmente no Beco do Souza, nº 3, o primeiro de muitos endereços que teria na capital pernambucana. Ao que tudo indica, o poeta sempre morou em casas alugadas, daí a constante mudança de endereços. Aos 4 de novembro de 1908 Leandro lança o folheto “O Recife”, (Typ. do Jornal de Recife), onde faz uma descrição minuciosa da cidade que o acolheu. O texto demonstra uma apurada pesquisa de alguém que já estava habituado com o dia-a-dia da capital pernambucano há mais de 20 anos, pois era ali que imprimia suas obras desde o longínquo ano de 1889, ano em que iniciou suas atividades como poeta-editor e folheteiro. Dá notícia das linhas ferroviárias onde revendia seus folhetos e fala das principais linhas de bonde dizendo o percurso das mesmas e a cor da tabuleta de identificação de cada veículo:
“Agora o leitor querendo
Uma viagem asseada,
Tomemos ali um bonde
Da tabuleta encarnada,
Vamos até Madalena
Localidade Falada.

Ou tomemos o que tem
Tabuleta amarelaça,
Que é Fernandes Vieira
Este vai até a Graça
Aí a linha termina
Até agora não passa.

O da tabuleta branca
Vai a Estação Central,
Também tem branca o que vai
Do Brum para o hospital,
A de Afogados é verde
De Caxias e de Herval.

Segundo informa Eustórgio Vanderley, Leandro também revendia os seus folhetos no interior dos trens que saiam da Estação do Largo de Cinco Pontas. Leandro descreve essas linhas numa estrofe magristral:

Temos três trens muito extensos
Que seguem da capital
Um segue para Alagoas,
E outro para Natal
Termina a linha em Pesqueira
Outro que sai da Central.

Neste mesmo folheto, Leandro informa que, por essa época, haviam 15 tipografias no Recife, estabelecimentos vitais para o exercício de sua atividade de poeta-editor e folheteiro, uma vez que utilizou-se do serviço de várias delas:
Tem quinze tipografias
Aqui nesta capital,
Tem o Jornal do Recife,
A imprensa Industrial
Leão do Norte, A Província,
Correio e Pequeno Jornal.

Nessa época o poeta ainda não havia adquirido seu pequeno prelo manual que deu origem À Tipografia Perseverança, que funcionava na Rua do Alecrim 38-E, em Recife. Esse prelo foi vendido a Francisco das Chagas Batista. Segundo a pesquisadora Ruth Brito Lêmos Terra, Leandro queria iniciar os filhos pequenos no ofício de tipógrafo, mas eles "brincavam mais do que trabalhavam".

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ronda da Ilusão acaba cantoria

Na última sexta-feira, 09 de outubro, cantadores quase levavam uma peia na Vila Pery. O caso eu conto como o caso foi, como diria o comunista Paulo Cavalcante. Três cantadores, os poetas Francimar de Brito, Zé Eufrásio e Charles Gomes, se apresentavam numa residência daquele bairro. Com um modestíssimo equipamento de som (já por temerem represálias) os poetas se apresentavam brilhantemente, atendendo os pedidos e motes de pelo menos umas cinquenta pessoas que moram nas imediações quando foram bruscamente interrompidos por uma viatura do Ronda do Quarteirão.
Quando alguém da platéia lembrou que aquilo era um evento cultural e que a cultura merecia ser valorizada pelo poder público, o sargento responsável pela diligência avançou aos berros dizendo impropérios e ameaçando prender os cantadores e toda a platéia presente. Não se sabe quantas viagens seriam necessárias para levar todos os presentes à delegacia. Felizmente, os ânimos foram acalmados porque o dono da casa pediu aos convidados para se manterem calados, sem contestar o abuso de autoridade do policial.
Uma afronta, um abuso que a CULTURA POPULAR continua sofrendo em pleno século XXI. Enquanto isso a "Nação Forrozeira/Raparigueira" continua abusando da lei do silêncio, colocando suas músicas de mal gosto altas horas da madrugada sem sofrer qualquer incômodo por parte da política.
Ou seja, pelo visto, na Vila Pery, a ordem é prender cantador e deixar o bandido a solta.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Autorretrato







"Ele é feio para caramba, mais feio na alma do que no rosto. Ele tem uma truculência ao se relacionar com seus adversários."

"A conduta dele é feia, de não enfrentar adversário com linguagem civilizada."

Diz o rifão popular: o gato do que usa disto cuida. Ciro ao falar do adversário, Zé Serra, parece estar fazendo um autorretrato.

A "mesmície" de Ciro Gomes

"Vou ajudar, com minha experiência, a mobilizar as forças de SP, cansadas da mesmície e fazer uma proposta nova". A frase é do pseudo-presidenciável Ciro Gomes que sempre tropeça na língua. Foi recolhida no seu twitter em 12.10.2009, às 22 horas. Possivelmente ele não saiba mesmo que MESMICE não se escreve MESMÍCIE.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Na confortável gaiola governista







O Deputado João Jaime é o líder do PSDB na Assembléia Legislativa do Ceará e homem de confiança do Senador Tasso Jereissati, o tuxaua tucano na Terra de Iracema. Quando JJ fala expressa o pensamento da bancada parlamentar e dificilmente não seria ventríloquo de Jereissati. Então, Roberto Pessoa pode engavetar a idéia de incluir o PSDB numa aliança de partidos que enfrentariam a candidatura de Cid Gomes nas próximas eleições. É improvável que os tucanos levantem vôo para fora da gaiola onde sempre estiveram: a confortável gaiola da situação. A história política recente tem provado à saciedade que o bico dos tucanos cearenses não passa de bico de colibri.

domingo, 11 de outubro de 2009

Santo do dia


Santo Alexandre Sauli nasceu em Milão no ano de 1530. Desde a infância foi cumulado com as mais abundantes bênçãos do céu. Consagrou-se sem reserva ao serviço de Deus na Congregação dos Barnabitas. Entregou-se com zelo ao ministério da Palavra e da Reconciliação, mortificando o corpo com a fadiga dos trabalhos e vigílias; e nem o cargo de professor de Filosofia e Teologia na Universidade de Pavia, fez Alexandre abandonar o ministério da Palavra e do Confessionário. Comunidades inteiras se colocaram sob a sua direção espiritual para aprender de tão abalizado mestre os meios para chegar à perfeição.
Ainda não tinha 32 anos quando foi eleito Superior Geral da Ordem. A capacidade com que desempenhou este cargo deu novo esplendor ao Instituto. Foi nomeado Bispo da Igreja de Aléria, na Ilha de Córsega, em 1570 pelo Papa Pio V.
O novo Bispo, apenas sagrado por São Carlos Borromeo, partiu com três padres da sua Ordem para o rebanho que o Senhor lhe confiara. Chegando em Aléria, encontrou nesta diocese inúmeras dificuldades: por toda a parte teve de cortar abusos, abolir costumes escandalosos, fundar igrejas e levantar as que estavam em ruínas, e prover à decência do culto. Necessitou de estabelecer colégios e fundar seminários onde se pudesse formar a juventude. Seus constantes trabalhos não lhe impediam os jejuns contínuos e a rigorosa abstinência. Apesar de seus poucos rendimentos, o santo Bispo não deixava de dar esmolas abundantes.
A veneração em que era tido o santo apóstolo de Córsega, levou as cidades de Trotona e de Gênova a pedi-lo para seu pastor, mas ele de modo nenhum queria deixar a sua primeira diocese, à qual tinha profunda afeição. No entanto, em 1591, teve de obedecer às ordens do Papa Gregório XIV, que o nomeou Bispo de Pavia. Uma vez ali, Santo Alexandre empreendeu logo a visita da sua nova diocese.
Contudo, Santo Alexandre adoeceu gravemente vindo a falecer a 11 de outubro de 1592. Atestaram a sua santidade diferentes milagres. Foi beatificado em 1741 pelo Papa Bento XIV e canonizado em 1904 por São Pio X.

Morre a Dra. Encouraçado Potemkin

Lá pelo fim dos anos 60, Erica Bayer in Roth ganhou do diretor da penitenciária Lemos de Brito, onde trabalhava no Rio, o apelido de Doutora Encouraçado Potemkin, em alusão ao filme de Sergei Eisenstein sobre uma revolta de marinheiros.
Desde 1967, ela era assistente social no local e atendia a 900 pessoas. Graças a ela, os presos passaram a receber visitas de suas mulheres. Em 1969, houve fuga, e ela, pela influência que tinha, acabou sendo acusada de participação e presa por três semanas.
Alguns eram presos políticos, mas ela não era ligada a partidos. "O que ela perseguia era a dignidade humana", conta a amiga e professora da Escola de Museologia da UniRio Ana Lúcia de Castro.
O episódio dos presos não havia sido o primeiro em que ganhara um apelido e vira uma revolta. Trabalhara antes na Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais, onde montou um departamento jurídico e uma escola.
Por isso, foi chamada de Madrinha dos Marinheiros do Brasil. Com um revolta de oficiais em 1963, teve de se afastar do cargo, por temerem sua segurança.
Formada em física e nascida na Hungria, Erica veio ao país em 1940, fugindo do nazismo. Aqui, seu diploma não foi reconhecido e ela se tornou assistente social. Apesar das agitações dos anos 60, ela se manteve firme na profissão, tanto que, aos 82 anos, formou-se em psicanálise.
Em Teresópolis (RJ), vivia sozinha e era voluntária da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso até terça, quando morreu aos 92, de infarto. Deixa filha, netos e bisnetos. (Folha de São Paulo)

Metódica descontinuidade

Rubens Ricupero

Isolada do resto do governo, a recente deriva da política externa não parece fazer muito sentido. Por que afagar o Irã e hostilizar a Colômbia? Por que tentar constranger Obama como réu em encontro da Unasul e armar o circo da embaixada em Honduras?
As fichas começam a cair quando se constata que, de oito meses para cá, o governo se empenha em sistemática afirmação de uma identidade própria. Ficaram para trás os incertos tempos do começo do primeiro mandato. Mesmo a contragosto, o presidente tinha então de resignar-se aos elogios ambíguos de que só acertava porque dava continuidade à obra do antecessor.
Forte agora de popularidade inabalável, inebriado pelo êxito contra a recessão e pelo aplauso internacional, Lula vê chegada a hora de imprimir à sua herança marca pessoal inconfundível. Se a privatização se tornou a ideia-força de Fernando Henrique Cardoso, o retorno do Estado e a criação de estatal para o pré-sal darão o tom do governo atual.
O pré-sal e a crise financeira fornecem as duas oportunidades para justificar a descontinuidade em relação ao período anterior. O primeiro permite revogar toda a política de concessões, leilões e reforma da Petrobras. De sobra, promete recursos para viabilizar o fator previdenciário, a consolidação dos programas sociais contra retrocessos, a redução da semana de trabalho.
A crise fez do pecado de gastar uma virtude redentora. Legitima arquivar em definitivo a receita vinda de Palocci e Delfim para aumentar o superavit primário até zerar o deficit nominal. A nova política econômica, que mercados financeiros e agências de risco confundem com a antiga, consiste no crescimento puxado pelas despesas do governo e pelo consumo de massa.
Até os leilões de rodovias federais, que serviram para projetar a candidata oficial, tornaram-se vítimas do temor da detestada privatização. As Parcerias Público-Privadas, de que se falou tanto, foram juntar-se ao Fome Zero, ao Primeiro Emprego, ao etanol talvez, no cemitério dos slogans abandonados. Os heróis do agronegócio terão de exercitar o heroísmo cumprindo os índices de produtividade desejados pelo MST.
Fiquemos por aqui. A cara definitiva da era Lula não é a dos amargos cortes da gestão Palocci. O presidente se sente bem mais à vontade banhado no suculento caldo de benesses que lhe assegure, como admite, um lugar ao lado de Vargas no panteão dos benfeitores.
Para isso, já reconstituiu a velha e provada aliança das massas urbanas com as chefias tradicionais, do PT-PTB com o PMDB-PSD. Afinal, basta deslocar umas poucas letras... Não se trata apenas do desejo de emancipação da tutela do passado governo, do anseio da glória própria.
Como preparar melhor a iminente campanha sucessória do que oferecendo ao eleitor a possibilidade de uma escolha nítida entre dois projetos de país? Se a oposição não quiser se associar ao do passado recente, terá de construir uma visão de futuro com apelo para neutralizar a formidável multidão dos pequenos e grandes que dependem não do setor produtivo privado, mas das transferências e rendas do Estado.
A diplomacia é um dos elementos que se encaixam nesse conjunto. Para quem acha que algumas dessas mudanças não fazem sentido, é bom lembrar a reação de Polônio ao desvario de Hamlet: embora seja loucura, existe nela boa dose de método.

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RUBENS RICUPERO , 72, diretor da Faculdade de Economia da Faap e do Instituto Fernand Braudel de São Paulo, foi secretário-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) e ministro da Fazenda (governo Itamar Franco). Escreve quinzenalmente, aos domingos, no Jornal Folha de São Paulo.

A grande obra de Ciro Gomes









Depois de muito matutar, esquentar o juízo e queimar as pestanas pesquisando em alfarrábios e outros meios escritos e informatizados, só descobri uma obra de relevo feita pelo Deputado Ciro Gomes, o Barão de Pindamonhangaba, aquele que eleito com mais de 600 mil votos para representar o Ceará na Câmara dos Deputados, lá não pisa, já declarou a inapetência para o Parlamento brasileiro e transferiu o título para sua terra natal, São Paulo.

Aconselho ao nobre pindamonhangabense - ufa! - que na próxima se candidate pela China. Lugarzinho apropriado para quem tem mania de grandeza.

Mas, como toda regra tem sua exceção, e para não ser injusto, a única obra que Ciro fez é de primeiríssima qualidade e atende pelo nome de Lívia Gomes. Vejam se não estou falando a verdade?!

A grande farsa

Não adianta tentar querer melhorar o discurso de Ciro Gomes. A inteligência dele está na língua. Não tem verbo para aprofundar questões; só verborragia para agressões. No máximo vender ilusões. É mestre em desqualificar o adversário; frágilíssimo para contraditar substanciosamente opiniões adversas ao que propõe.
Enfim, Ciro Gomes é uma farsa.

Veja mais sobre Ciro e sucessão presidencial em
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1110200903.htm

Livros devolvidos

Dois livros do século XVI, que um soldado americano levou da Alemanha no final da Segunda Guerra Mundial, foram restituídos a Berlim pelo National Archives de Washington.
A epopeia rocambolesca das duas obras, uma de 1573 e outra de 1593, começa no fim da Segunda Guerra Mundial. Enquanto a Alemanha nazista caía, as autoridades planejavam trasladar milhares de livros valiosos e outros objetos para uma mina de sal em Hesse para protegê-los.
Em abril de 1945, o tenente americano Robert E. Thomas encontra as duas obras na mina e decide se apropriar delas como ``recordação``.
O livro mais antigo se refere aos estatutos da Prússia. O outro é um comentário, em latim sobre direito romano.
O ex-militar guardou os dois livros durante mais de 60 anos em um local protegido de sua casa.Um dos livros será enviado para o museu da diocese de Paderborn, e o outro para a biblioteca da Universidade de Bonn, seus donos legítimos antes da guerra.(O POVO)

Mal de família

















A beldade da foto é Lívia Gomes, filha de Ciro Gomes. Em entrevista à revista masculina TRIP, em 2006, a garota assumiu-se PhD em matéria de preguiça. Nem exercícios físicos faz. Só "levantamento de cheeseburger".
A declaração explicita um problema de família.
O Deputado Federal Ciro Gomes não é dado ao trabalho. Eleito com a estupenda votação de mais de 600 mil votos, o parlamentar configura uma evidente decepção. Ocupa lugar de destaque entre os absenteístas da Câmara dos Deputados e a produção legislativa é praticamente zero. Aliás, em termos de qualidade é zero mesmo. É só ver o site da Câmara para constatar a afirmação.

E ainda tem quem acredite no papo-furado de gente igual a ele, que só tem palavras para cobrar moralidade pública. Dos outros.

O misterioso livro de Jung


O misterioso ``Livro Vermelho``, do suíço Carl Jung (1875-1961), considerado uma das obras inéditas mais importantes da história da psicologia e conhecido apenas por alguns poucos amigos do psicólogo, foi exibido na quarta-feira (7) pela primeira vez em Nova York.
O livro escrito entre 1914 e 1930, considerado a principal fonte da obra de Jung, ficará em exibição até 25 de janeiro no Museu Rubin de Nova York, no bairro Chelsea, e especializado em artes do Himalaia.
O ``Livro Vermelho``, como era chamado pelo autor, consiste em uma viagem exploratória pelo inconsciente e nunca havia sido divulgado ao público fora do círculo de amigos a Jung.
No formato ofício com uma capa de couro vermelha, a obra, que tem como verdadeiro título -Liber Novus- (Livro Novo), tem 205 páginas escritas a mão por Jung e várias ilustrações que lembram os manuscritos com iluminuras medievais.
A exibição do livro coincide com a publicação em edição fac-símile bilíngue com tradução para o inglês pela editora W.W.Norton & Company.
Depois da morte de Jung, em 1961, o volume permaneceu em mãos de seus familiares, que se negaram a autorizar sua publicação e, inclusive, permitir o acesso a estudiosos, antes de finalmente concordar com sua divulgação.
Todos os psicólogos do mundo conheciam a existência desta obra do discípulo - e logo maior rival - de Sigmund Freud, mas apenas algumas pessoas tinha conseguido ter acesso a seu conteúdo.
O livro é produto de um método introspectivo desenvolvido por Jung e conhecido como ``imaginação ativa``. O autor reproduz o resultado da exploração interior mediante palavras e ilustrações.
Muitos dos desenhos pintados por Jung são figuras mitológicas e mandalas, ou seja, diagramas simbólicos circulares utilizados pelo hinduismo e budismo.
A partir do ``Livro Vermelho``, que, após amorte de Jung passou boa parte fechado num banco suíço, Jung desenvolveu a teoria dos arquétipos e do inconsciente coletivo.
Na exposição, o visitante vê como Jung traduziu sonhos e fantasias em símbolos e formas gráficas contemporâneas, incluindo os diagramas circulares tibetanos.(Jornal O POVO)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sereno, mas não convincente


Ontem o Dr. Roberto Monteiro, Mr. Butterfly, Secretário de Segurança do Ceará, compareceu a uma audiência na Assembléia Legislativa, sem a sua indefectível gravatinha borboleta. Monteiro foi colocado em frente dos seus críticos, os quais despejaram todas as mazelas das Polícias em seu colo. Sereno e bem disposto, o secretário respondeu uma a uma as indagações e críticas dos sindicalistas e policiais militares insatisfeitos com os (des)caminhos da segurança pública em nosso Estado. O secretário pareceu-me um homem de bem; o governo a que ele serve, nem tanto. Enquanto governo, a fala do secretário não convenceu, até porque ficou nítida a contradição entre a fala do cidadão Roberto Monteiro e a do secretário de Estado.

A marolinha e as dentadas do leão

A crise econômica que afetou as grandes potências do mundo, no Brasil, disse o presidente Lula,é só uma marolinha. Escamoteou-se muitos dados e informações. Agora começa a ressaca. O governo não devolve aos contruintes aquilo que já lhes surrupiou através das dentadas do Leão. A devolução do Imposto de Renda será adiada sine die. A marolinha parece que faz parte do mar de lama em que se trasnsformou o lulo-petismo.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Com a bola toda

O Senhor Cláudio Pessoa, Prefeito de Canindé, está com a bola toda. Ao discursar no encerramento das festividades de comemoração dos 800 anos da conversão de São Francisco, agradeceu:

- Em nome do povo de Canindé, em nome dos padres e em nome de São Francisco eu agradeço a presença de todos...

O home deve ter dado pelo menos uma ligadinha para o santo pedindo para representá-lo nos sertões de Canindé.

Senado aprova acordo com a Igreja Católica

Texto estabelece as bases para o relacionamento entre a instituição e o Estado brasileiro e trata de temas como ensino religioso público

Acordo internacional entre o Planalto e o Vaticano foi assinado em novembro do ano passado, mas enfrentou resistência dos evangélicos

O Senado aprovou ontem projeto sobre o estatuto jurídico da Igreja Católica no país. A decisão é fruto de um acordo assinado entre o Brasil e a Santa Sé em novembro de 2008.
O projeto de decreto legislativo define as bases para o relacionamento entre a Igreja Católica e o Estado. Com 20 artigos, entra em vigor logo que for promulgado pelos presidentes da Câmara e do Senado. O Vaticano já fechou este tipo de acordo com mais de 170 países.
O documento levou mais de um ano para ser costurado e conta com 11 pontos principais. Na maioria dos casos, o acordo ratifica situações já existentes, como a validade do casamento religioso com efeito civil (previsto no Código Civil) e o ensino religioso nas escolas públicas (definido na Constituição).
Pelo acordo, Brasil e Santa Sé reconhecem às instituições assistenciais religiosas tratamento tributário e previdenciário igual a entidades civis. Ele define a colaboração do Estado na preservação de templos classificados como patrimônio cultural e deixa claro que não há vínculo empregatício de padres e voluntários com a Igreja -o objetivo desse ponto é impedir ações na Justiça trabalhista.
Quando tramitou na Câmara, o projeto enfrentou resistência da bancada evangélica, que nele viu privilégios à Igreja Católica. O Senado aprovou o texto em votação simbólica.
O ponto mais polêmico refere-se ao "ensino religioso". Primeiro, o texto descreve "ensino religioso católico em instituições pública de ensino fundamental". Depois, diz que "também assegura o ensino de outras confissões religiosas nesses estabelecimentos".
O Ministério da Educação mostrou-se contrário à colocação do termo "católico" à frente dos demais. Em junho, a Coordenadoria de Ensino Fundamental do MEC disse que o acordo fere a legislação: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação não menciona nenhuma fé específica e veda o proselitismo.
Relator do projeto na Comissão de Relações Exteriores, o senador Fernando Collor (PTB-AL) disse em seu parecer que o ensino é facultativo (como diz a Constituição) e estende-se a todas as religiões. "O acordo, em termos simples, apenas sela o reconhecimento de que a Igreja Católica do Brasil está sob o comando hierárquico da Santa Sé", disse Collor.
Contrária ao acordo com o Vaticano, a bancada evangélica da Câmara propôs uma "Lei Geral das Religiões", com termos similares ao do acordo com a Igreja. Bispo licenciado da Igreja Universal, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) é a favor da iniciativa, mas não vê problemas no acordo com a Igreja Católica: "Não acredito que haverá privilégio. Os juristas que ouvi me disseram que o acordo é o mesmo que foi feito em mais de cem países", disse. (Folha de S. Paulo)

Blair será o primeiro presidente da Europa?

Matéria assinada pelo Jornalista Carsten Volkery e publicada na Der Spiegel dá conta de que depois do "sim" da Irlanda ao Tratado de Lisboa, muitos britânicos veem o ex-primeiro ministro Tony Blair como o candidato favorito para se tornar o primeiro presidente da União Europeia. Mas sua nomeação está longe de ser certa. Há dúvidas profundas em toda a UE quanto a entregar seu cargo mais alto para o velho amigo de George W. Bush.

Veja mais em http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/derspiegel/2009/10/08/ult2682u1335.jhtm

Um poema de Diogo Fontenelle

LAMENTO AO VENTO

Diogo Fontenelle

Para Miriam Carlos,
A mestra que não esqueceu de ser menina.


A Infância passou pelos moinhos de sombras dos meus olhos tristonhos
Em rendilhas e arabescos de luz pelos telhados do antigo casarão...
Eu fui à Espanha buscar o meu chapéu azul e branco de sonhos!...
Era uma vez um menino marujo preso numa bolha dourada de sabão,
Era uma vez um soldadinho de chumbo em marcha pelo caderno escolar,
Era uma vez um pequeno flautista a dançar pelos jardins de abril,
Era uma vez um carrossel de lata a voejar pelo céu anil de Calcutá,
Era uma vez uma doce e distante canção de ninar para um órfão febril,
Era uma vez um circo oriental a tilintar por um domingo em prece,
Era uma vez uma Noite de Natal esquecida num livro de poesia,
Era uma vez uma aventura a escorrer por um folhetim de quermesse,
Era uma vez uma tarde bordada por fios de sol numa praia em sinfonia,
Era uma vez um grão-vizir de Alexandria a velejar um barquinho de papel,
Era uma vez o Pirata dos Tempos que roubou a arca da minha Infância...
Ergueu muralhas de solidão pelos marulhos do meu peito menestrel,
E vestiu-me de gente grande a inundar meu coração com infinita ânsia...

Cem reflexões sem esquecer a misericórdia de Deus na minha vida

Gilson Moreira

“Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe; outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é caridade”. - Nada menos que o Doutor da Igreja, nascido em março de 1225 no castelo de Rocaseca, perto da cidade de Aquino, reino de Nápoles na Itália e falecido em março de 1274 em Fossanova – Itália aos 49 anos: São Tomás de Aquino.

Conscientemente busco conhecer a palavra de Deus para a minha edificação e para ajudar a edificar os outros, o que certamente coincide com a orientação de S.Tomás de Aquino, considerado o mais sábio dos santos e o mais santo dos sábios.

Dois veículos de comunicação me ajudaram e me ajudam de forma mais concreta a mergulhar em águas mais profundas da fé na busca de uma caminhada firme mesmo com as limitações humanas e misérias, na certeza que a misericórdia divina suprirá todas as necessidades ao bater à sua porta:

A FM Dom Bosco onde assumo o voluntariado desde junho de 2005, atendendo ao abençoado convite do Padre Orsini Nuvens Lisnard para apresentar o Programa Vida Nova – Terço da Misericórdia às 15 horas dos domingos me proporcionou uma responsabilidade de grandes proporções em ser instrumento de misericórdia para uma das maiores audiências do rádio cearense. O mais interessante que posso externar é que pela interatividade com os ouvintes, os testemunhos vêm comprovar a ação do poder de Deus.

Nos rascunhos do primeiro Programa Vida Nova encontrei as palavras iniciais: com certeza, não é a toa que Deus nos concedeu os meios de comunicação, armas poderosas, que nos permitem chegarmos até você com a boa nova do reino. Porque o nosso Deus tem pressa e ele conta conosco: se abrirmos o nosso coração, agora, dá para se ouvir o seguinte: “Rádio Dom Bosco! Quero que sejas morada da minha misericórdia. Desejo que esta misericórdia derrame pelo mundo todo pelo teu coração. Quem quer que se aproxime de ti que não se afaste sem essa confiança na minha misericórdia, que desejo tanto para as almas”.

O outro veículo de comunicação é virtual: o Portal Messejana. De igual forma, muito visitado e que tem na equipe dirigida por João Ribeiro da Silva Neto e Aliete Lima e Silva, um paradigma de responsabilidade social envolvendo todos os setores midiáticos, que por sinal no dia 11 de setembro completaram 36 anos de casamento, mesma data de aniversário de Aliete.

Foi a convite do Portal que iniciei timidamente a escrever algumas reflexões que encontraram eco em muitas pessoas que através de e-mails e no “mural de recados” me confortam em saber que a palavra do Mestre está sendo levada aos confins do mundo.

Concluo cem reflexões sem esquecer a misericórdia de Deus na minha vida, trazendo uma frase do grande pensador indiano e pacifista da humanidade Gandhi: “Deus é o mais difícil dos mestres que conheci neste mundo. Ele te procura continuamente. E quando percebe que a tua fé está vacilando ou o teu corpo te faz vacilar e estás para cair, Ele vem em tua ajuda de um modo ou de outro, mostrando que não deves perder a fé e que está sempre ao teu lado, pronto para ver um aceno teu, para escutar uma chamada tua”.

E-Mail: programavidanova@yahoo.com.br
FM Dom Bosco 96.1 – Aos Domingos – 15 horas

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Do Poeta Arievaldo Viana sobre o Poeta Rogaciano Leite

Na minha opinião, o grande mérito do poeta Rogaciano Leite foi ter um pé no popular outro erudito. O ouvido na cantoria e o coração no soneto, forma poética que abraçou de forma magistral, chegando mesmo ao extremo de fazer sonetos de improviso em suas palestras e conferências. Coisa de bom repentista que progrediu nas letras, como o mestre Dimas Batista, que também tinha essa facilidade espantosa com a métrica e com rima. Herdeiro de Castro Alves, Rogaciano nunca negou o seu amor pelo cordel e a cantoria, buscando sempre aproximar-se dos verdadeiros poetas do povo. Um de seus amigos pessoais foi o genial Cego Aderaldo, com quem realizou diversas cantorias. Os apologistas de cantoria contam duas cenas bem interessantes a esse respeito. Na primeira delas, Rogaciano censura o mestre por haver criado mais de 20 filhos alheios e nunca ter casado (o cego precisava de guias e para tanto recrutava crianças abandonadas, os primeiros meninos de rua do Ceará). Após ouvir a provocação de Rogaciano, Aderaldo saiu-se com esta:

De casar tive o desejo
Essa vontade eu não nego
Mas com minha experiência
Batata quente eu não pego
Passam chifre em quem tem vista
Que dirá em quem é cego!

A segunda... Rogaciano disse, numa estrofe, que Aderaldo era um velho muito besta. O cego vingou-se dessa maneira:

Andei procurando um besta
Porém um besta capaz
E procurando esse besta
Encontrei esse rapaz
Mas não serve pra ser besta
Porque é besta demais!

Essa era a forte ligação de Rogaciano com a poesia popular, sua grande paixão.

Waldy Sombra biografa Rogaciano Leite

O Professor e Escritor Waldy Sombra, biógrafo de grandes personalidades nordestinas, entre as quais destaco Rodolfo Teófilo, lança na próxima quinta-feira, no Espaço Cultural do Restaurante "O Faustino" mais um trabalho biográfico fruto de percuciente pesquisa. Trata-se do livro "Cabelos Cor de Prata", consistente abordagem sobre vida e obra do Poeta Rogaciano Leite, um dos maiores nomes da poesia nordestina.

Veja mais em
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=677663

Louvação ao Poeta Dimas Macedo

Barros Alves

Meu caro Dimas Macedo
Poeta de largo verso
Na Literatura imerso,
Verso ternura e torpedo,
Intimorato e sem medo
Vai espargindo cantares
Sob diversos olhares,
Ebulição metafórica,
Mágica, plástica, pictórica
Em seus doces navegares.

Canta Zumbi dos Palmares
E canta Fideralina,
Eis a grandiosa sina
Pra cantar terras e mares,
As virtudes e os azares,
O bom, o justo, o ingrato,
Pois sendo poeta nato
Canta o velho e canta o novo,
Risos e dores do povo
Canta o poeta de fato.

Cantar a mulher amada
Em metafórico enredo
É dom de Dimas Macedo
Em poesia inspirada.
É como a flor perfumada
Os lábios da doce amante.
Esse Dimas é um gigante
Da ribeira do Salgado
Que em poema elaborado
Canta tudo a todo instante.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

"Pade Cisso é uma pessoa da Santíssima Trindade"

João Mendes de Oliveira

Logo no primeiro dia
Que eu cheguei no Juazêro,
Pegou a chegar Romero
Pra ovi a voz do Messia,
Este Pade é o nosso guia,
É a nossa satisfação,
Consola todo o cristão,
Ensinando o bom camim
E trabaiando aqui sozim,
Garantindo a salvação.

Cumo defensora e guia,
Com um manto de ouro fino,
Rogou a Jesus Menino,
A Santa Virge Maria,
Mãe do rico e sem valia:
- “Jesus Cristo venha cá,
Não prometi pra faltá!
Quando estive em Juazêro,
Salvei a todo Romero
Que veio me visitá.

Eu sou a Virge das Dore,
Cisso é o dono do Sacrário;
A ele dou meu Rosário,
Conheçam bem, pecadôre:
Quem a Cisso respeitá
Ficará com Deus Eterno,
Não consinto ir pro inferno
Quem ouvi Cisso falá!”

O meu Padrim Padre cisso
Protege a qualqué pessoa,
Vem gente até de Alagoa,
De mais longe e de mais perto.
Tudo que ele diz é certo,
Não tem quem prove o contrário!
Bispo, Pade e Missionáro
Vão de encontro a Meu Padrim:
Ele, porém, ta sozim
Na devoção do Rosáro!

Viva o auto da Natureza,
Viva São Miguel Arcanjo,
E viva a Corte dos Anjo,
Viva toda a realeza,
Viva a santa luz acesa,
Viva esta boa semente,
Viva Deus Onipotente,
Viva a cruz da Redenção,
E o Padre Cisso Romão
Viva! Viva eternamente!

Nada mais tenho a dizê.
Sou João Mendes de Olivêra,
Nesta língua brasilêra
Eu nada pude aprendê,
Porém posso conhecê
De tudo quanto é verdade!
Não tenho capacidade,
Mas, sei que não digo à toa:
- Pade Cisso é uma pessoa
Da Santíssima Trindade!...

Louvação a Meu Padim Ciço

O Professor Lourenço Filho, em livro publicado em 1926, subordinado ao título "Juazeiro do Padre Cícero", publica excertos de poemas de João Mendes de Oliveira, poeta popular dos mais conhecidos na época, cuja inspiração retratava o sentimento do povo a respeito do "Taumaturgo do Nordeste".

É um pastô dedicado,
É a nossa proteção,
É a salvação das alma
O padre Cisso Romão,
É a justiça divina
Da santa religião.

É o dono do Horto Santo,
É dono da Santa Sé,
É uma das três Pessoa,
É um filho de São José,
Manda mais que o Wenceslau,
Manda mais que o João Thomé.

Vem carta até lá de Roma,
Vem carta do Ceará,
Vem carta de Pernambuco,
Vem carta do Paraná,
Vem carta de Cajazeira,
Vem carta do Quipapá.

Vem carta do Maranhão,
Vem carta do Aracati,
Vem carta do Cabrobó,
Vem carta do Piôi,
Vem carta do Batrité
E vem carta do Apodi.

Quem não presta atenção
Ao que meu Padrinho diz
Também não crê na Matriz
Da Virgem da Conceição
Nem no profeta São João,
Nem poderá ser feliz.

Um chega e diz: - “Meu Padrim,
Eu não sei mais o que faça!
Quero a vossa proteção
Com sua divina graça!
Com relação à virtude,
Só aqui é onde se acha!”

Outro diz: - “Eu aqui estou,
Quero que me ditrimine,
Quando eu errá me castigue!
Quando eu não subé, me ensine,
É na vida e é na morte
Quero que vós me domine!

O Padre Cisso, então, diz
Com sua voz diferente:
- “Não queiram sê assassino,
Não bebam mais aguardente,
Não queiram sê desordêro
Que Jesus não sai da frente!”

Meu Padrinho é quem possue
Talento, força e podê
Dado pela Providença!
Quem duvidá – venha vê!
Ele é quem dá a direção
Do que se tem de fazer...

Com relação à ciença
Ele é quem tem toda ela!
Tudo ele faz diferente,
Até o benzê da vela,
Sítio, fazenda de gado,
Matriz, sobrado e capela.

Viva Deus premeramente,
Viva São Pedro Chavêro,
Viva os seus santos Ministro,
Viva o divino Cordêro,
Viva a Santíssima Virge,
Viva o Santo Juazêro!

Viva a Sagrada Famia,
No céu a Divina Luz,
Viva o Sinhô São José,
Viva o mistéro da Cruz,
Viva o Padrim Padre Ciço
Para sempre, Amém, Jesus!

Lula vai de Ciro

Marcos Nobre

A estratégia parecia boa.
Lula usou sua enorme popularidade para antecipar a disputa presidencial em mais de dois anos e impor uma candidata e uma estratégia em que a eleição seria um plebiscito sobre seu governo.
Não deu certo. Essa estratégia só teria chance de funcionar em um confronto direto e único. E esse cenário já não existe: Ciro veio para ficar. Ainda assim, Lula continua insistindo na mesma estratégia.
Quer agora selar o quanto antes o apoio do PMDB. E tenta neutralizar Ciro.
No final, Lula pagou e vai continuar a pagar um preço extorsivo pelo apoio do PMDB. Conseguirá essa aliança. E a candidatura Dilma será abandonada pelo PMDB assim que começar a patinar.
A lógica tradicional do sistema político se impôs. Conforme o calendário de Brasília, só um ano antes da eleição o quadro sucessório começa a ficar um pouco mais claro. A fidelidade partidária virou piada: nem precisou do disfarce de uma reforma política. Como poças depois da chuva, aparecem as legendas-estacionamento, com políticos esperando o desfecho para aderir à candidatura vencedora.
Enquanto o PT conseguiu apenas filiações simbólicas -como as do empresário Ivo Rosset e do ministro Celso Amorim-, o PSB atuou como se já estivesse fazendo coalizões de governo. Ignorou os desdobramentos da Operação Castelo de Areia da PF, que envolveu seu mais novo filiado, Paulo Skaf.
Não tomou conhecimento das críticas generalizadas à atuação do ex-secretário da Educação Gabriel Chalita.
Esse contraste fica ainda mais dramático quando se vê que Lula perde a cada dia o poder de influenciar as sucessões estaduais. Com a consolidação da candidatura de Ciro, os palanques estaduais vão se pulverizar. A lógica do cada um por si vai acabar se impondo.
Até seis meses atrás, Dilma teve chances de conseguir que Ciro fosse candidato a vice em sua chapa.
Hoje, pode no máximo pretender ser vice de Ciro. Porque Ciro reconheceu o óbvio: que o candidato da oposição é favorito. E Ciro é o autêntico anti-Serra. Tem muito mais legitimidade que Dilma para fazer o confronto no campo do governo FHC, que é para onde pretende levar Serra.
Ninguém tem a mais remota ideia de onde estava Dilma durante o governo FHC. Ciro esteve na posição chave de ministro da Fazenda no final do governo Itamar. E foi crítico do governo FHC durante oito anos. Dado seu estilo, sua defesa do governo Lula no confronto com o governo FHC terá ares de confronto histórico. E, no final, não vai restar a Lula outra opção que não a de aderir à candidatura de seu ex-ministro. (Folha de São Paulo, de hoje)

nobre.a2@uol.com.br

Toffoli , STF, família e aborto

Em artigo publicado hoje no Jornal Folha de São Paulo o Professor Francesco Scavolini chama a atenção para o fato de que "é com relação aos valores éticos e morais que sustentam a sociedade que a escolha de Toffoli deveria nos deixar preocupados". Leia o artigo na íntegra.

O PRESIDENTE Lula, há poucos dias, convidou o ex-advogado-geral da União José Antonio Dias Toffoli para ocupar uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal, a máxima instância do Poder Judiciário no Brasil. Sabatinado pelo Senado, Toffoli foi aprovado.
A escolha do presidente causou perplexidade em alguns setores da sociedade, tanto no meio jurídico quanto no meio político, principalmente por questões ligadas ao currículo "escolar" e "profissional" de Toffoli.
Tais questões já foram exaustivamente discutidas. Assim, as considerações que seguem, e que desejo compartilhar com os leitores, têm o objetivo de suscitar uma reflexão a respeito dos fundamentais valores éticos e morais que, como alicerces, sustentam a sociedade em geral e, de maneira especial, as instituições que governam os cidadãos.
Tais valores são o respeito ao direito à vida de todo ser humano e a preservação e a promoção do catalisador vital da sociedade, que é a família. É justamente com relação a esses valores que a escolha de Toffoli deveria deixar a sociedade extremamente preocupada.
Numa recente entrevista (revista "Veja", 6/5), o então advogado-geral da União defendeu a descriminalização do aborto e a união civil entre pessoas do mesmo sexo.
Estamos vivendo numa época em que a sociedade está muito preocupada com a violência que atormenta a convivência social e atinge especialmente as crianças e os adolescentes. Como poderemos resolver esse gravíssimo problema se formos institucionalizar comportamentos que aumentarão a violência e a fragmentação social?
Médicos e psiquiatras são quase unânimes ao afirmar que os traumas e as consequências do aborto são terríveis para a saúde da mulher, pois, afinal de contas, trata-se do assassinato de um ser humano inocente e indefeso.
Assim também educadores, psicólogos e sociólogos mostram, com dados concretos e estatísticas, que crianças, adolescentes e jovens que vivem com o pai e a mãe em uma família unida e estável têm muito menos chances de protagonizar ou de serem atingidos por episódios de violência, deixando mais segura a sociedade toda.
Critério básico de toda reta ordem jurídica deveria sempre ser a relação com a pessoa humana como depositária de uma dignidade inalienável, tanto em sua dimensão individual quanto em sua dimensão comunitária.
Torna-se, portanto, importante fazer todo esforço para que seja realizada uma efetiva tutela dos direitos humanos fundamentais, sem, contudo, construir ao redor deles teorias e comportamentos que acabam por privilegiar somente alguns aspectos desses direitos ou aqueles que correspondem a particulares interesses e sensibilidades de um determinado momento histórico (por exemplo, o "direito" da mulher -defendido por Toffoli- de interromper a gestação, matando um ser humano inocente e indefeso, ou, ainda, o "direito" de institucionalizar uma união antinatural, como a homossexual).
Dessa forma, ficaria esquecido aquele essencial princípio que é o da indivisibilidade dos direitos humanos, princípio que está fundamentado na unidade da pessoa humana e em sua intrínseca dignidade.
Sem dúvida, a unidade do direito e da ciência jurídica encontra seu fundamento numa justiça dinâmica, expressão não somente da estreita ordem legal, mas principalmente daquela razão natural ("recta ratio") que deve governar os comportamentos dos cidadãos e das autoridades.
É isso o que afirma são Tomás de Aquino quando nos lembra que "omnis lex humanitus posita in tantum habet de ratione legis, inquantum a lege naturae derivatur" ("toda lei humana só possui valor de lei se provem da lei natural", cf. "Suma Teológica", I-II, q. 95, a2).
O relativismo ético que parece permear a hodierna sociedade consumista constitui um grave perigo também para o nosso querido Brasil.
Enquanto um recente "spot" publicitário do nosso governo federal enaltece alguns países estrangeiros (entre os quais a Holanda) pelo suposto alto nível educacional atingido, eis que a Justiça holandesa reconheceu recentemente o "direito" de participação democrática nas eleições daquele país ao partido dos pedófilos.
Que Nossa Senhora Aparecida nunca permita que nossa amada nação siga os passos perversos daqueles que querem destruir os grandes valores da terra de Santa Cruz.

FRANCESCO SCAVOLINI , doutor em jurisprudência pela Universidade de Urbino (Itália), é especialista em direito canônico.

Polanski perseguido

"A perseguição de Roman Polanski por um crime sexual cometido na Califórnia há 31 anos causou grande comoção tanto entre seus simpatizantes quanto entre aqueles que sentem que ele é um fugitivo da justiça que merece ser enviado de volta para a Califórnia e preso."

Veja mais em:
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/herald/2009/10/05/ult2680u908.jhtm

PT paulista arrenega Ciro Gomes

Até o diabo diz verdades. O PT paulista também. Pela voz de Marta Suplicy, uma das principais lideranças do lulo-petismo paulista, o partido está arrenegando a presença de ciro Gomes no cenário político local. Vige minha nossa senhora! Só quem aguenta o home é o povo dos United States of Sobral.

Veja mais em http://www.opovo.com.br/opovo/politica/916340.html

Olavo de Carvalho sobre o caso Honduras/Brasil

Sob o título "Co-coordenando as idéias", o filósofo Olavo de Carvalho escreveu no "Diário do Comércio", ed. de 5 de outubro de 2009, artigo sobre a crise em que se meteu o Brasil para defender o golpista Zelaya. O presidente que está no poder é o antigolpista. Isto é um golpista que deu um golpe para evitar um golpe de Estado matreiro do Zelaya, que queria rasgar as leis do país, escudado em procedimentos democráticos. Olavo de Carvalho lembra que "o melhor resumo didático da crise hondurenha está no site de Reinaldo Azevedo, http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/a-crise-hondurenha-desenhada-em-15-fatos-nao-se-deixe-enrolar. As melhores atualizações, em
http://www.heitordepaola.com
e no Notalatina, de Graça Salgueiro:
http://notalatina.blogspot.com/2009/09/o-notalatina-volta-abordar-situacao-de.html.
E uma das melhores análises jurídicas que tenho lido a respeito está em
http://noticias-da-web.blogspot.com/2009/09/para-entender-o-que-se-passa-em.html,
assinada por Mauro Demarchi, que não tenho a menor idéia de quem seja mas é obviamente um sujeito sério.
Se você quer saber mesmo o que está acontecendo, é isso o que tem de ler.
Há quem prefira, no entanto, outra espécie de alimento jornalístico. As lendas mais fabulosas, as desculpas mais esfarrapadas, as desconversas mais escorregadias, distribuem-se uniformemente entre as páginas da Folha, do Globo e do Estadão. Porém a vigarice em estado puro, aquela inversão completa da realidade, aquela falsificação radical que só pode nascer de um composto indissolúvel de estupidez impérvia e mendacidade compulsiva, só se encontra mesmo é na página oficial do PT. Se é isso o que você quer, não aceite imitações: vá direto ao produto original.
Aí pode-se ver, por exemplo, em
http://www.pt.org.br/portalpt/index.php? option=com_content&task=view&id=82390&Itemid=201, o sr. Aloizio Mercadante proclamar ante um cândido mundo que:
1. O governo brasileiro, como um marido traído, foi o último a saber do retorno de Manuel Zelaya a Tegucigalpa (veja em Notalatina a gravação de Zelaya confessando que tudo foi tramado desde o início com Lula e Celso Amorim).
2. O governo Lula só recebeu Zelaya porque é do seu costume respeitar o direito de asilo (o Itamaraty diz que Zelaya não é asilado de maneira alguma.)
3. A derrubada de Zelaya não pode ter tido qualquer amparo constitucional além de um improvisado simulacro, já que “a ação se iniciou e se encerrou em menos de 24 horas” (veja na análise de Demarchi as providências legais que vieram se sucedendo desde maio).
Porém ainda mais instrutivas são as lições do sr. Gabriel Puricelli, que se apresenta – no meu entender com justíssimas razões – como “co-cordenador” de alguma coisa (o leitor incrédulo pode tirar a dúvida em

http://www.pt.org.br/portalpt/index.php?option= com_content&task=view&id=82320&Itemid=201).
Sendo público e notório que o governo nega qualquer envolvimento na produção de “Zelaya II – O Retorno”, o título que o referido dá ao seu artigo – “Zelaya e a aposta ousada de Lula” – é um autêntico ato falho freudiano, pois ninguém pode apostar em nada depois de feito o lance, nem aliás antes disso se nada sabe a respeito. Há uma evidente falha de co-coordenação entre a propaganda federal e a editoria da página petista, ou então entre o que o sr. Puricelli pensa que escreve e aquilo que ele escreve realmente.
Uma forte evidência em favor desta última hipótese vem no seguinte parágrafo:
“Com certeza, se há uma definição de ‘pária’, ela tem em Micheletti o exemplo máximo: nem Saddam Hussein, nem a Coréia do Norte, nem talvez o regime genocida sudanês sofreram um bloqueio tão absoluto do acesso à ajuda das relações exteriores, do reconhecimento diplomático mesmo, como o que enfrentam os golpistas hondurenhos.” Dessa confissão explícita de que as pressões internacionais contra Honduras são desproporcionais e excessivas, o cérebro humano comum tiraria normalmente a conclusão de que os hondurenhos estão sofrendo injustiça. Mas não é assim que o sr. Puricelli co-coordena as suas idéias. Do excesso de punição infligido aos hondurenhos ele conclui que estes últimos são mesmo uns reaças obstinados e ardilosos, contras os quais nada melhor que a “jogada brasileira”, expressão com que, pela segunda vez, ele desmascara inadvertidamente o governo que elogia. No vasto mostruário de exemplos de lógica invertida, com que tenho caracterizado a mente revolucionária, esse não é decerto o mais brilhante, mas é um dos mais nítidos, na singeleza tocante da sua literalidade. Estou pensando até em trocar o nome “lógica invertida” pelo de “co-coordenação”, muito mais expressivo e, digamos assim, material.
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http://www.seminariodefilosofia.org/forum/15

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Presidente do TCU rebate críticas

"O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Ubiratan Aguiar, rebateu ontem a crítica feita pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, de que o órgão, durante as fiscalizações, teria levantado suspeitas sobre obras sem apontar necessariamente os erros".

Veja mais:

http://www.opovo.com.br/opovo/politica/914812.html

O Escritor e espião

As duas faces de Arthur Randsome, escritor e espião de dupla ação. Vale a pena ler artigo do Professor Kenneth Maxwell.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0110200906.htm