Para o mestre Paulo Elpídio de Menezes Neto
O livro é lume celeste,
Que o espírito faz brilhar;
Na mente, que nele investe,
Nasce o dom de iluminar.
Em cada página aberta,
Um cosmos se faz ouvir;
A alma, de luz coberta,
Sente a seiva do porvir.*
O livro é espelho e fonte,
Onde o homem vai beber;
É luzeiro no horizonte,
Que anuncia renascer.
Sem o livro, o ser definha,
Perde o verbo e o ideal;
Na ignorância mesquinha,
Jaz-lhe o mundo sob o mal.
Ler é transpor o infinito,
Abrir portas da razão;
No verbo claro e bendito,
Se eleva canto e oração!
A leitura é chama pura
Que ninguém há de abater;
Do caos faz-se formosura,
E a tudo faz florescer.
Quem lê, conquista o império
Do pensar e do sentir;
Ler é sacro ministério
Que aponta um belo porvir.
No bom livro o homem ascende,
Purifica o coração;
A mente que nele aprende
Toca a luz da criação.
*Verso recolhido em O LIVRO E A AMÉRICA, poema de Castro Alves publicado no livro ESPUMAS FLUTUANTES.
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