sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Se um dia...

Se algum dia eu aprender
Fazer grande cabedal,
Meter a mão no alheio,
Roubar do povo o "real",
Pode apostar o senhor
Que serei governador
Do Distrito Federal.

Se eu virar sonegador
Sem vergonha e sem pudor,
Tiver sido um mau prefeito,
Ou um mau governador,
Escreva aí, meu irmão,
Já na próxima eleição
Me elegerei senador.

Se algum dia eu conduzir
Dólares bem arrumados
Dentro da minha cueca,
Ou for um dos "aloprados",
Amigo, pode anotar,
Brevemente eu vou chegar
À Câmara dos Deputados.

Se um dia eu desmunhecar
E à mulher não der valor,
Ou por qualquer besteirinha
Gritar logo: "Ai, que horror!!!"
Escreva esta profecia:
Pode saber que um dia
Eu serei governador.

E se eu sonhar ser mulher
Daquelas que não se enfeita,
Tampouco gosta de macho
E quando vê um enjeita,
Não é um sonho, é verdade,
Pois serei desta cidade
Por duas vezes prefeita.

Se noutro dia eu pensar
Que posso me tornar rei,
E quando eu imaginar
Que tudo no mundo eu sei,
Quando eu quiser ser medonho
Mesmo que seja num sonho
Ciro Gomes eu serei.

Se um dia eu fizer plástica
E assim não for mais eu,
Roubar os dinheiros públicos
e dá uma de plebeu,
Pode pôr na sua lista
Eu serei um comunista
Da marca do Zé Dirceu.

Se um dia eu vier a ser
Um mentiroso ferino,
Demagogo, enganador,
E "mensaleiro" cretino,
Pode botar anotado
Eu serei um deputado
Da marca do Genoíno.

Se um dia eu praticar
A violência sinistra,
Assaltando cofre alheio
Para a causa comunista
Aí serei certamente
Candidata a presidente
Ao depois de ser ministra.

Se um dia eu considerar
Um "mensaleiro" inocente
Acobertar falcatrua,
Premiar incomPeTente,
Faça correto registro
Que eu serei um ministro
Ou serei um presidente.

Se eu pensar que todo dia
É o primeiro de abril,
Se eu disser que Zé Dirceu
Não é personagem vil,
Pode anotar claramente,
Eu serei o presidente
Da República do Brasil.

Se eu der razão ao errado
E julgar que o Bem é Mal,
Condenar o inocente,
Liberar o marginal,
Serei sem titubear
Um magistrado exemplar
Do Supremo Tribunal.

Se um dia eu for defensor
Demarginal e de gay,
Desse MST,
Do Stédile e sua grei,
Passar sendo analfabeto,
Serei um homem correto,
Um grande homem da lei.

Se eu defender ladrão
E uns tais decretos profanos,
Se eu fechar os meus olhos
Pros atos dos carcamanos,
Mesmo sendo um grande incréu
Subirei direto ao céu
Pelos Direitos Humanos.

Se um dia eu raparigar,
Encher a cara de cana,
For viado e falar fino
E levar vida profana,
Se eu defender comunista
Serei bom padre na lista
Da Santa Igreja Romana.

Se um dia eu defender
Baitolagem e marginal
E pregar que eles não vão
Sofrer juízo final,
Pode ficar registrado
Logo serei nomeado
Arcebispo ou cardeal.

Porém, se eu for um babaca,
Se toda besteira eu louvo,
Se eu esquecer o passado
E engolir tudo que é novo,
Anote aí, meu amigo,
Com toda franqueza digo:
- Sou um besta chamado...POVO!

E digo mais aos leitores
Que me queiram dar guarida,
A morte fica mais morte,
Fica a vida menos vida.
Quanto a Ciência mais cresce
Mais o Espírito esmorece
Que o povo é massa falida.

Reencarnação

Homem bom, caridoso,homem decente!!!
Dos demais governantes diplomata,
Tudo que diz e faz o povo acata,
Temo que vire um santo de repente.

Se Deus houver já não é tão potente
Ante o poder da mídia e da bravata,
Pois qualquer burro hoje mete a pata
E se compraz em sábio e comPeTente...

Toda obra dantes feita ou programada,
Em face desse deus tudo se anula,
Tudo é perdido, tudo é cinza, é nada!

Vejo, então, que a mitológica mula
Do Livro Santo está reencarnada
Nesse milagre que se chama Lula.

A fala do general

O texto que segue é atribuído ao General-de-Exército Maynard Marques de Santa Rosa
Chefe do Departamento-Geral do Pessoal do Exército. Finalmente, um comandante militar, apesar de sem tropas, dá sua opinião abalizada sobre a tal Comissão da Verdade, inventada pelo comunista Vanuchi, Secretário de Direitos Humanos da Presidência da República. Leiamos:

"A verdade é o apanágio do pensamento, o ideal da filosofia, a base fundamental da ciência. Absoluta, transcende opiniões e consensos, e não admite incertezas.
A busca do conhecimento verdadeiro é o objetivo do método científico. No memorável "Discurso sobre o Método", René Descartes, pai do racionalismo francês, alertou sobre as ameaças à isenção dos julgamentos, ao afirmar que "a precipitação e a prevenção são os maiores inimigos da verdade".
A opinião ideológica é antes de tudo dogmática, por vício de origem. Por isso, as mentes ideológicas tendem naturalmente ao fanatismo. Estudando o assunto, o filósofo Friedrich Nietszche concluiu que "as opiniões são mais perigosas para a verdade do que as mentiras".
Confiar a fanáticos a busca da verdade é o mesmo que entregar o galinheiro aos cuidados da raposa.
A História da inquisição espanhola espelha o perigo do poder concedido a fanáticos. Quando os sicários de Tomás de Torquemada viram-se livres para investigar a vida alheia, a sanha persecutória conseguiu flagelar trinta mil vítimas por ano no reino da Espanha.
A "Comissão da Verdade" de que trata o Decreto de 13 de janeiro de 2010, certamente, será composta dos mesmos fanáticos que, no passado recente, adotaram o terrorismo, o sequestro de inocentes e o assalto a bancos, como meio de combate ao regime, para alcançar o poder.
Infensa à isenção necessária ao trato de assunto tão sensível, será uma fonte de desarmonia a revolver e ativar a cinza das paixões que a lei da anistia sepultou.
Portanto, essa excêntrica comissão, incapaz por origem de encontrar a verdade, será, no máximo, uma "Comissão da Calúnia".

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Ludíbrio

O Plano de Aceleração do Crescimento - PAC, primeira etapa de uma estratégia com vistas a perpetuação do PT no poder, não emplacou. Enrolou-se no meio do caminho, com questionamentos feitos pelo Tribunal de Contas da União-TCU, inclusive. Não se terminou o PAC 1, mas já se faz propaganda do PAC 2. E com Dilma Roussef a tiracolo.

Agora, competência mesmo é a que o governo lulo-petista-comunista tem para ludibriar as populações ignaras, impingindo-lhes obras virtuais como se de verdade fossem.

Vamos internacionalizar tudo!

Na internet tem de tudo e a gente nem sabe o que é verdade ou mentira.Direitos autorais dos textos, aí nem se fala. Todavia, vale a ideia. Se o texto abaixo émesmo de autoria do Senador Cristovam Buarque, melhor ainda. Se não, cukpa de quem o pôs na net. Na verdade o carão que ele passa nos norteamericanos é delicioso.

Eis o texto:

Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.
Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:
"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.
"Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
"Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço."
"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. "Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
"Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
"Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
"Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.
"Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!

Colocando os pingos nos is

É no mínimo uma idiotice a crítica aos Estados Unidos por estaremenviando milhares de soldados ao Haiti. Os EUA têm poder e dinheiro. Têm experiência em ações desse tipo e condições de pôr ordem em um país totalmente destruído. Desgovernado o Haiti sempre esteve. É necessário que gente como os americanos tomem conta daquela badernha. Manda quem pode e obedece quem tem juízo. Os demais têm mais é que recolherem-se à sua insignificância.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Editorial equivocado

O Editorial do Jornal O POVO de hoje é, no mínimo, ingênuo. Mas, como nesses tempos pós-modernos não há mais lugar para ingeuidade, principalmente de um jornalista que se deve ter por bem informado, não seria incorreto afirmar que o escritor do texto, (o pensamento do jornal), comete um equívoco, qual seja o de pensar que o Haiti tem condições de se recuperar sozinho. É a mesma coisa pensar que um psicopata à solta vai deixar de cometer outra atrocidade. No Haiti o que se viu até hoje, desde sua independência, foi corrupção, violência, primitivismo. Praticados pelos próprios. Ou seja,haitianos contra haitianos. Presentemente a ira da Natureza só agravou o problema. Nem as sete pragas do Egito conseguirão melhorar a mentalidade dos dirigentes do país, assim como as da narrativa bíblica não conseguiram domar a mente belicosa do Faraó.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

As incursões retóricas de Antônio Conselheiro









Barros Alves

Antônio Vicente Mendes Maciel, o lendário místico quixeramobinense que exerceu sua apocalíptica pregação nos sertões da Bahia, ao contrário do que muitos imaginam, não era um iletrado. O Historiador João Brígido, contemporâneo daquele visionário que inscreveu o nome na história-pátria como Antônio Conselheiro, informa que ele cursara rudimentos de Latim com o Professor Antônio Ferreira Nobre, na terra natal. A formação escolar dele constara também de estudos da Língua Portuguesa, Aritmética, Geografia e Francês.

O Conselheiro, desde jovem propenso ao eremitismo, propensão esta que se exacerbou em razão de desilusão amorosa, era leitor da Bíblia, do "Lunário Perpétuo", das "Horas Marianas" e das "Práticas Mandamentais", livros sacros cuja leitura era piedosamente feita por quase todos os letrados católicos que habitavam os sertões nordestinos no século XIX. De par com essas leituras, durante quatro anos, Antônio Vicente Mendes Maciel acompanhou o Pe. Ibiapina, ex-advogado e orador fluente, que se tornara padre e missionário a construir hospitais, casas de caridade e cemitérios nos mais adustos lugarejos do Nordeste brasileiro. Há de se aceitar que de Ibiapina o futuro "Conselheiro" recebeu profunda influência, tornando-se ele próprio, além de construtor de igrejas e cemitérios, um orador exaltado e convincente, cujo discurso messiânico foi apreendido com fervor por milhares de seguidores.

Não apenas no púlpito ou em conferências particulares, sabia o Conselheiro admoestar e convencer com autoridade. Ao escrever ele conseguia expressar suas estranhas ideias com clareza e precisão, deixando explícito seu antirrepublicanismo nos "Discursos sobre a República", assim como orientações de caráter anticlerical nas "Prédicas Canudenses". O Conselheiro "escrevia muito", conforme depoimento dado ao historiador José Calasans por Pedro Nolasco, o Pedrão, um dos pretorianos da guarda pessoal de Antônio Conselheiro. E a escritura dele era "normal, límpida e de pessoa letrada", segundo o testemunho de Gustavo Barroso.

Caído o arraial de Canudos sob o fogo raivoso de 5 mil soldados, foram encontrados dois textos manuscritos assinados pelo "Peregrino" Antônio Vicente Mendes Maciel - ele não se autointitulava "Conselheiro" -, os quais se subordinavam aos seguintes títulos: "Tempestades que se Levantam no Coração de Maria por Ocasião do Mistério da Anunciação" (Belo Monte, 12.01.1897) e "Sobre o Santo Evangelho de Jesus e Apontamentos dos Preceitos da Divina Lei de Nosso Senhor Jesus Cristo". Nesses trabalhos, o Conselheiro apresenta sua cosmovisão do mundo, especialmente no respeitante à Política e à Religião.

Quanto à oratória do místico rebelde, ela era "seca e rígida no que diz respeito ao homem nas suas relações com o sagrado". Na apreciação do Professor Bartolomeu de Sousa Mendes, autor de importante obra sobre o tema, foi exatamente esse aspecto real da oratória do Conselheiro "que apavorou as autoridades e os detentores do poder econômico da época, mas por outro lado, atraiu para sua órbita a grande massa da população que vivia subjugada a um sistema oligárquico e perverso". Com efeito, foi graças à sua oratória que o Conselheiro conseguiu transmitir de maneira convincente suas mensagens de justiça e condenação dos desmantelos do mundo, não apenas aos milhares de sertanejos incultos, mas também a algumas personalidades letradas, conseguindo destes um devotamento que persistiu até o último momento, quando Canudos caiu, a 5 de outubro de 1897, 12 dias depois da morte do cenobita revolucionário. Todavia, como bem disse Euclides da Cunha no clássico "Os Sertões": Canudos caiu, mas não se rendeu.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Nossa senhora das três mãos







Estava eu caminhando por uma rua contígua às antigas muralhas medievais de Tallinn, norte da Estônia, quando me chamou a atenção uma tabuleta ali afixada. Continha ela uma cruz, uma pequena abertura para o correio e uma inscrição em quatro línguas, que dizia: “Igreja da Bem-aventurada Virgem das Três Mãos. Ela é a protetora do inocente que foi condenado injustamente, e contra o qual um pecado foi cometido. Você pode relatar seu problema e colocar a carta nesta abertura. Um sacerdote vai rezar para que seu problema seja solucionado”. Minha surpresa foi dupla: Em primeiro lugar, mencionava uma igreja que eu nem conseguia ver; a outra, uma devoção surpreendente, desconhecida por mim.

Leia a íntegra deste interessante artigo de Valdis Grinsteins em

http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm/idmat/DC10E604-3048-313C-2E3CE5BF5437FD76/mes/Janeiro2010

A tragédia do Haiti e o cônsul boquirroto







O caos tomou conta do sempre pobre e miserável Haiti. É o resultado da ação das forças cósmicas diante das quais somos totalmente impotentes. O terremoto que sacudiu a região, destruiu a capital do país, Porto Príncipe, e matou mais de cem mil viventes. Os sobreviventes estão à mercê das intempéries, ao deus-dará.

E Deus onde estará?

A situação da população haitiana, majoritariamente negra, me faz lembrar os versos do grande Castro Alves, cuja imensa poesia fez dele o grande cantor da dor e dos atrozes sofrimentos dos escravos:

"Deus, ó Deus, onde está que não respondes,
Em que mundo, emn que estrela tu te escondes,
embuçado nos céus!!!"

Se, conforme diz o texto sagrado dos cristãos, todas as coisas que ocorrem no mundo, até um cabelo que cai de nossa cabeça, é por permissão de Deus, como explicar tragédias como as que têm se abatido sobre os haitianos?

Talvez a explicação venha da boca de um deles.

O Senhor Georges Samuel Antoine, Cônsul do Haiti em São Paulo, numa indiscrição e sinceridade que beira às raias da temeridade, sem saber que um reporter que o havia entrevistado estava gravando suas palavras, disse que a tragédia era algo de bom porque dava visibilidade à miséria dos haitianos e que tudo poderia ser uma espécie de castigo de Deus, porque os negros descendentes de africanos não largavam a mania de cultuar deuses estranhos através de seus rituais de macumba.

Veritas veritatem?!!!

O cearense Catulo De Paula e as trilhas dos filmes de Cangaço

Pesquisa: Arievaldo Viana

Nem no Ceará, sua terra natal, o genial CATULO DE PAULA é lembrado. Autor de grandes sucessos da música nordestina (Cowboy do Ceará, Como tem Zé na Paraíba, O pau de arara, Bebop do Ceará etc) ele foi o nome mais requisitado nas décadas de 1960/70 para compor a trilha sonora dos filmes de cangaço.

CATULO DE PAULA (Ermenegildo Evangelista de Souza )
• Data de Nascimento - 13/08/1923
• Data de Falecimento - 10/12/1984
• Local de Nascimento - São Benedito, Ceará, Brasil

FILMES DE CANGAÇO COM TRILHA SONORA DE CATULO DE PAULA

- Lampião, o rei do Cangaço
- Meu nome é Lampião
- Entre o amor e o cangaço
- Os três cabras de Lampião
- Nordeste sangrento
- O filho do cangaceiro

(FILMES QUE PARTICIPOU, FORA DO CICLO DO CANGAÇO)

1. Meu Pé de Laranja Lima (1970)
2. Na Onda do Iê Iê Iê (Na Onda do Iê, Iê, Iê) (1966)

CATULO DE PAULA - Cantor. Compositor.

Seu pai era cego desde os seis meses de idade e sustentava a família, composta de mulher e oito filhos, tocando violino, saxofone e clarineta em festas de sua cidade no interior cearense. Com oito anos, começou a tocar violão, ganhando os primeiros trocados para ajudar no sustento da família. Por volta dos 10 anos de idade, passou a fazer parte do grupo Vocalistas Tropicais, com os quais foi fazer uma excursão a Fortaleza, capital do Ceará. Acabou saindo do grupo por causa de um dos integrantes e teve que se virar por conta própria para sobreviver, passando a fazer biscates de diversos tipos. Passou a viajar pelo interior do Nordeste.

Em 1944, foi convidado para fazer parte do grupo "Os Boêmios da Noite". Na mesma época, mudou-se para o Recife, em Pernambuco, onde adotou o nome artístico de Catulo de Paula. Em 1948, resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro, a fim de dar continuidade ao seu trabalho artístico. Em 1949, tornou-se acompanhante do cantor Vicente Celestino, com quem trabalhou durante longo tempo tocando violão. No início dos anos de 1950, ao apresentar-se no clube "Brasil danças", foi assistido por Fernado Lobo que apadrinhou sua primeira gravação. Em 1953, lançou pela Continental, disco onde interpretava dois baiões, "Vai comendo Raimundo", de sua autoria e Amado Régis, e "O pau comeu", de Marçal Araújo. No mesmo ano, Aldair Sopares gravou na Columbia de sua autoria e Jorge de Castro a toada baião "Saudade de Maceió". Destacou-se pelas composições satíricas, sendo uma das mais conhecidas, o baião "Bep-bop do Ceará", gravada pela Continental, em 1955. No mesmo ano, gravou de sua autoria o coco "Zabumbô, zabumbá". Em 1956, gravou o baião "Rosamélia", de Humberto Teixeira. Além de baiões, gravou sambas e canções, sem nunca ter se fixado num determinado ritmo. Em 1957, gravou de Zé Dantas o baião "Nós num "have". Em 1961, gravou de Luiz Gonzaga o baião "Na cabana do rei", parceria com Jaime Florence. Em 1962, gravou aquele que foi seu maior sucesso, o baião "Como tem Zé na Paraíba", parceria com Manezinho Araújo, gravado também naquele ano e com grande sucesso, por Jackson do Pandeiro. O tom nordestino de sua música lhe valeu convites de diversos diretores de cinema que nos anos de 1950, exploraram a temática do "Cangaceiro". Participou das trilhas sonoras dos filmes "Lampião, o rei do Cangaço", "Entre o amor e o cangaço", "Os três cabras de Lampião", "Nordeste sangrento" e "O filho do cangaceiro". Participou, ainda, de alguns trabalhos para o teatro, tendo participado da trilha sonora das peças "A invasão dos beatos", de Dias Gomes e "A torre em concurso", de Joaquim Manuel de Macedo. Ainda em 1962, participou como cantor da trilha sonora do filme "Sol sobre lama", de Alex Viany, quando interpretou canções da parceria Vinícius de Moraes -Pixinguinha, inclusive as letras que Vinícius criou para os choros "Mundo melhor" e "Lamentos", dos quais, portanto, ele seria o primeiro intérprete. Em 1963 lançou pela Odeon o LP "A simplicidade de Catulo de Paula", no qual interpretou, entre outras, "Lua-lua", "Zé Piedade", "Minha fulô" e "Vida ruim", todas de sua autoria. Em 1964, participou da peça "Pobre Menina Rica", de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra. Em 1970 lançou LP que leva seu nome, interpretando "Canção da tristeza", "Forró do Barnabé", "De Maria só o nome" e "Razão pra não chorar", todas de sua autoria.

CATULO FEZ A TRILHA SONORA DA PRIMEIRA VERSÃO DE ROQUE SANTEIRO, CENSURADA PELA DITADURA MILITAR

Nos anos de 1970, foi convidado para interpretar um cego cantador de feira na novela "Roque Santeiro", na Tv Globo, tendo ele preparado um ABC, no qual narrava a novela em versos começando cada estrofe com uma letra do albabeto. A novela entretanto acabou não indo ao ar pois foi vetada pela censura na época da ditadura militar. Anos depois a novela foi ao ar, desta vez com Arnoud Rodrigues no papel do cego. Em 1976 a Tapecar lançou o LP "Geremias do Roque Santeiro", que trazia entre outras, "Roque Santeiro", "ABC do Roque Santeiro" e "Alegria dolorida", de sua autoria, além de "Prefiro ficar com Maria", de Paulo Gesta e Luiz de França.

Em 1995, sua composição "Caubói do Ceará" foi gravada pelo cantor brega Falcão no disco "A besteira é a base da sabedoria".

Catulo de Paula - Discografia

• Vai comendo Raimundo/O pau comeu (1953) Continental 78
• Bib-bop do Ceará/Tua carta (1955) Continental 78
• Zabumbô, zabumbá/Ô luá...ô luá.. (1955) Copacabana 78
• Rosamélia/Foi saudade (1956) Copacabana 78
• Nós num "have"/Mambo do Ceará (1957) Odeon 78
• Cawboy do Ceará/Como tem Zé na Paraíba (1962) Orion 78
• A simplicidade de Catulo de Paula (1963) Odeon LP
• Catulo canta no Michel – Odeon LP
• Catulo de Paula (1970) Odeon LP
• Geremias do Roque Santeiro (1976) Tapecar LP

Catulo de Paula - Composições

(Ermenegildo Evangelista de Souza)

ABC do Roque Santeiro
Alegria dolorida
Aquela flor (Catulo de Paula / Antônio Carlos de Souza e Silva)
Balada da noite sem fim (Catulo de Paula / Silva e A C. Souza)
Bip-bop do Ceará (Catulo de Paula / Carlos Galindo)
Brincando de saudade (Catulo de Paula / Antônio Carlos de Souza e Silva)
Canção da tristeza
Casa de pau, pó e pá
Choveu no Ceará
Como tem Zé na Paraíba (Catulo de Paula / Manezinho Araújo)
Cowboy do Ceará
De Maria só o nome
É a vida... É a vida
Este é meu Rio
Eu sou menor (Catulo de Paula / Francisco Araújo)
Foi saudade
Forró do Barnabé
Forró do Zé João (Catulo de Paula / N. Barros)
Hás de lembrar (Catulo de Paula / Washington Fernandes)
Já vou
Lua-lua
Mambo do Ceará (Catulo de Paula / Roberto Silveira)
Maria Bonita
Meu tempo é nunca mais
Minha fulô
Na cabana do rei (Catulo de Paula / Jaime Florence)
O glosador
Ô Luá... ô luá...
Olhos tristes
Os olhos da cabocla
Por onde eu vou (Catulo de Paula / Antônio Carlos de Souza e Silva)
Que o diabo mandou (Catulo de Paula / Fernando Lopes)
Razão pra não chorar
Roque Santeiro
Saudade de Maceió (Catulo de Paula / Jorge de Castro)
Seu dureza (Catulo de Paula / Manezinho Araújo)
Sodade traiçoeira
Tempo de esperar (Catulo de Paula / A de Azevedo e J. Paiva)
Tenho pena da noite (Catulo de Paula / Marino Pinto)
Toada do bumbo (Catulo de Paula / Hermenegildo Francisco)
Tua carta (Catulo de Paula / Fernando Lopes)
Um pequeno nada (Catulo de Paula / Antônio Carlos de Souza e Silva)
Vai comendo Raimundo (Catulo de Paula / Amado Régis)
Vamos cantar (Catulo de Paula / Gabriel Pessanha)
Varinha de condão (Catulo de Paula / Fernando Lopes)
Vida ruim
Zabumbô, zabumbá
Zé da Paraíba (Catulo de Paula / M. Araújo)
Zé Piedade

FONTE: DICIONÁRIO CRAVO ALBIM DE MÚSICA BRASILEIRA.

CURIOSIDADE SOBRE CATULO DE PAULA

'Mourão', de César Guerra-Peixe

O motivo melódico da peça 'Mourão' foi pela criado por Guerra-Peixe no Recife, em 1951, para servir como música de fundo num programa radiofônico que contava as estórias de Lampião e seus cangaceiros. Alguns anos mais tarde, residindo em São Paulo, Guerra-Peixe regravou o tema em um disco LP da Copacabana, intitulado Festa de ritmos, adaptando ao tema alguns versos e chamou a música 'De viola e Rabeca', interpretada por Catulo de Paula, um cantor do Ceará que vivia em São Paulo. Com a criação do Movimento Musical Armorial, o teatrólogo Ariano Suassuna, conhecendo a peça 'De viola e Rabeca', solicitou a Guerra-Peixe autorização para que Clóvis Pereira transformasse a música gravada por Catulo de Paula em uma peça para a orquestra Armorial de Câmara de Pernambuco.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Meu primeiro beijo

Barros Alves

Enleios de uma infância bem distantes,
Guardo-os todos gravados na retina
E entre aqueles pueris instantes
Surge um tão doce nome: Catarina!

Aqueles meigos olhos de menina,
Verdes, vivos, belos e brilhantes
Em delicada face pequenina...
A mais bela de todas as infantes!

Foi numa tarde langorosa e bela
Em que sonhos surgiam em cada canto,
Jamais vi outra tarde igual aquela!

Oh! carícias de afeto e acalanto
E os meus lábios selaram os lábios dela
No beijo mais gostoso, puro e santo...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Uma bela mulher!









Nada como começar um novo ano haurindo os eflúvios de uma bela mulher. Esta que está ao meu lado é a gentil e meiga Débora, estudante de jornalismo, radialista e uma das assessoras que integram o competente staf do Deputado Professor Teodoro.

Para a Débora valem os versos do grande poeta mineiro Belmiro Braga:

Quando a mulher quer eu acho
Que nem Deus a desanima:
- É água de morro abaixo
Ou fogo de morro acima.

E vivam as mulheres!!!