segunda-feira, 24 de outubro de 2022

LULADRÃO MORTO

                                                                                   


Barros Alves

 

Lula morreu de repente,

Foi o padre dizer missa.

Mas, orou ao Deus clemente:

- Nunca ‘encomendei’ carniça...

 

Pensou o padre: - Já sei

Porque estou incomodado.

É que nunca ‘encomendei’

Um ladrão tão afamado.

 

- Ó Deus Pai, Santo e fiel –

Rezou baixinho o vigário.

- Como enviar pro céu

Esse ladrão salafrário?

 

E em vez de ao Padre Eterno

Fazer a última oração.

Orou ao Cão do Inferno:

- Leve logo esse ladrão...

 

Num suspiro derradeiro,

Lula já encaixotado,

Quis dar propina ao coveiro

Para não ser enterrado.

 

E ao descer devagarinho

Da cova na escuridão,

Surrupiou de mansinho

Os dourados do caixão.

 

OS PAPAS E O COMUNISMO parte 5

                                                                                              


Barros Alves

             

    Vi que algumas pessoas comentaram artigos anteriores subordinados a esse mesmo tema. Comentadores partidários da “doutrina pestilenta”, inclusive. Para esses ventríloquos de paladinos da miséria devemos dedicar jejum e oração, uma vez que somente a misericórdia de Deus pode salvá-los. Falta-lhes não apenas sólidos argumentos, mas demonstram total desconhecimento da Igreja fundada por Jesus Cristo, sendo que quando intentam alguma analogia entre ação temporal da Igreja e socialismo/comunismo, o fazem arrimados em categorias de análise marxistas o que, por si, já constitui um desastroso método, falacioso e equivocado como interpretação da história e da ação da Igreja no mundo. Vou repetir a palavra do Papa Francisco, claro simpatizante da herética Teologia da Libertação: “A Igreja não é uma Ong ou um sindicato. A Igreja é a epifania do Pai.” Portanto, o olhar crítico com que se olha para estes, não pode ser o mesmo com que se deve olhar para aquela. Esta constatação por si já demonstra a falência de conhecimento e a profusão de inconseqüências de alguns críticos. Estranharia, destarte, se esses comunistas que sequer leram Marx e com certeza passam longe dos documentos da Igreja, tivessem entendimento para aceitar as admoestações papais. Entristecedor mesmo é ver católicos concordando com esse tipo de crítico.

            Já se disse neste espaço que a Igreja, pelos seus mais importantes pensadores, em especial os Pontífices, que se manifestam de forma firme e convicta por intermédio de Cartas Encíclicas, têm condenado com veemência o socialismo/comunismo, desde Pio IX, exatamente porque “a doutrina marxista é intrinsecamente má”, segundo as anatematizadoras palavras de Pio XI. De igual modo, Leão XIII, que no final do século XIX compreendeu como poucos as transformações sociais do seu tempo, atento estava para a pregação da miséria socialista disfarçada de solidariedade humana: “Peste mortífera que invade a medula da sociedade humana e a conduz a um perigo extremo.” (Cf a Encíclica “Quod Apostolici Muneris).

O Papa Pio XI, que governou a Igreja durante os angustiosos anos em que a revolução comunista ascendeu ao poder na Rússia, tendo presenciado as perseguições, prisões e assassinatos de cristãos apenas pelo fato de professarem sua fé, escreveu dezenas de documentos condenando a falsa doutrina comunista, “que se apresenta sob a máscara de redenção dos humildes.” Na longa Encíclica “Divinis Redemptoris” (1937), Pio XI alerta para o pseudo ideal de fraternidade universal pregado pelos marxistas, lembra que eles abominam a religião porque dogmaticamente se fundamentam em princípios materialistas e, disseminando o ódio e a violência “se esforçam por tornarem mais agudos os antagonismos que surgem entre classes, tão cheios, infelizmente, de ódios e de ruínas, tomem o aspecto de uma guerra santa em prol do progresso da humanidade; e até mesmo, porque todas as barreiras que se opõem a essas sistemáticas violências, sejam completamente destruídas, como inimigas do gênero humano.”

            Na verdade, observando principalmente o que ocorria com o povo russo, escravizado pela ditadura do proletariado aprofundada pela crueldade de Stalin, o Papa Pio XI, alerta para o fato de que “o comunismo despoja o homem da sua liberdade na qual consiste a norma da sua vida espiritual; e ao mesmo tempo priva a pessoa humana da sua dignidade, e de todo o freio na ordem moral, com que possa resistir aos assaltos do instinto cego. E, como a pessoa humana, segundo os devaneios comunistas, não é mais do que, por assim dizermos, uma roda de toda a engrenagem, segue-se que os direitos naturais, que dela procedem, são negados ao homem indivíduo, para serem atribuídos à coletividade.” Com efeito, para o comunista é irrelevante princípios hierárquicos e de autoridade, em especial se procedem de Deus. A verdade torna-se algo relativo porque tudo é pensado e realizado em função do dogma revolucionário. Isto significa dizer que nem pai, nem mãe, nem parentes, nem amigos merecem respeito se não estiverem alinhados com o projeto de poder coletivo.

            Fanáticos disseminadores do ódio, incansáveis pregadores da insurreição contra tudo o que é Deus, como a cumprir a profecia de Tessalonicenses 1.4, os socialistas/comunistas vão impunemente fazendo a sua pregação delituosa sem que haja vozes suficientes para fazer com que eles se calem. Poucos, como Pio XI, clamam no deserto e, diante das artimanhas camaleônicas e disfarces do monstro marxista, constatam que o apóstolo Paulo tinha razão: “O mundo jaz no maligno”. Tantos são aqueles que dentro da própria Igreja aceitam a ação deletéria dos marxistas, ação destruidora dos lídimos valores cristãos. Como conseguem tal intento esses disseminadores do vírus comunista? Pio XI já identificara o mal na Encíclica em questão: a máquina de propaganda criada pelo Estado soviético já nos primeiros momentos da implantação da ditadura do proletariado. “A difusão tão rápida das ideias comunistas que se vão sorrateiramente infiltrando nos países grandes ou pequenos, cultos ou menos civilizados, e até nas partes mais remotas do globo, tem sem dúvida por causa esse fanatismo de propaganda encarniçada como talvez nunca se viu no mundo.” Lembra o pontífice que “essa propaganda dispõe de grandes meios financeiros, de inúmeras organizações, de congressos internacionais concorridíssimos, de forças compactas e bem disciplinadas; propaganda quer por jornais, revistas e folhas volantes, pelo cinema, pelo teatro, pela radiofonia, pelas escolas enfim, e pelas universidades, pouco a pouco vai invadindo todos os meios, ainda os melhores, sem se darem talvez pelo veneno que cada vez mais vai infeccionando os espíritos e os corações.”

            Aqui cabe chamar a atenção para uma paradoxalidade. Os militares brasileiros protagonizaram em 1964 um movimento de reação ao processo revolucionário que estava prestes a transformar o Brasil em nova Cuba na América Latina. Afastado o perigo imediato, depois de um processo de vinte anos de acomodação democrática, deixam o poder, o qual foi retornando aos poucos às mãos daqueles que sempre pregaram a ditadura do proletariado e, consequentemente, a destruição da democracia. O que fizeram os verdadeiros democratas, os patriotas fardados em especial? Mergulharam no silêncio e no ostracismo desejado, cruzaram os braços. Enquanto isso, revolucionários e ex-terroristas, que mesmo sob o regime autoritário encontraram vários meios de continuar a pregação comunista, agora cavalgando o velho e farsante discurso de paladinos da democracia, se assenhorearam das instituições públicas e da  máquina do Estado. Deu nisso que estamos vendo aí. O povo brasileiro, depois de ter se livrado de uma cleptocracia marxista que antes ascendera ao poder dentro dos trâmites democráticos, está na iminência de ser novamente assaltado.

            Enfim, o mundo já viu como agem os Estados policialescos governados por comunistas. Caso exemplar é a Rússia soviética, as ditaduras comunistas do Leste europeu. Continua a presenciar essa maldição na China, na Coreia do Norte, em Cuba, na vizinha Venezuela. Porém, não poucos continuam cegos e surdos aos gritos de socorro dos povos desses países. Pior, muito pior: alguns os têm como governos que devem servir de exemplo para a nossa Pátria. Vade retro!!!

 

sábado, 22 de outubro de 2022

A DITADURA TOGADA

                                                                                   


Barros Alves

Começo esse breve arrazoado com o óbvio ululante verbalizado em algum momento pelo incensado advogado e político brasileiro, Rui Barbosa: a ditadura mais odiosa é aquela exercida sob o pálio da toga.  Aliás, a rigor, todas as ditaduras são chanceladas por juristas irresponsáveis mancomunados com magistrados inescrupulosos e subservientes aos mandatários do poder. A ditadura essencialmente togada é a mais odiosa, exatamente porque aqueles que envergam a toga abandonam o simbolismo sacral dessa vestimenta que aponta para o dever de fazer justiça, e se jungem a interesses mesquinhos, particulares ou de grupos políticos aos quais estão, de alguma forma, atrelados.

Não podemos ser ingênuos no respeitante ao fato de que, sob a democracia, o mandato concedido pelo povo a um governante, também lhe dar o direito de nomear magistrados para as Cortes superiores, alinhados com uma ideologia ou programa de governo vitorioso na escolha popular. Tanto isto é verdade que o Supremo Tribunal Federal, no caso do Brasil, é constitucionalmente um tribunal jurídico-político e não puramente jurídico. Qualquer cidadão brasileiro em pleno gozo dos seus direitos, pode ser apresentado para ocupar uma cadeira no STF, obedecidos os trâmites legais. Todavia, o conteúdo político da escolha não pode, em hipótese alguma, ser pressuposto influenciador nas decisões do magistrado, que deve arrimar-se no Direito e na interpretação da Lei que leva imprescindivelmente à consecução da Justiça requerida.  Há, portanto, parâmetros constitucionais e éticos para a escolha, entre os quais assomam a honestidade e o notório saber jurídico. O que, para infelicidade do povo, desgraça geral do Poder Judiciário e negação da Justiça, nem sempre ocorre. A qualquer um que conheça o cenário jurídico-político brasileiro sabe que em nossa Suprema Corte tem personalidades com parco saber jurídico e alguns sobre os quais pesam grandes dúvidas em relação às posturas éticas.

Pietro Calamandrei, no clássico “Eles, os Juízes, Vistos por um Advogado”, lembra que “para se tornar luminar fascista não era necessário conhecer direito (duvidava-se até de que alguns deles tivesse diploma regular). Chegava-se a essa celebridade por dois títulos: ou como alto dirigente do partido, tendo preferência os que se gabavam de façanhas sanguinárias ou que, pelo menos, tivessem uma cara feroz; ou como parente de algum ministro, de preferência do Ministro da Justiça.” No cenário dos países que adotaram o regime comunista a situação era bem mais tenebrosa, porque os magistrados, ainda que totalmente alinhados com a ideologia das ditaduras a que serviam subservientemente, eram obrigados a decidir de acordo com as conveniências do dirigente do Partido, com o fito de atender à vontade de algum líder comunista ou a normas circunstanciais emanadas do poder central, seguindo os parâmetros da “dialética política” a ditar a interpretação da lei, que mudava conforme o vento do humor do governante de plantão.

Não há como esquecer aqui, mutatis mutandis, que em nossa Suprema Corte há casos de nomeações questionáveis do ponto de vista das exigências constitucionais de notório saber jurídico. Um dos ministros, só ligeiramente alfabetizado, foi durante algum tempo advogado do Partido a que pertencia o presidente que o nomeou. Esse moço, militante partidário, esqueceu de estudar e, tendo se submetido a concurso para  juiz, não logrou êxito. Outro, defensor de criminosos que desrespeitam a Constituição ao invadir propriedades privadas, foi notório cabo eleitoral da presidente que ao seu tempo o nomeou para o STF. Outro há ainda que, não apenas defensor, mas militante político em defesa de um criminoso internacional que hoje paga pena de prisão perpétua no país de origem, tem um discurso na Academia e outro diametralmente oposto quando assentado numa cadeira no Supremo Tribunal Federal.

Esse ministro de duas caras, que agride a Constituição ao desmonetizar canais de mídia virtual operados por alinhados do governo, cassando liberdades; mas não age da mesma forma com opositores do governo, é o mesmo que na condição de professor, sobre liberdade de expressão assim se manifesta: “Como costumo afirmar, a liberdade de expressão não é garantia de verdade ou de justiça. Ela é uma garantia da democracia. Defender a liberdade de expressão pode significar ter de conviver com a injustiça e até mesmo com a inverdade. É o preço. Isso deve ser especialmente válido para os candidatos e políticos em geral. Quem não gosta de crítica, não deve ir para o espaço público.” (Luís Roberto Barroso em prefácio ao livro DIREITO ELEITORAL E LIBERDADE DE EXPRESSÃO, de Aline Osório. Editora Fórum. Belo Horizonte-MG, 2017, pág. 21).

Por pertinente, vale citar o apresentador da citada obra, Daniel Sarmento, advogado e professor titular de Direito Constitucional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ: “Em uma ordem jurídica que se pretenda democrática, a liberdade de expressão deve ter papel central na disciplina do processo eleitoral, viabilizando o mais amplo debate entre candidatos, forças políticas e sociedade, e propiciando acesso à maior gama possível de informações e pontos de vista aos eleitores e ao público em geral. Afinal, no núcleo duro da liberdade de expressão - direito de máxima estrutura em qualquer democracia constitucional -, se encontra o debate político, e é essencial que este seja especialmente dinâmico e robusto no contexto eleitoral.” O senhor Daniel Sarmento lembra ainda, com muita propriedade, o que hoje  tomou proporções verdadeiramente imorais em razão de decisões juridicamente  absurdas e moralmente inconsequentes adotadas pelo Ministro Alexandre de Morais, numa agressão sem precedentes ao que há de mais elementar numa democracia constitucional. Sarmento observa: “O que se vê no Brasil é o inverso: a legislação, a doutrina e a jurisprudência na área (eleitoral) praticamente ignoram a liberdade de expressão. Abundam as restrições normativas a essa liberdade, desprovidas de qualquer justificativa razoável, e os juízes eleitorais agem frequentemente como verdadeiros censores de toga.” E a autora do livro identifica: “A ampla e robusta proteção constitucional conferida à livre expressão de idéias e informações ainda não ganhou vida plena fora do papel.” É fácil afirmar que nos dias tenebrosos em que vivemos, essa liberdade que nos assegura a Constituição Cidadã está sendo usurpada de forma criminosa exatamente por quem mais deveria defendê-la.  

Por todo esse cerceamento da liberdade de expressão e de outras liberdades públicas, não apenas chancelado pela Suprema Corte em sede de provocação ou de recursos, mas por iniciativa do próprio STF, como é o caso do interminável e imoralíssimo “inquérito do fim do mundo”, não há a menor dúvida de que o Brasil já está sob uma ditadura da toga. Partidos, sobretudo os de esquerda, aplaudem a militância política de uma Corte que deveria ater-se às funções de guardar a Constituição da República. O medo, a covardia ou a evidente cumplicidade dá o tom em diversas instituições, como é o caso da Ordem dos Advogados do Brasil-OAB, que segue silente diante dos abusos cometidos pelo STF. As redes de comunicação de massa quedam genuflexas e acumpliciadas com o avanço da espada da Têmis brasileira, que a estas alturas já quebrou os pratos da balança que equilibra o sentido de Justiça. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, outro importante organismo da sociedade, se transformou em sindicato de bispos a serviço de interesses que passam longe dos valores historicamente pregados nos púlpitos da Igreja Católica. Doutrina e pastoral católicas sempre se posicionaram em favor da democracia e contra ideologias malsãs, que em nada se coadunam com as sagradas tradições evangélicas de fé e liberdade.  A CNBB, como outras instituições aparelhadas pela esquerda, agora ajoelha-se silente diante da ditadura da toga, não diante do altar da vida. Quanta pusilanimidade!!!

 

terça-feira, 18 de outubro de 2022

OS PAPAS E O COMUNISMO - Parte 4

                                                                              


Barros Alves

Constitui algo verdadeiramente estranho, senão digno de estudos por parte de especialista em doenças psíquicas, o fato de que pessoas bem formadas e bem informadas se alinhem em pensamento e militância política à doutrina marxista. Por todas as misérias que causaram nos países em que foram implementadas experiências socialistas, é inconcebível que as idéias exposadas por marxistas, ainda hoje, em pleno século XXI, depois dos fiascos em que se transformaram, sejam acolhidas por gente culta, em especial no meio universitário. Essa “doutrina pestilencial”, para usar a feliz expressão do Papa Pio XI, de fato parece ser um caso de desvio mental, psicopático. Esse vírus ideológico, disseminado entre nós com maior vigor desde há cem anos, com a criação do Partido Comunista do Brasil, em 1922, tem feito estragos nas mentes de muitos brasileiros, em especial da juventude. Ataca os neurônios das pessoas com tal capacidade de deformá-los, que os impulsos enviados por eles ao cérebro de uma pessoa doutrinada por um socialista/comunista são distorcidos a ponto de não perceberem a elementar diferença entre o bem e o mal, levando-a a uma total alienação.

Com efeito, expressa bem essa constatação do marxismo como doença, a definição que o próprio Lênin deu à porralouquice dos radicais que intentaram impedir a necessária abertura econômica no limiar do governo dos sovietes, diante do fracasso das medidas adotadas pelo comunismo nascente. Diante das pressões para não decretar uma Nova Política Econômica (NEP), só conseguida a muito custo em 1923, já no ano de 1920 Lênin escreveu a obra intitulada “Esquerdismo, doença infantil do comunismo.” Na verdade, socialismo, comunismo, esquerdismo, trotskismo, bolivarianismo, lulopetismo e todos os demais ismos cuja raiz está assentada na doutrina malsã saída de um cérebro doentio como o de Marx, são todos uma doença.

No Brasil dos dias que correm há um séquito de pessoas, – artistas, professores, religiosos etc -, algumas com elevada capacidade de influenciar outras em suas áreas de atuação, notadamente em redes sociais, que intentam convencer a população de que o retorno de um político notória e moralmente desqualificado ao comando do governo central é algo proveitoso para a nação brasileira. Entre essas figuras que detêm deletéria liderança, desenvolvem um proselitismo nefasto e por todos os motivos condenável, encontram-se alguns prelados da Igreja Católica e de denominações protestantes, nestas bem menos do que naquela. Esses líderes religiosos cavalgam doutrinas teológicas que se harmonizam com a “doutrina pestilencial” do socialismo/comunismo e, portanto, se arrimam em tenebrosos intentos que não se coadunam em hipótese alguma com as doutrinas cristãs assentadas nos Evangelhos e nos escritos de Pais e Padres da Igreja cristã, estes fielmente seguidos ao longo do tempo por sucessores apostólicos, homens e mulheres de vida dedicada à causa de Cristo.

Entre aqueles que foram escolhidos para a missão de servir à humanidade pregando as Boas Novas do Reino de Deus, estão os sumos pontífices que dirigem a Igreja Católica Apostólica Romana desde o apóstolo Pedro, primeiro Papa segundo a tradição católica. Nenhum deles, desde que Karl Marx sistematizou sua odiosa doutrina, tem a mínima palavra de aceitação dessa heresia política fundada numa ideologia de desfaçatez, mentira e morte. Isto pelo simples fato de que o marxismo, intrinsecamente materialista e ateu, tem como um dos primordiais objetivos a destruição da civilização cristã, dos valores mais caros àqueles que crêem em Jesus Cristo como Filho de Deus, o Deus encarnado, uma das pessoas da Trindade Divina, o Senhor e Salvador da humanidade. Todos os Papas, desde Pio IX (1792-1878), têm condenado com firmeza e até com veemência, como foi o caso de Pio XI (1857-1939), as idéias marxistas; e definido critérios de punição para todo católico que se filie a partido comunista ou se alie a comunista para a consecução de seus funestos objetivos.

  Bento XV sucedeu a São Pio X, conhecido como “Papa da Eucaristia”, e governou a Igreja de 3 de setembro de 1914 a 22 de janeiro de 1922, tendo, destarte, liderado a Igreja durante os atrozes anos da Primeira Guerra Mundial. Passou os quatro anos do conflito exortando as nações à paz e insistentemente tentou mediar negociações com vistas ao encerramento da guerra. Seu pontificado caracterizou-se pela reforma administrativa da Igreja, a elaboração do Código de Direito Canônico (1917) e a canonização de Santa Joana d’Arc. Bento XV ficou alarmado com a vitória da revolução comunista na Rússia e, sobretudo, com o assassinato da família imperial Romanov, crime que ele condenou com firmeza. Creditava todos esses desatinos, em especial os causados pelo comunismo, ao afastamento do homem de Deus e manifestou seu pensamento pontificial na Encíclica  “Ad Beatissimi Apostolorum”.

Como a apontar o dedo para a Rússia em convulsão, mas também para os países que se digladiavam em guerra, Bento XV escreveu: “Lembrem-se desta verdade os príncipes e governantes dos povos, e considerem se é prudente e seguro que os governos ou os Estados se afastem da santa religião de Jesus Cristo, da qual sua autoridade recebe tanta força e apoio. Que eles considerem repetidamente se é uma medida de sabedoria política procurar divorciar o ensino do Evangelho e da Igreja do governo de um país e da educação pública dos jovens. A triste experiência prova que a autoridade humana falha onde a religião é deixada de lado.” O Papa lembra que com falácias agitadores incutem ódio nos trabalhadores, fazendo com que ajam irracionalmente. “Não é necessário enumerar as muitas consequências, não menos desastrosas para o indivíduo do que para a comunidade, que decorrem desse ódio de classe.”

Os cristãos das mais diversas denominações devem ter bem presente uma realidade palpável, qual seja a estratégia neomarxista que, principalmente a partir do filósofo italiano Antônio Gramsci, abdicando preliminarmente da luta armada, mas em olvidá-la totalmente, usa todos os mecanismos culturais para minar a civilização cristã. Nas escolas, nas igrejas, nos sindicatos, nas associações sócio-culturais e onde mais possa agir para cooptar seguidores, lá estão os agentes da “doutrina pestilencial” a contaminar mentes e corações e, sobretudo, para causar divisões na seara onde trabalha o povo de Deus. As teologias estranhas, como a Teologia da Libertação a agir no campo católico; e a Teologia Integral a disseminar a discórdia no campo evangélico/protestante, distorcem as Boas Novas do Cristo com uma hermenêutica fundada em categorias de análise próprias da dialética marxista. Trata-se de uma estratégia que tem demonstrado eficiência e eficácia na consecução dos demoníacos objetivos. Atentemos, portanto, para a admoestação do Papa Bento XV: “Os inimigos de Deus e da Igreja sabem perfeitamente que qualquer briga interna entre os católicos é uma verdadeira vitória para eles. Por isso, é sua prática habitual, quando vêem os católicos fortemente unidos, esforçar-se por semear habilmente as sementes da discórdia para romper essa união.” Então, o caminho está claro desde os tempos neotestamentários, quando diante dos desvios observados na Igreja da Galácia, o apóstolo Paulo foi preciso ao orientar: “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” (Carta aos Gálatas, cap. 1 – vers. 8). Portanto, atenção redobrada  para as ciladas armadas pelo Coisa Ruim que nestes tempos pós-verdade, mais do que dantes dissemina a mentira e o ódio por intermédio do comunismo ateu. De fato, o Coisa Ruim é o Pai da Mentira, conforme diz a Bíblia. Depreenda-se sem medo de erro, que sendo os socialistas/comunistas pregadores do materialismo sem fé em Cristo, sem Deus, sem espiritualidade cristã, só podem ser seguidores do diabo. Para esses temos a palavra de São João: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.” (Evangelho de São João, cap. 8 – vers. 44).