segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Precauções saudáveis


Olavo de Carvalho


"Se o prezado leitor deseja entender algo do mundo atual, o mínimo indispensável de prudência recomenda que se atenha às seguintes regras no julgamento das informações que lhe chegam:

Regra 1: O que quer que venha rotulado como consenso da opinião mundial, aprovado unanimemente por vários governos, pelos organismos internacionais, pela grande mídia, pela indústria do show business e pelos intelectuais públicos mais em moda, ou seja, pela quase totalidade dos "formadores de opinião", é suspeito até prova em contrário".

Leia a íntegra deste artigo em http://www.olavodecarvalho.org/semana/091124dc.html

Antônio Silvino







Meu avô foi muito rico
e meu pai foi abastado
mas naõ mandou me educar
porque onde foi criado
o povo não aprecia
o homem civilizado

Ali se aprecia muito
um cantador, um vaqueiro
um amansador de poldro
que seja bem catingueiro
um homem que mata onças
ou então um cangaceiro

Meu pai fez diversas mortes
porém nunca foi bandido
matava em defesa própria
quando se via agredido
pois nunca guardou desfeita
e morreu por atrevido

Enquanto eu era pequeno
aprendi a trabalhar
chegando aos 14 anos
dediquei-me a vaquejar
abracei aos vinte anos
a profissão de matar
___________________
De "O interrogatório de
Antonio Silvinio", de Francisco das Chagas Batista

Descriminalização das drogas: ingenuidade ou maldade?


"Alguém acredita que Fernandinho Beira-Mar, com a descriminação de drogas, vai pagar ICMS? Ao discutir os problemas que dizem respeito a todos nós, não o faço por arrogância, mas para tentar entendê-los, suscitar a discussão ampla, já que os discuto comigo mesmo. Um desses problemas são as drogas, que, a cada dia, se torna mais agudo, provocando debates e tentativas de solução os mais diversos e polêmica".

O texto acima inicia artigo escrito pelo Poeta Ferreira Gullar na Folha de São Paulo.

Leia a íntegra do artigo em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2911200921.htm

De Oscar Niemeyer, o poeta


"O sujeito tem de se abrir para o mundo e não ficar atrás da visão estreita dos especialistas"

"Sem intuição não se faz nada. O ensino de hoje está roubando a intuição das crianças".

"No fundo ninguém entende de arquitetura, porque ela é subjetiva, tem mistérios e minúcias".

Se não canta martelo do meu tanto/ Se deixar de cantar faz um favor

ivanildo Vilanova

Se não sabe o que é o Canadá
Sobre os graus que possui o Greenwich
E se não sabe o que é o Park Beach
Que é a glória maior do Ceará
Se não sabe a religião de Alah
E não conhece quem é o Salvador,
Mínimo, múltiplo e máximo decompor
E o valor do Divino Espírito Santo
Se não canta martelo do meu tanto
Se deixar de cantar faz um favor.

Obrigado meu Deus por ser poeta!

Sebastião da Silva

No outono, verão e no inverno
Eu vivi trabalhando no roçado
Aboiando feliz atrás do gado
E vendo mato mudar seu próprio terno
Mas, com ordem do Santo Pai Eterno
Eu comprei a viola, o meu piano,
Nela ganho meu pão cotidiano,
É amiga, divina e predileta,
Obrigado meu Deus por ser poeta
Nos dez pés de martelo alagoano.

Santo do dia


Hoje a Igreja está em festa, pois celebramos a vida de um escolhido do Senhor para pertencer ao número dos Apóstolos.

Santo André nasceu em Betsaida, no tempo de Jesus, e de início foi discípulo de João Batista até que aproximou-se do Cordeiro de Deus e com São João, começou a segui-lo, por isso André é reconhecido pela Liturgia como o "protocleto", ou seja, o primeiro chamado: "Primeiro a escutar o apelo, ao Mestre, Pedro conduzes; possamos ao céu chegar, guiados por tuas luzes!"

Santo André se expressa no Evangelho como "ponte do Salvador", porque é ele que se colocou entre seu irmão Simão Pedro e Jesus; entre o menino do milagre da multiplicação dos pães e Cristo; e, por fim, entre os gentios (gregos) e Jesus Cristo. Conta-nos a Tradição que depois do Batismo no Espírito Santo em Pentecostes, Santo André teria ido pregar o Evangelho na região dos mares Cáspio e Negro.

Apóstolo da coragem e alegria, Santo André foi fundador das igrejas na Acaia, onde testemunhou Jesus com o seu próprio sangue, já que foi martirizado numa cruz em forma de X, a qual recebeu do santo este elogio: "Salve Santa Cruz, tão desejada, tão amada. Tira-me do meio dos homens e entrega-me ao meu Mestre e Senhor, para que eu de ti receba o que por ti me salvou!"

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Santo do dia


Neste dia lembramos a vida desta santa que é inspiradora e protetora de um Estado brasileiro: Santa Catarina. Nascida em Alexandria, recebeu uma ótima formação cristã. É uma das mais célebres mártires dos primeiros séculos, um dos Santos Auxiliadores.

O pai, diz a lenda, era Costes, rei de Alexandria. Ela própria era, aos 17 anos, a mais bonita e a mais sábia das jovens de todo o império; esta sabedoria levou-a a ser muitas vezes invocada pelos estudantes. Anunciou que desejava casar-se, contanto que fosse com um príncipe tão belo e tão sábio como ela. Esta segunda condição embargou que se apresentasse qualquer pretendente.

"Será a Virgem Maria que te procurará o noivo sonhado", disse-lhe o ermitão Ananias, que tinha revelações. Maria aparece, de fato, a Catarina na noite seguinte, trazendo o Menino Jesus pela mão. "Gostas tu d'Ele?", perguntou Maria. -"Oh, sim". -"E tu, Jesus, gostas dela?" -"Não gosto, é muito feia". Catarina foi logo ter com Ananias: "Ele acha que sou feia", disse chorando. -"Não é o teu corpo, é a tua alma orgulhosa que Lhe desagrada", respondeu o eremita. Este instruiu-a sobre as verdades da fé, batizou-a e tornou-a humilde; depois disto, tendo-a Jesus encontrado bela, a Virgem Santíssima meteu aos dois o anel no dedo; foi isto que se ficou chamando desde então o "casamento místico de Santa Catarina".

Ansiosa de ir ter com o seu Esposo celestial, Catarina ficou pensando unicamente no martírio. Conta-se que ela apresentou-se em nome de Deus, diante do perseguidor, imperador Maxêncio, a fim de repreendê-lo por perseguir aos cristãos e demonstrar a irracionalidade e inutilidade da religião pagã.

Santa Catarina, conduzida pelo Espírito Santo e com sabedoria, conseguiu demonstrar a beleza do seguimento de Jesus na sua Igreja. Incapaz de lhe responder, Maxêncio reuniu para a confundir os 50 melhores filósofos da província que, além de se contradizerem, curvaram-se para a Verdade e converteram-se ao Cristianismo, isto tudo para a infelicidade do terrível imperador.

Maxêncio mandou os filósofos serem queimados vivos, assim como à sua mulher Augusta, ao ajudante de campo Porfírio e a duzendos oficiais que, depois de ouvirem Catarina, tinham-se proclamado cristãos. Após a morte destes, Santa Catarina foi provada na dor e aprovada por Deus no martírio, tendo sido sacrificada numa máquina com quatro rodas, armadas de pontas e de serras. Isto aconteceu por volta do ano 305.

O seu culto parece ter irradiado do Monte Sinai; a festa foi incluída no calendário pelo Papa João XXII (1316-1334).

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Uma anistia impecável

Aristóteles Drummond*

O Brasil comemora os 30 anos da anistia política, ampla, irrestrita e
recíproca, fruto de compromisso democrático e da generosidade do presidente
João Figueiredo.
O último presidente do regime militar encerrou o ciclo revolucionário,
entregando o país em ordem e progresso, sufocados os movimentos armados que
promoviam assaltos a bancos, sequestros de diplomatas, assassinato de
empresários e militares estrangeiros. Com a anistia, a maior parte desses
jovens pôde se reincorporar à vida nacional. E vários ocupam cargos no
Legislativo e no Executivo, certamente convertidos aos ideais democráticos.
O grande embuste que cerca a questão da luta contra o regime surgido do
movimento cívico-militar de 64 se refere justamente à diferença entre os
liberais que defendiam o Estado de Direito, as franquias democráticas, no
Congresso Nacional, e os que optaram por pegar em armas. E não o fizeram
para restabelecer a plenitude democrática, mas sim, para impor ao País um
regime de esquerda totalitário e moldado no modelo cubano.
Alguns políticos, como o atual secretário de Estado em São Paulo e ministro
de mais de uma pasta no governo Fernando Henrique, deputado federal Aloísio
Nunes Ferreira, nunca foram pela simples volta da democracia.
Ele participou de atos de violência, viveu em Paris e em Cuba, sendo
públicas suas boas relações com Fidel Castro. Hoje, está reintegrado à vida
política, certamente amadurecido, atendido pela anistia que, generosamente,
incluiu os denominados "crimes de sangue". Já Franco Montoro, Tancredo
Neves, Miro Teixeira, José Aparecido de Oliveira e Paulo Brossard, entre
outros, lutaram pela abertura e a redemocratização que o general Figueiredo
prometeu e cumpriu.
O correto professor Daniel Aarão Reis, da Universidade Federal Fluminense,
foi ativista radical e declarou, em entrevista publicada em 2001, que as
organizações de esquerda queriam mesmo implantar uma ditadura
revolucionária.
O veterano e respeitado deputado Miro Teixeira, que votou a anistia,
declarou que "no ambiente político da época, ficou claro que todos estavam
anistiados. Era isso ou nada".
No que toca ao Araguaia, os 70 jovens eram do PC do B, na ocasião o mais
radical partido comunista do País. Estavam armados e sabiam dos riscos a
que estavam expostos.
Nada a reclamar quanto às suas mortes, apenas a lamentar o sofrimento das
famílias. Ali, os militares cumpriram, com heroísmo e perdas, o dever de
defesa do Brasil. Não fossem eles, teríamos um enclave terrorista
semelhante ao que infelicita a Colômbia há décadas, com alto custo de vidas
e despesas militares. Se eram de um partido comunista, não podiam ser
democratas.
Fizemos uma anistia de alto nível e não devemos deixar prosperar a onda de
ódios e ressentimentos que, na verdade, deseja enfraquecer o alto conceito
que nossos militares gozam junto à população brasileira. Querem afastar os
militares, colocá-los na defensiva, alvo de toda sorte de mentiras, pois
há um grupo que quer fazer agora o que não conseguiu antes, sem dar nem
receber um tiro.
Sonham com um novo regime – não mais cubano, que está esclerosado e é
indefensável. Mas a novidade caricata, criada pelo coronel Hugo Chávez, na
Venezuela, os encanta. Os militares daquela época estão na reserva ou
morreram. Não podemos permitir que seus seus nomes sejam citados de maneira
negativa, pois foram impecáveis no cumprimento do dever.
E suas famílias nunca tentaram buscar, em suas pensões, modestas por sinal,
qualquer "adicional" por terem estado na mira dos terroristas, como os que
morreram neste combate.

* Aristóteles Drummond é jornalista e vice-presidente da Associação
Comercial do Rio de Janeiro

A história não os absolverá

Conforme informações do Genenral Volhogonov, entre 1929 e 1953, o Estado criado por Lênin e posto em ação por Stalin tirou a vida de 21.500.000 cidadãos soviéticos. Ninguém na hístoria jamais travou guerra semelhante contra seu próprio povo.

Já o jornalista cubano Luis Ortega, que conheceu Guevara já em 1956, diz no
seu livro "Yo Soy Che!"que o guerilheiro endeusado pela esquerda brasileira mandou fuzilar nos famosos "paredóns" nada menos do que mil e
oitocentos e noventa e dois homens. Garoto de coração bondoso, esse Che!

Santo do dia


Neste dia comemoramos a santidade dos 117 mártires vietnamitas que testemunharam seu amor a Cristo, tanto na vida como na morte. O Papa João Paulo II, em 1988, canonizou na verdade alguns, dos muitos ousados na fé, que se encontram entre o período de 1830 até 1870.

O Vietnã conheceu a Boa-nova de Jesus Cristo no século XVI, e o acolheu em sua integridade: "Então, entregar-vos-ão à aflição, matar-vos-ão, sereis odiados por todos os pagãos por causa do meu nome...mas quem perseverar até o fim, este será salvo". (Mt 24,9-13)

Santo André Dung-Lac, era de família pobre, reconheceu a riqueza do Dom Sacerdotal e foi ordenado Padre em 1823; em meio às perseguições desejava ardentemente testemunhar Jesus Cristo com o martírio, pois dizia que "aqueles que morrem pela fé sobem ao céu".

Na Ásia, iniciou-se grande perseguição aos cristãos. De 1625 a 1886, os governantes tudo fizeram para despertar o ódio e a vingança contra a religião cristã e àqueles que anunciavam o Evangelho ou tornavam-se cristãos. Mas, quanto mais os perseguiam, mais aumentava o fervor dos cristãos. Esse período culminou com a morte de 117 santos: Sacerdotes, Bispos, pais de famílias, jovens, crianças, catequistas, seminaristas, militares. Todos estes mostrando a universalidade do chamado à Santidade com o próprio sangue.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A imprensa e o suicídio

Paulo Roberto C. Queiroz*

É sabido que a imprensa cearense opta por não divulgar notícias sobre suicídio, como forma de não estimular novos episódios. Excepcionalmente, quando o assunto é abordado, é tratado numa perspectiva preventiva e educativa, como um problema de saúde pública, o que é digno de aplauso.

Contudo, em que pese a boa intenção dessa postura, seu raciocínio fundamenta-se num paradigma que vem sendo modificado, ou seja, as organizações que tratam de saúde mental (a Associação Brasileira de Psiquiatria reuniu-se recentemente em São Paulo para tratar exatamente desse tema, distribuindo cartilha sobre o assunto à imprensa) e a Organização das Nações Unidas vêm defendendo a ideia de que o assunto deve ser debatido publicamente sim.

Tomando um caso prático: a Europa e, principalmente a Alemanha ficaram chocadas com o suicídio do goleiro da seleção alemã de futebol na última semana. O assunto está sendo abordado pela imprensa europeia e por sites brasileiros, como o do Globo Esporte. Como o assunto foi tratado pela imprensa local?

Também chamou a atenção a onda de suicídios dos trabalhadores da France Telecom. Não fosse a abordagem da imprensa francesa, a política administrativa da empresa, apontada pelo sindicato como a causa dessa onda de suicídios, não teria sido alterada.

Percebe-se, portanto, que a imprensa pode e deve ser uma importante colaboradora no movimento de combate ao suicídio. O jornalismo cearense não pode se intimidar pela delicadeza do assunto. Pelo contrário, imprescindível descobrir qual a melhor e mais construtiva maneira de tratar a questão, que não seja simplesmente se omitindo.

* Paulo Roberto C. Queiroz - Mestrando em Direito Constitucional e especialista em Administração Pública
przen@ig.com.br
(Do Jornal O POVO - 17/11/2009

A imprensa e o suicídio

É sabido que a imprensa cearense opta por não divulgar notícias sobre suicídio, como forma de não estimular novos episódios. Excepcionalmente, quando o assunto é abordado, é tratado numa perspectiva preventiva e educativa, como um problema de saúde pública, o que é digno de aplauso.

Contudo, em que pese a boa intenção dessa postura, seu raciocínio fundamenta-se num paradigma que vem sendo modificado, ou seja, as organizações que tratam de saúde mental (a Associação Brasileira de Psiquiatria reuniu-se recentemente em São Paulo para tratar exatamente desse tema, distribuindo cartilha sobre o assunto à imprensa) e a Organização das Nações Unidas vêm defendendo a ideia de que o assunto deve ser debatido publicamente sim.

Tomando um caso prático: a Europa e, principalmente a Alemanha ficaram chocadas com o suicídio do goleiro da seleção alemã de futebol na última semana. O assunto está sendo abordado pela imprensa europeia e por sites brasileiros, como o do Globo Esporte. Como o assunto foi tratado pela imprensa local?

Também chamou a atenção a onda de suicídios dos trabalhadores da France Telecom. Não fosse a abordagem da imprensa francesa, a política administrativa da empresa, apontada pelo sindicato como a causa dessa onda de suicídios, não teria sido alterada.

Percebe-se, portanto, que a imprensa pode e deve ser uma importante colaboradora no movimento de combate ao suicídio. O jornalismo cearense não pode se intimidar pela delicadeza do assunto. Pelo contrário, imprescindível descobrir qual a melhor e mais construtiva maneira de tratar a questão, que não seja simplesmente se omitindo.

Paulo Roberto C. Queiroz - Mestrando em Direito Constitucional e especialista em Administração Pública
przen@ig.com.br
(Do Jornal O POVO - 17/11/2009

O princípio da subsidiariedade - parte II

Gerhard Erich Boehme

O fim natural da sociedade e da sua ação é subsidiar os seus membros, não destruí-los nem absorvê-los através de políticas demagógicas e paternalistas, ou mesmo teologias pautadas pela desresponsabilização ou atribuindo ao Estado deveres e direitos que cabem ao indivíduo e à sociedade de forma livre empreender. E muito menos subjugá-los como o fazem os regimes submetidos às ideologias de esquerda, direita e os totalitários. E muito menos dar ao cidadão total liberdade como pregam os anarquistas, que não se submetem ao poder da lei, do Estado de Direito, aos princípios democráticos e até mesmo a responsabilidade social e fundamentalmente a individual.

A ordem social será tanto mais sólida, quanto mais tiver em conta este fato e não contrapuser o interesse pessoal ao da sociedade no seu todo, mas procurar modos para a sua coordenação, de forma que seja eficaz e produtiva. Se observarmos atentamente a história da humanidade, sempre onde o interesse individual foi violentamente suprimido, acabou sendo substituído por um pesado sistema de controle burocrático, que esteriliza as fontes da iniciativa e criatividade.

E esse é o retrato atual do Brasil, da América Latina, com seu domínio, subjugando países a uma doutrina que nos é exótica, ou ditames de um Foro San Pablo que nos retira a autonomia e liberdade. Mas não deve ser, pois o brasileiro possui uma herança de conquistas e glórias, de integração, quando o mundo ainda não o era. Foi uma monarquia constitucional quando no velho mundo ainda havia monarquias absolutistas. Um país marcado por injustiças, tal qual muitos outros, mas não criador de injustiças. Assim foi com as monarquias absolutistas, assim foi com os países que se submeteram ao socialismo, seja ele o internacional ou o nacional-socialismo, ao comunismo, ou mesmo a regimes totalitários, muitas vezes denominados erroneamente de direita.

Se olharmos estes dois grupos, que servem hoje de opção aos jovens, os quais felizmente possuem sobreposições, vemos como fundamental primeiro acreditar em si, desenvolver o seu potencial. É a forma inteligente de mudar o mundo, começando ao que está ao nosso alcance e não transferindo poder a políticos ou líderes demagogos, paternalistas, populistas ou clientelistas, estes caracterizados pelo seu capitalismo de comparsas ou socialismo de privilegiados. Estes preocupados em formar uma base para a oclocracia e não para a democracia, que inclui a alternância do poder. Já o disse o Dr. Martin Luther, no início da Reforma, e o mesmo foi dito por Karol Józef Wojtyła - Johannes Paulus II, que foi por nós conhecido como Papa João Paulo II.

Luther mencionou que o exemplo do cristão deve começar por ele mesmo, colocando os assuntos terrenos em primeiro plano sob sua responsabilidade, depois da família e saber viver em comunidade. Lançou o desafio que hoje é próprio dos luteranos: Cada cristão deve viver sua comunidade, em cada comunidade edificar uma igreja e ao lado desta uma escola. Já Wojtyła nos alertou, quando empenhado em por fim aos regimes opressores, que a exemplo do que ocorreu em seu país, com seu povo, que passou pelo jugo e divisão imposta pelos nacional-socialistas, perdeu partes de seu território e ganhou outras no final da Segunda Grande Guerra, passando depois da destruição imposta pelos nacional-socialistas, por mais de cinquenta anos sob o jugo dos internacional-socialistas. Wojtyła soube viver seu tempo, deixou seu legado como Papa, mas de minha parte, como luterano, reconhece nele seus valores, soube aproximar as igrejas, e soube ser um grande líder espiritual e moral que trabalhou incansavelmente pela paz e pela justiça social, viajando mundo afora em prol da unidade da igreja e do compromisso da fé.

Como professor, foi docente de Ética na Universidade Jaguelónica e posteriormente na Universidade Católica de Lublin. E merece ser destacada a sua passagem por esta cidade, pelo seu significado na história, Desde a segunda a metade do século XVI, movimentos da Reforma surgiram em Lublin, e uma grande congregação de irmãos poloneses esteve presente na cidade. Uma das mais importantes comunidades judaicas da Polônia também se estabeleceu em Lublin neste período. Ela continuou sendo uma parte vital da vida da cidade até quando deixou de existir durante o Holocausto promovido pelos nacional-socialistas (nazistas).

Ele nos deixou o alerta, sobre o qual devemos refletir, principalmente quando lhes trago a reflexão à importância da observação do princípio da subsidiariedade: “Quando os homens julgam possuir o segredo de uma organização social perfeita que torne o mal impossível, consideram também poder usar todos os meios, inclusive a violência e a mentira, para a realizar”. (Karol Józef Wojtyła - Johannes Paulus II) Infelizmente isso nos remete para América Latina da atualidade, agora submetida aos ditames de um Foro San Pablo, com seu bolivarianismo ou chavismo, que alia narco-traficantes a líderes carismáticos e populistas, que em nada se afasta do que existiu de pior entre os latino-americanos, que foi, e de certa maneira ainda o é: o castrismo.

Hoje disseminam a violência e adotaram a mentira como praxis diária. Seja ele PAC ou piriPAC, Pan, ... Pré- e a discriminação espacial através do Programa “Minha casa, Minha vida”, segregando além das favelas, com bairros apinhados em sem a potencial de urbanização futura. É um tema interessante, posso explicar melhor. Olhando esta triste realidade, fica a certeza de que o primeiro grupo de jovens, não importando a sua verdadeira idade, são os que efetivamente apresentam a melhor proposta, mas isso não os devem afastar daqueles que não concordam com a injustiça que nos salta aos olhos no nosso dia a dia. Nos agride em nosso coração.

O que não podemos fazer é tentarmos impor a nossa felicidade aos outros, antes devemos entender e observar o princípio da subsidiariedade e sermos exemplo, entendendo a importância da nossa responsabilidade individual e cobrarmos dos outros também a responsabilidade.

E para concluir deixo as perguntas: Quer isto dizer que a questão toca a todos... sim, a nós também. Se estamos próximos de uma realidade e se temos meios ou sugestões para melhorar essa realidade porque não arregaçar mangas? Devemos esperar, por exemplo, que sejam as instituições oficiais, transferindo responsabilidades, a solucionar todos os problemas da freguesia ou comunidade onde vivemos?

Um dos resultados da aplicação do princípio da subsidiariedade é o voto distrital, causa que concorre para o desenvolvimento de um país.

Gerhard Erich Boehme
gerhard@boehme.com.br
(41) 8877-6354
Skype: gerhardboehme
Caixa Postal 15019
80811-970 Curitiba – PR

O princípio da subsidiariedade

Gerhard Erich Boehme

Desconhecido da maioria dos brasileiros ou propositadamente ignorado por aqueles que desejam transferir responsabilidades, seja por incompetência ou má fé, em especial ao Estado, por aqueles que o julgam com capacidade para solucionar a maioria dos problemas que afligem os brasileiros. O princípio de subsidiariedade é um princípio fundamental da filosofia social, senão um dos mais importantes, segundo o qual toda a atividade deve ter por objetivo ajudar a favorecer a autonomia e realização responsável dos indivíduos. E isso nos faz lembrar do conflito entre gerações, muito bem lembrado por Raul Seixas, em sua canção “Sapato 36”.

Eu particularmente divido os jovens, que se sucedem ao longo do tempo, nas novas gerações, e confesso, esta isso não é uma boa prática, a de dividir, pois nos limita a uma dicotomia, quando na realidade temos um gradiente e algo dinâmico. Mas ao menos vale como exemplo. Temos os jovens formando dois grupos, nem sempre distintos, um busca a autonomia, deseja realizar, formado por jovens que aspiram ser empreendedores, valorizam a criatividade, a inovação, o talento e fundamentalmente o estudo e o trabalho, reconhecem como fundamental o mérito. São jovens que reconhecem nos mais velhos a sabedoria e no continuum do aprender uma das razões para se viver.

São jovens que não querem ser dependentes, principalmente de outros, querem a liberdade, até mesmo de uma entidade virtual que é o Estado, a qual tem somente a capacidade de promover, e o faz de forma ineficaz e ineficiente, a transferência de responsabilidades. São jovens que reconhecem que não é legítimo e muito menos lícito fazer uso do que foi conquistado por outros, outros que não seus pais, avós, etc., pois sabem que um dos papeis que deverão desempenhar está também relacionado com o legado que deixarão, incluindo a herança.

São confiantes em si. Sabem da importância de se realizar como pessoas, na família, na sociedade e no trabalho. Sabem da importância de uma maternidade ou paternidade responsável.

"Quando a propriedade legal de uma pessoa é tomada por um indivíduo, chamamos de roubo. Quando é feito pelo governo, utilizamos eufemismos: transferência ou redistribuição de renda." (Dr. Walter E. Williams é professor de economia na Universidade George Mason em Fairfax, Va, EUA.)São jovens que sabem e reconhecem suas responsabilidades. São jovens que sabem desenvolver o seu potencial, assim como são inconformados com suas limitações, buscam superá-las.

Em outro grupo encontramos jovens que se revoltam com a injustiça que é o nosso mundo, com a qual nenhuma pessoa munida de uma consciência crítica pode concordar ou aceitar. Mas o grande problema neste segundo grupo, quando se afasta do primeiro grupo, não assumindo responsabilidades, é o de se julgar possuidor da razão e endossar ideologias que pregam como solução dos problemas uma maior presença do Estado. Optam pela via mais facial, fogem da responsabilidade. São jovens que buscam transferir responsabilidades.

Na sua maioria apóiam e se encantam com as chamadas ideologias de esquerda, buscam ressuscitá-las admirando Marx, Che e Fidel, são jovens que envelheceram antes de aceitarem os desafios de sua geração, são jovens que se encantam com ideologias que possuem um espectro que vai do comunismo, passa pelo internacional e nacional-socialismo (nazismo ou fascismo), e alcançam àqueles que se denominam social-democratas, numa alusão a serem assim democratas, como se a democracia não fosse almejada por todos, obviamente que não aqueles que defendem políticas que venham a privilegiar a oclocracia, a qual se alimenta dos chamados movimentos sociais, na realidade movimentos antissociais e servem de campo para a demagogia, paternalismo, populismo e clientelismo político, com seu capitalismo de comparsas e agora com se socialismo de privilegiados.

Muitas vezes também apoiam outras ideologias ou propostas que de uma maneira ou outra, pautadas por cientistas sociais ou até mesmo teólogos, “pregam” maior presença do Estado na solução dos problemas. Não reconhecem sua insignificância, mas agem neste sentido. Buscam a contramão ou nos impõe a lombada, pois entre a causa e o efeito, acreditam que devem atuar no efeito e isto seja suficiente. São jovens que sem conhecer, por conta de uma doutrinação, já aprenderam a ofender pessoas como Roberto Campos, um dos poucos brasileiros que soube defender como ninguém a liberdade e a responsabilidade, principalmente a responsabilidade fiscal, denunciando economistas, que Kanitz definu como economistas governamentais.

Acesse: http://www.kanitz.com.br/veja/faltam_engenheiros_governo.asp

"Os esquerdistas, contumazes idólatras do fracasso, recusam-se a admitir que as riquezas são criadas pela diligência dos indivíduos e não pela clarividência do Estado." (Roberto de Oliveira Campos)

São jovens que se limitam, buscam alternativas para transferir responsabilidades, sempre com propostas afastadas do Princípio da Subsidiariedade. Sempre com propostas afastadas do princípio da subsidiariedade. São jovens sonhadores, mas que endossam o pesadelo. A questão é que quando entendemos e respeitamos este princípio, passamos a entender que antes de tudo é fundamental não aceitar a injustiça, como quando alguém ou um grupo de pessoas tem por objetivo subtrair do indivíduo o que ele pode realizar a partir de sua própria iniciativa e capacidade, para o confiar a uma outra pessoa ou a um grupo. Começa na família quando os pais impedem que seus filhos tenham a autonomia com responsabilidade, ou criam situações para limitar o seu desenvolvimento e sua independência.

Assim também é injusto conferir a autoridade e responsabilidade para a municipalidade, quando uma comunidade ou freguesia pode realizar e decidir por si. O mesmo vale quando passamos para uma província ou estado o que poderia ser realizado e decidido com autonomia pelos burgos ou pela municipalidade. Ou quando transferimos o poder a um reino ou país quando seus desígnios são próprios das províncias ou estados. É uma injustiça, um grave dano e perturbação da boa ordem social. O resultado é a centralização, e assim jovens e velhos, ou jovens já velhos, superados pela falta de desafios ou vontade para superá-los, passam a dar credibilidade a falsos líderes, “salvadores da pátria”.

Zelito lança livro sobre a Piedade


O jornalista e escritor Zelito Magalhães, uma personalidades mais prolíficas do cenário intelectual cearense, escreveu um ensaio histórico-literário sobre um dos mais antigos bairros de Fortaleza, a Piedade. O autor é ex-presidente da Associação Cearense de Imprensa, Zelito Magalhães. Originalmente denominado Calçamento de Messejana, o bairro oficialmente é Joaquim Távora, mas ganhou a denominação popular Piedade em alusão à igreja matriz de mesmo nome. "Foi o primeiro bairro a colaborar intensamente com o processo de formação e desenvolvimento da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção", lembra Zelito. O lançamento será na próxima sexta-feira, dia 27, às 19h, na Praça da Matriz da Piedade. Cada exemplar custará dez reais e o dinheiro arrecadado com a venda do livro será revertido para obras sociais daquela paróquia.

Santo do dia


Com grande alegria e veneração lembramos a vida do terceiro Papa que governou, no primeiro século, a Igreja Romana. São Clemente I assumiu a Cátedra de Pedro, depois de Lino, Anacleto e com muito empenho regeu a Igreja de Roma dos anos 88 até 97.

Sobressai no seu pontificado um documento de primeira grandeza, fundamental a favor do primado universal do Bispo de Roma: a carta aos Coríntios, escrita no ano de 96.

Perturbada por agitadores presumidos e invejosos, a comunidade cristã de Corinto ameaçava desagregação e ruptura.

São Clemente escreve-lhe então uma extensa carta de orientação e pacificação, repassada de energia persuasiva, recomendando humildade, paz e obediência à hierarquia eclesiástica já então definida nos seus diversos graus: Bispos, Presbíteros e Diáconos.

Esta sua intervenção mostra que Clemente, para além de Bispo de Roma, sentia-se responsável e com autoridade sobre as outras Igrejas.

E saliente-se que, nessa altura, vivia ainda o Apóstolo São João, o que nos permite concluir que o Primado não foi de modo algum uma ideia meramente nascida de circunstâncias favoráveis, mas uma convicção clara logo desde o início. Se assim não fosse, nunca São Clemente teria ousado meter-se onde, por hipótese, não era chamado.

João, como Apóstolo de Cristo, era sem dúvida uma figura venerável. Mas era ao Bispo de Roma, como sucessor de São Pedro, que competia o governo da cristandade.

Uma tradição, que remonta ao fim do século IV, afirma que São Clemente terminou sua vida com o martírio. Seu nome ficou incluído no Cânon Romano da Missa.

domingo, 22 de novembro de 2009

Nilto Maciel lança livro de contos


No próximo dia 26, a partir das 19 horas, no Espaço Cultural do Restaurante O Faustino, o Escritor Nilto Maciel, um dos melhores contistas da contemporaneidade, vai lançar um livro de contos. Trata-se de uma reedição de três dos suas "short stories". Vale a pena conferir. O evento literário e o livro, claro.

Cazuza era um marginal

Karla Christine*

Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora. As pessoas estão cultivando ídolos errados. Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza?
Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível.
Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado.
No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta.
São esses pais que devemos ter como exemplo?
Cazuza só começou a gravar porque o pai era diretor de uma grande gravadora..
Existem vários talentos que não são revelados por falta de oportunidade ou por não terem algum conhecido importante.
Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e outro não.
Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz, principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme. Precisei conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas, fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou.
Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria?
Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor. Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido. Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissesem NÃO quando necessário?
Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor .
Não deixem seus filhos à revelia para que não precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é educar.. Não se preocupem em ser 'amigo' de seus filhos. Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi à pessoa que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois amigo não diz SIM sempre.'


*** Karla Christine é Psicóloga Clínica

Cazuza, um exemplo a não ser seguido

Na semana passada a Rede Globo de Televisão exibiu mais um programa de exaltação de um dos mais badalados imbecis da música popular brasileira, Cazuza. Homossexual, viciado em dorgas, deseducado como todo mal criado, em uma sociedade que se prezasse Cazuza seroa banido dos meios de comunicação como um péssimo - bote péssimo nisto - mau exemplo para a juventude. Aqui no Brasil é enaltecido como herói.

É bem verdade que num país onde participantes de programas como o Big Brther Brasil são chamados impunemente de heróis, tudo pode acontecer. Inclusive fazer-se de um marginal como Cazuza um ícone para juventude.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Quilombolas

Esse movimento quilombola não passa de um factóide ideológico para conturbar a ordem e agredir a história. O governo incentiva porque há interesses escusos por trás de tudo e que, de fato, não são os interesses legítimos do negro brasileiro.

O Programa Brasil Quilombola é mais um cabide de emprego para petistas incrustados na burocracia do Planalto.

No Brasil não existe preconceito de cor

No Brasil não existe preconceito de cor nos dias hodiernos. Existe, sim, preconceito de classe social. Duvido que um negro bem vestido, cheiroso, dinheiro no bolso seja barrado em qualquer ambiente, mesmo da high society!

Certa vez ouvi um depoimento da então Senadora Benedita da Silva, na Assembleia Legislativa, uma das defensoras dos direitos dos negros. Ela disse que ap chegar em determinado lugar, no Rio, foi tratada como uma empregada doméstica. Isto até saberem que ela era uma autoridade. Quando souberam o tratamento mudou. O fato caracteriza um claro preconceito de classe social e não de cor.

Porventura há alguma restrição a pessoas como Pelé, Camila Pitanga etc?

A propósito: no Brasil as mulheres negras, mulatas, caboclas estão entre as mais lindas e mais cobiçadas.

Nos EUA dificilmente vc vê um branco casar com uma negra, porque lá, sim, apesar de todas as lutas e todos os movimentos, ainda persiste no inconsciente coletivo o preconceito de cor.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Para suas tardes de domingo

Suas tardes de domingo estão sempre sonolentas e/ou solitárias. Não perca a oportunidade de torná-las alegres e movimentadas. É só colocar o dial de seu rádio na FM Dom Bosco, onde a partir das 15 horas está o Radialista Gilson Moreira apresentando o Programa Vida - Terço da Misericórdia. Você vai ouvir e se deliciar com pertinentes reflexões e interações com os ouvintes que buscam na Misericórdia Divina a força para superar as provações. O Programa apresentado por Gilson constitui audiência das mais apreciadas, tanto é verdade que só tem crescido o índice de audiência no citado horário na Rádio Dom Bosco.

Parabéns à emissora salesiana e ao Gilson Moreira que pelo seu carisma de evangelizador, que é Engenheiro Eletrônico dos mais respeitados no país, mas tem inegável vocação para pregador do Evangelho.

Serra de São Pedro


A história das nações tem seu fundamento primeiro na história local, nas comunidades que são as células fundadoras da nacionalidade. É, portanto, alvissareiro quando deparamos com a decisão de historiadores em escrever a história do pedaço de chão em que vivem ou onde nasceram. O Poeta Fernando Pessoa já expressou esse belo sentimento de bairrismo no poema “O Guardador de Rebanhos”, quando fala do rio de sua aldeia:

“O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. (...)

As observações surgem a propósito da publicação de uma segunda edição da História de Caririaçu, estudo dos mais completos que veio à lume graças a substanciosa pesquisa levada a termo pelo decano da historiografia cearense, Dr. Raimundo de Oliveira Borges, preclaro presidente do Instituto Cultural do Cariri, que na lucidez dos 103 anos e vastíssima produção literária, continua a garimpar as pérolas que fazem a trajetória do povo do ubérrimo vale. “Serra de São Pedro” – este o título do esboço histórico - constitui inestimável repositório de informações indispensáveis não apenas a quantos intentam pesquisar a história de Caririaçu, mas a todos que se debruçam sobre a história da região caririense e do Ceará. Trata-se de um livro em que povo e terra se imbricam para formar uma relevante notícia histórica, cujo valor só pode ser aquilatado por aqueles que sabem o quanto custa de tempo e dedicação um processo de pesquisa que culmina com livro igual ao “Serra de São Pedro”. O Escritor Raimundo de Oliveira Borges merece da comunidade historiográfica cearense os mais justos encômios pelo seu imorredouro espírito de luta em favor da Genealogia e da História.

Deus existe

Há muito eu o procurava. Não Deus, pois Ele bateu à minha porta faz muito e eu tive o privilégio de conhecê-lo de várias maneiras e em vários lugares diferentes. Explico: nasci católico. Fui batizado, crismado e pelo andar da carruagem quase virei coroinha. Na idade adolescente cavalguei a rebeldia própria dos seres inteligentes e não descuidei de duvidar da existência de Deus, questionando-a com entusiasmo de sabichão. Depois fui dar com os costados na seara protestante e sentei praça no calvinismo militante, com curso de Teologia e leitura devocional e investigativa da Bíblia Sagrada. Depois de 25 anos exercitando o sacerdócio universal dos crentes, conforme manda o figurino da fé reformada, aderi de corpo e alma a Allah todo poderoso, clemente e misericordioso. Foram cerca de seis anos seguindo o Alcorão Sagrado e a Suna do Profeta, porque só Allah é Deus e Maomé o seu santo profeta. Cansei do fundamentalismo. Não se coaduna com o meu espírito libertário, mas valeu o aprendizado da fé absoluta e da doutrina islâmica. Ainda passei por Hippolite Denizard Lèon Rivail, dito Allan Kardec, mas no mundo dos espíritos segundo o ensinamento do sábio francês, não me convenceu. Como o bom filho à casa materna torna, eis que eu voltei ao acolhimento da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana. E um dia destes, revirando nos sebos da cidade, encontrei o que eu procurava há muito. Um livro de autoria do escritor francês André Frossard, com tradução de Carlos Lacerda, cujo título em língua vernácula é DEUS EXISTE – EU O ENCONTREI. Não deixe de lê-lo também, caro leitor.

Santo do dia


Com alegria celebramos a santidade destes Jesuítas que deram a vida pela fé, amor e esperança em Jesus Cristo, são eles: Roque González e seus companheiros Afonso Rodríguez e João del Castillo.

Roque González nasceu em Assunção do Paraguai, em 1576, e estudou com os Padres Jesuítas, que muito ajudaram-no a desenvolver seus dotes humanos e espirituais.

O coração de Roque González sempre se compadeceu com a realidade dos indígenas oprimidos, por isso ao se formar e ser ordenado Sacerdote do Senhor, aos 22 anos de idade, foi logo trabalhar como padre diocesano numa aldeia carente. São Roque, sempre obediente à vontade do Pai do Céu, entrou no noviciado da Companhia de Jesus, com 33 anos, e acompanhado com outros ousados missionários, aceitou a missão de pacificar terríveis indígenas.

São Roque González fez de tudo para ganhar a todos para Cristo, portanto aprendeu além das línguas indígenas, aprofundou-se em técnicas agrícolas, manejo dos bois e vários outros costumes da terra. Os Jesuítas - bem ao contrário do que muitos contam de forma injusta - tinham como meta a salvação das almas, mas também a promoção humana, a qual era e é a consequência lógica de toda completa evangelização.

Certa vez numa dessas reduções que levavam os indígenas para a vida em aldeias bem estruturadas e protegidas dos
colonizadores, Roque González com seus companheiros foram atacados, dilacerados e martirizados por índios ferozes fechados ao Evangelho e submissos a um feiticeiro, que matou o corpo mas não a alma destes que, desde 1628, estão na Glória Celeste.

Em 1988, o Papa João Paulo II canonizou os três primeiros mártires sul-americanos: São Roque González, Santo Afonso Rodríguez e São João del Castillo.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Para Lula ler

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve
trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém. Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar,
pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a." (Adrian Rogers)

Heitor diz que há anarquia administrativa no Estado


O Deputado Heitor Férrer, líder do PDT na Assembléia Legislativa, depois de fazer uma longa explanação sobre as irregularidades nas contas do governo, votou contra a matéria que foi apreciada na manhã de hoje (18/11), no Plenário Treze de Maio em votação secreta. Heitor destacou que na análise feita pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) foram registradas 23 ocorrências nas contas apresentadas pelo governo Cid Gomes. Ele chamou a atenção para o fato de que dessas 23, o TCE fez 32 recomendações ao governo, citando alguns pontos como a falha no controle interno e nos investimentos para a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). “São as mesmas recomendações feitas anteriormente, mas de nada valeu, porque nada foi corrigido“, criticou o parlamentar. Heitor afirmou que existe no Estado uma verdadeira uma anarquia administrativa.

Ferreira Aragão quer estradas melhores


Por solicitação do deputado Ferreira Aragão (PDT), será realizada nesta quinta-feira (19), a partir das 15h, no auditório Deputado Antônio Gomes de Freitas, no Complexo das Comissões na Assembleia Legislativa, audiência pública que discutirá a atual situação das rodovias estaduais e federais do Estado do Ceará. Foram convocados representantes do governo do Estado, DNIT, CPRV e todos o órgãos interligados.

De acordo com o deputado Ferreira Aragão, o que já se gastou só com a BR 222 daria para construir cerca de 10 estradas. "Do jeito que está aí, parece coisa ensaiada para não resolver mesmo essa problemática", comentou o vice-líder do PDT. A maior parte da malha viária que corta o Ceará está esburacada. Na audiência pública, Ferreira Aragão vai cobrar, principalmente do DNIT, com urgência, a reconstrução das estradas, uma vez que a cada dia aumenta o número de acidentes em função da precariedade na malha viária.

A iniciativa de Ferreira Aragão merece aplausos. Sem dúvida nos cofres do governo entra muito dinheiro através dos inúmeros impostos que se paga para ter um veículo. O retorno é mínimo. E a péssima condição das estradas é prova inequívoca dessa incúria governamental.

50 Anos da Casa de Las Américas


Nos 4 primeiros dias de dezembro de 2009, a Casa de José de Alencar, em Fortaleza (Ceará) será palco de uma celebração algo incomum em terras brasileiras. Ali será homenageada umas das principais instituições culturais da América Latina na segunda metade do século passado, a Casa das Américas, de Cuba, que cumpre 50 anos de vida e incansável dedicação à cultura em nosso continente. O evento, que tem a iniciativa e curadoria do brasileiro Floriano Martins e do cubano Norberto Codina, ambos poetas e editores, contará com a presença expressiva da quase totalidade da diretoria da instituição cubana. O evento será constituído por uma série de 5 mesas de debate, exibição de documentários e exposição fotográfica. Também estará ao dispor do público uma mostra de livros e revistas produzidos em Cuba nas últimas décadas. A oportunidade, além de singular em termos de homenagem – a leitura política internacional de tudo quanto é tema cubano acabou cegando a percepção em relação à contribuição cultural da Casa das Américas –, permitirá aberta discussão acerca da atuação histórica e perspectiva atual da entidade. O evento, que foi concebido pelos diretores da tradicional revista cubana La Gaceta de Cuba, Norberto Codina, e do Projeto Editorial Banda Hispânica (Floriano Martins), conta com o estímulo valioso da Fundação Bernardo Feitosa, entidade ligada à Casa da Amizade Brasil-Cuba, e da Secretaria da Cultura do Ceará.

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO

01/12 – Terça-feira:

19h00 – Inauguração. Palavras do Secretário da Cultura do Estado, seguidas de uma conversa informal entre Secretário e convidados cubanos, com moderação dos curadores.

Abertura da mostra fotográfica, a cargo de Rafael Acosta.

Coquetel com música cubana ambiente programada pela curadoria.

02/12 – Quarta-feira:

08h00 às 20h00 – Retrospectiva fotográfica | Mostra e venda de livros e revistas da Casa das Américas.

17h00 – Ciclo de documentários: “A Revolução cubana. Entre a arte e a cultura”, de Rebeca Chávez (57 minutos) | Apresentação: Norberto Codina.

19h00 – Conferência de Jorge Fornet: “50 anos de Fundação Casa das Américas” | Debatedores: Yolanda Wood, Maité Hernández-Lorenzo e Roberto Zurbano | Mediação: Floriano Martins.

03/12 – Quinta-feira:

08h00 às 20h00 – Retrospectiva fotográfica | Mostra e venda de livros e revistas da Casa das Américas.

17h00 – Ciclo de documentários: “Por primera vez”, de Octavio Cortázar (10 minutos) | “El son me salió redondo” (sobre Nicolás Guillén), de Pury Faget (56 minutos) | Apresentação: Maité Hernández-Lorenzo.

19h00 – Conferência de Yolanda Wood: “Guillén y el Caribe” | Debatedor: Norberto Codina | Mediação: Floriano Martins.

04/12 – Sexta-feira:

08h00 às 20h00 – Retrospectiva fotográfica | Mostra e venda de livros e revistas da Casa das Américas.

17h00 – Ciclo de documentários: “Yo soy del son a la salsa”, de Rigoberto López (100 minutos) | Apresentação: Roberto Zurbano.

19h00 – Debate: “As revistas da Fundação Casa das Américas (Anales del Caribe, Casa de las Américas, Conjunto, Boletín Música) y otras revistas cubanas (Arte Cubano, La Gaceta de Cuba)” | Convidados: Jorge Fornet, Yolanda Wood, Maité Hernández-Lorenzo, Roberto Zurbano e Rafael Acosta | Mediação: Norberto Codina e Floriano Martins.

21h00 – Encerramento. Palavras finais do Secretário da Cultura do Estado.

INSTITUIÇÃO HOMENAGEADA

CASA DAS AMÉRICAS

Principal instituição cubana ligada à cultura, a Casa das Américas foi criada em 1959 por Haydée Santamaría e é atualmente presidida por Roberto Fernández Retamar. Ao longo de sua trajetória tem cumprido de maneira digna a múltipla função de divulgação, incentivo, auspício, premiação e publicação de escritores, artistas plásticos, músicos, gente de teatro e estudiosos da literatura e das artes, primando pelo fomento ao intercâmbio entre instituições e pessoas em geral em todo o mundo.

CONVIDADOS

MAITÉ HERNÁNDEZ-LORENZO

Havana, 1970. Jornalista e crítica teatral. Diretora de Comunicação e Imagem da Casa das Américas, responsável por suas campanhas de promoção de eventos e projetos culturais. Também para esta instituição dirige o portal informativo La Ventana. Prêmio Nacional de Jornalismo Cultural (1998).

ROBERTO ZURBANO

Havana, 1965. Ensaísta e crítico cultural. Prêmio Nacional de Jornalismo Cultural em duas ocasiões. Dirige a revista Movimiento, dedicada à cultura Hip Hop, e o Fundo Editorial Casa das Américas.

YOLANDA WOOD

Havana, 1950. Crítica e pesquisadora. Diretora do Centro de Estudos do Caribe da Casa das Américas. Dentre seus livros encontram-se De la plástica cubana y caribeña, Artistas del Caribe hispano en Nueva York, Las Artes plásticas del Caribe, praxis y contexto y Proyectos de artistas cubanos en los años ‘30.

RAFAEL ACOSTA DE ARRIBA

Havana, 1953. Poeta, ensaísta e crítico de artes. Foi diretor do Festival Internacional do Novo Cinema Latino-americana, em Cuba. Presidiu o Conselho Nacional das Artes Plásticas. Atualmente é pesquisador titular do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Cultura Cubana.

JORGE FORNET

Bayamo, 1963. Poeta e ensaísta. Coordenador do Prêmio Literário Casa das Américas, instituição na qual é também diretor de seu Centro de Pesquisas Literárias. Prêmio Alejo Carpentier de Ensaio (2006).

CURADORES

FLORIANO MARTINS

Fortaleza, 1957. Poeta, ensaísta, tradutor e editor. Diretor do Projeto Editorial Banda Hispânica. Professor convidado da Universidade de Cincinatti (Ohio, Estados Unidos). Curador da Bienal Internacional do Livro do Ceará (2008-2010).

NORBERTO CODINA

Caracas, 1951. Poeta, jornalista e editor. Dirige há mais de 20 anos a revista de arte e literatura La Gaceta de Cuba. Prêmio Nacional de Jornalismo Cultura (2002). Além de sua própria poesia, tem se destacado como organizador de inúmeras antologias da poesia cubana no exterior. Membro do Latin American Studies Associaton (LASA).

Governo apóia ação da bandidagem


Quando todas as armas forem propriedade do governo e dos bandidos, estes decidirão de quem serão as outras propriedades. (Benjamin Franklin)

Um dos maiores crimes contra os direitos do cidadão foi cometido pelos poderes da República com o beneplácito da Igreja: o Estatuto do Desarmamento.

Os bandidos estão armados até os dentes, porque eles não compram nem registram armas. eles as roubam. E o fazem, inclusive, muita vez, conluiados com bandidos fardados, travestidos de defensores da lei e da ordem.

Sabedores de que os cidadãos, por ordenança de uma lei esdrúxula e estúpida, os bandidos ficam cada vez mais ousados.

A culpa da violência que se alastra como epidemia é do governo que não permite que os homens de bem se defendam das agressões da bandidagem.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Santo do dia


O santo, que lembramos com muito carinho neste dia, nasceu na nobre e influente família dos Kostka, a qual possuía uma sólida vida de piedade familiar. Nasceu no castelo de Rostkow, na vila de Prasnitz (Polônia), a 28 de outubro de 1550. Nesse ambiente é que Estanislau cresceu na amizade e intimidade com Cristo.

Quando tinha 14 anos foi estudar em Viena, juntamente com seu irmão mais velho, Paulo. Devido a uma ordem do Imperador Maximiliano I, o internato jesuíta onde estudavam foi fechado, sobrando como refúgio o castelo de um príncipe luterano, que com Paulo, promoveu o calvário doméstico de Estanislau. Em resposta às agressões do irmão, que também eram físicas, e as tentações da corte, o santo e penitente menino permanecia firme em seus propósitos cristãos: "Eu nasci para as coisas eternas e não para as coisas do mundo".

Diante da pressão sofrida, a saúde de Estanislau cedeu, e ao pedir que providenciassem um sacerdote para que pudesse comungar o Corpo de Cristo, recebeu a negativa dos homens, mas não a de Deus. Santa Bárbara apareceu-lhe, na companhia de anjos, portando Jesus Eucarístico e, em seguida, trazendo-lhe a saúde física, surgiu a Virgem Maria com o Menino Jesus.

Depois desse fato o jovem discerniu sua vocação à vida religiosa como jesuíta, por isso enfrentou familiares e, ousadamente, fugiu sozinho, a pé, e foi parar na Companhia de Jesus. Acolhido pelo Provincial que o ouviu e se encantou com sua história, com somente 18 anos de idade, viveu apenas 9 meses no Noviciado, porque adquiriu uma misteriosa febre e antes de morrer os sacerdotes ouviram do seus lábios sorridentes dizerem: "Maria veio buscar-me, acompanhada de virgens para me levar consigo".

Ser negro

Poeta popular dos mais acreditados no cenário da contemporaneidade da Literatura de Cordel, Paulo de Tarso está sempre atento a fatos e circunstâncias do dia-a-dia que fazem a nossa história. Por agora, às vésperas de mais um dia - o 20 de novembro - em que se homenageia os afro-brasileiros, o poeta escreveu opoema transcrito a seguir:

Quando Deus criou o homem
Revestiu-o com liberdade
Pra que ele nesse mundo
Pregasse paz e amizade
E independente de cor
Tivesse a mesma igualdade.

Mas o homem egoísta
Fez a discriminação
Implantou com toda força
Terrível escravidão
Tirou dos negros direitos
Mas a dignidade, não!

Da raça negra nós temos
Os mais sublimes valores
Conquistas aparecendo
Nos mais diversos setores:
Desde engenheiros civis,
Aos melhores professores.

Essa consciência negra
Têm os seus belos valores
Grandes conquistas e lutas
Merecem mesmo louvores
Pra quem isso reconhece
Mil ramalhetes de flores.

Portanto, caro irmão negro
Toda luta é importante
O Movimento é bonito
E crescendo a cada instante
Lutando por essa causa
Terá vitória brilhante.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Francisco nordestino







Barros Alves

Francisco, caminheiro peregrino,
Que carrega no peito mil paixões,
Paladino dos pobres, nordestino
Que distribui amor pelos sertões,

Ouve o queixume dessas multidões
De prófugos famintos sem destino.
No doce olhar profundas emoções,
Sentimento de santo e de divino.

Andarilho de Deus, santo e poeta,
Lembra o Cristo, o maior dos galileus,
Um rebelde de amor, alma inquieta...

Se fôssemos cristãos menos ateus
Cumpriríamos de Francisco a meta:
Amar ao outro como se ama a Deus.

Santo do dia


Hoje celebramos a memória do santo Bispo que derramou o seu sangue por amor do Supremo e Único Pastor das ovelhas, tornando-se precursor do ecumenismo. João Kuncevicz nasceu em Wladimir (Ucrânia), no ano de 1580, numa família de ortodoxos, ou seja, ligados à Igreja Bizantina e não à Igreja Romana.

Com a mudança de vida mudou também o nome para Josafá, pois era comerciante até que, tocado pelo Espírito do Senhor, abraçou a fé católica e entrou para a Ordem de São Basílio, na qual, como monge desde os 24 anos, tornou-se apóstolo da unidade e sacerdote do Senhor. Dotado de muitas virtudes e dons, foi superior de vários conventos, até tornar-se Arcebispo de Polotsk em 1618 e lutar pela formação do Clero, pela catequese do povo e pela evangelização de todos.

São Josafá, além de promover com o seu testemunho a caridade para com os pobres, desgastou-se por inteiro na promoção da unidade da Igreja Bizantina com a Romana; por isso conseguiu levar muitos a viverem unidos na Igreja de Cristo. Os que entravam em comunhão com a Igreja Romana, como Josafá, passaram a ser chamados de "uniatas", ou seja, excluídos e acusados de maus patriotas e apóstolos, segundo os ortodoxos. Aconteceu que numa viagem pastoral, Josafá, com 43 anos na época, foi atacado, maltratado e martirizado. Após ser assassinado, São Josafá foi preso a um cão morto e lançado num rio. Dessa forma, entrou no Céu, donde continua intercedendo pela unidade dos cristãos, tanto assim que os próprios assassinos mais tarde converteram-se à unidade desejada por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Desfazendo enganos - III

Arievaldo Viana

Desfeito o engano, passarei agora a responder o seu questionário.

1- Em que a Literatura de Cordel poderá contribuir na formação das nossas crianças?

R – Na década de 70 do século recém findo, o jornalista e editor Ivan Maurício (Editora Coqueiro, de Recife) perguntou ao grande educador Paulo Freire qual o melhor instrumento para alfabetizar crianças, jovens e adultos. A resposta de Freire teria sido a seguinte, segundo Ivan Maurício: “O melhor meio de alfabetizar é a literatura de cordel, porque a rima e o ritmo cadenciado dos folhetos ajudam a memorizar as idéias e transmitir conhecimento. Antes dele, o escritor Gustavo Barroso, em sua obra “Ao som da viola”, de 1929, afirma que “na Grécia antiga, o ensino das crianças começava pela poesia, por ser o meio mais fácil de guardar de memória. Dessa maneira, as crianças aprendiam história, geografia e a sua própria língua através dos poemas dos seus rapsodos.” Eu, particularmente, tive a graça de ser alfabetizado a partir da leitura de folhetos, com o valioso auxílio de minha avó paterna. Milhares de crianças nordestinas tiveram situação similar em sua infância. Diante disso, acredito que o cordel continua sendo uma poderosa ferramenta de auxílio à Educação.

2-Quanto à introdução do cordel nas escolas de outras regiões, como recurso pedagógico, não seria um risco para o aprendizado das crianças?

R – Eu não entendo porque isso poderia representar um risco. Há mais de dez anos venho mantendo uma verdadeira cruzada, levando o folheto de cordel para diversas escolas em vários estados brasileiros. A receptividade é ótima. As crianças se sentem estimuladas a conhecer cada vez mais essa curiosa forma literária e adquirem, com isso, o gosto da leitura. Já cheguei em estados, como o Tocantins, por exemplo, onde não havia a tradição do cordel, mas 90% das crianças conheciam o personagem João Grilo, do Auto da Compadecida. João Grilo, como todos sabem, é um dos personagens mais famosos do cordel. Os outros folhetos que serviram de suporte à obra de Ariano foram “O cavalo que defecava dinheiro” e “O testamento do cachorro”. A arte de contar estórias de forma rimada, com versos metrificados e oração cadenciada, encanta as pessoas de qualquer parte do planeta. Não é uma particularidade da região Nordeste do Brasil. Para você ter uma idéia mais clara do que falo, a primeira vez que li o “Conde de Monte Cristo” e “Romeu e Julieta” foram em versões rimadas feitas pelo cordelista João Martins de Athayde. “Iracema”, de José de Alencar, eu também conheci através de uma canção de Cezanildo Lima, um cantador de Canindé-CE. Depois li o folheto de Alfredo Pessoa de Lima, cuja linguagem é belíssima. Só muito tempo depois é que conheci a obra de José Alencar na sua versão original.

3- Esta introdução não deveria passar antes por uma revisão e uma adaptação para que as crianças não tenham dificuldades no entendimento do texto e problemas na aprendizagem?

R – Eu não recomendo a poesia de Patativa do Assaré nem de qualquer outro poeta matuto para alunos em processo de alfabetização. Quem leu meu livro “Acorda Cordel” sabe disso. Tenho o cuidado de levar para sala de aula obras adequadas à realidade escolar. Meu cordel “A ambição de Macbeth e a maldade feminina”, adaptação de uma obra de Shakespeare, publicado pela Editora Cortez e adotado pelo MEC, no PNBE 2009, já está adaptado às novas regras ortográficas da Língua Portuguesa. Naturalmente, que um poeta da dimensão de Patativa precisa ser conhecido nos meios escolares, mas isso ficaria para alunos do Ensino Médio, ou mesmo do Ensino Superior, pois sua obra, apesar dos “erros de gramática”, contém uma forte dose de sociologia e filosofia, que a torna universal.

4- Como você vê uma aula de cordel em uma escola de São Paulo por exemplo? A professora teria que preparar uma aula de leitura e uma de tradução?

R – Eu deixaria essa resposta para Marco Haurélio, Varneci, Moreira de Acopiara e outros poetas que residem e trabalham em São Paulo. Minha área de atuação é sobretudo o Nordeste, berço da Literatura de Cordel, embora tenha tido experiências bem sucedidas em escolas do Tocantins, Rio de Janeiro, Brasília e Minas Gerais. É claro que o público precisa ser preparado, principalmente o professor ou arte-educador que se dispõe a trabalhar com o cordel. Para tanto, elaboramos um ‘kit” composto de um livro, um CD e uma caixa de folhetos que explica passo a passo as origens, as regras e o valor da poesia popular como instrumento auxiliar na educação. O que me aborrece é o preconceito de alguns acadêmicos e também a desinformação de outros, aliada à uma forte dose de má vontade, que sempre pegam o que há de pior nesse tipo de literatura para servir de embasamento para suas teorias contra o uso do cordel nas escolas.

É por isso que recomendo sempre a leitura dos grandes clássicos: Pavão Misterioso, Proezas de João Grilo, Donzela Teodora, Soldado Jogador, Martírios de Genoveva... textos que têm suas raízes nas “Mil e uma noites”, no “Decamerão”, no “Livro de Carlos Magno e os 12 pares de França” etc. Mas o uso do cordel em classe não pode ficar restrito a esses autores do passado. Temos grandes expoentes na atualidade, criando novas histórias ou fazendo adaptações de grandes clássicos da Literatura Universal, que são perfeitamente encaixáveis em qualquer grade curricular.

5- Ao invés de livros específicos, não bastaria editar os cordéis, as poesias dentro dos livros de língua portuguesa / literatura utilizados pelas escolas, com os respectivos créditos?

R = O chamado “Cordelivro” deu mais dignidade ao autor de cordel, tão explorado ao longo dos séculos, tanto pelos autores da chamada literatura erudita, quanto por roteiristas de cinema e até mesmo por astros da chamada MPB, que se utilizam de seus textos e não pagam um centavo de direito de autoral. Ainda hoje os cordelistas são vítimas desses espertalhões, que julgam a cultura popular coisa de “domínio público”. Por isso a publicação dos textos num suporte que possa competir de igual para igual com outros textos é fundamental.

CORDEL NO FORMATO DE LIVRO

1- Essa mudança não seria uma fuga das tradições seculares do cordel ou é uma evolução natural?

R – De maneira alguma. Quando Leandro Gomes de Barros começou a editar seus folhetos de maneira sistemática utilizou o que havia de mais moderno em sua época, em matéria de impressão. Valeu-se, por exemplo, das oficinas tipográficas do Jornal do Commercio, em Recife, ou da tipografia da Livraria Francesa. João Martins de Athayde, seu sucessor, procurou utilizar maquinário mais moderno, passou a utilizar clichês em zincogravura com fotos de artistas de cinema e reprodução de cartões postais. A partir da década de 1950, a editora Prelúdio, antecessora da Editora Luzeiro, de São Paulo, passou a utilizar a policromia na capa dos folhetos, que passaram a ter um formato diferenciado do cordel nordestino. Não podemos ver o cordel como uma cultura engessada, uma peça folclórica. O cordel, como qualquer outra forma de arte viva, precisa se reciclar, recriar novas formas de apresentação. O que não pode deixar de ser observado são as regras poéticas. Nesse sentido, sou radical. Cordel, como dizia Manuel Diegues Jr., é poesia popular narrativa impressa. Veja bem, para ser poesia, o cordel deve obedecer regras pertinentes a seu gênero. Um soneto só é um soneto se tiver dois quartetos e dois tercetos rimados. Seja ele de Olavo Bilac, Cruz e Sousa, Alberto de Oliveira ou Glauco Mattoso. Aliás, convém ressaltar que Glauco é um dos maiores sonetistas da língua portuguesa! O cordel tem que seguir a escola dos mestres, dos fundadores dessa escola literária. Portanto, tem que ser poesia popular narrativa, com métrica, rima e oração. A forma gráfica com que se apresenta, esta sim, precisa evoluir. Porque não? Temos a consciência de que, para despertar o interesse das novas gerações, habituadas com livros coloridos, televisão, cinema, internet etc, é preciso ter uma apresentação gráfica mais agradável. É por isso que tenho buscado constantemente o suporte de ilustradores como Jô Oliveira, um nordestino da Ilha de Itamaracá-PE, que utiliza uma simbiose da xilogravura com os bonecos de Mestre Vitalino e consegue resultados magníficos em suas ilustrações. Estamos no caminho certo, a fórmula já é um sucesso.

2- Esta mudança brutal não seria preconceito pela coisa simples?

R = Em primeiro lugar, a mudança não é brutal. Procuramos respeitar os elementos básicos do cordel, inclusive na ilustração. Não desprezamos a forma tradicional. As duas formas convivem de forma pacífica e harmoniosa na mesma banca de folhetos, seja nas feiras ou nas livrarias. O público é quem vai optar por esta ou por aquela forma gráfica. Tem gente que gosta das duas formas, sem problemas. Recentemente participei de uma oficina sobre xilogravura, linoleogravura e gravura em metal, no Centro de Cultura Dragão do Mar, coordenada pelo artista plástico Eduardo Eloy. Folheamos livros do século XVI, na seção de livros raros da Biblioteca Menezes Pimentel, em Fortaleza, para conhecermos a evolução da gravura e da impressão através dos tempos, até chegarmos ao linotipo e ao off-set. Existem gravuras feitas na pedra (litogravuras) que superam certas impressões dos dias atuais. Um artista que se preza deve conhecer a fundo a história de sua arte e as maneiras como ela se portou ao longo dos tempos e de que maneira pode evoluir. Mas, evoluir com coerência, buscando se adequar às exigências de sua época sem perder a essência, o referencial. Na maioria das escolas, o folheto tradicional, com capa em xilogravura, é tão bem aceito quanto o cordelivro. O problema é que, quando acontecem as chamadas compras governamentais (por parte do MEC, Estados ou prefeituras), eles preferem um material mais sofisticado, com ISBN, biografia do autor, papel de melhor qualidade etc. Não vamos lutar contra isso. Um cordelivro certamente terá vida mais longa numa biblioteca (ou cordelteca). Centenas de alunos irão manuseá-lo e ele permanecerá em bom estado, diferente do folheto, impresso em papel jornal, que é um objeto frágil e se descaracteriza com o manuseio excessivo.

3- Trata-se apenas de evolução natural ou envolve questões financeiras?

R = Olha, o folheto no seu formato tradicional é mais fácil de ser usurpado. Os autores são lesados com mais facilidade. O cara mal intencionado pega um livreto desses, acha que o autor é analfabeto, desinformado e se apropria do seu texto ou da sua essência, transpõe para outras linguagens (cinema, teatro, música) e fica tudo por isso mesmo. Um cordel editado em forma de cordelivro impõe respeito. Ninguém vai ter coragem de passar a mão numa obra que tem ISBN, copyright, o escambau. O autor sai ganhando com isso e os editores também. Mas não é uma questão meramente mercadológica. É uma necessidade de sair do gueto, da marginalidade e ser firmar como um grande ramo da nossa literatura. O cordel é isso tudo. O começo de tudo, a gênesis da cultura brasileira e universal.

4 - Estão pensando na divulgação desta cultura, no incentivo à leitura, em conquistarem novos mercados, novos públicos ou apenas ampliarem as vendas?

R = No meu caso específico eu lhe diria que existem meios de ganhar dinheiro muito mais fácil e mais rápido do que andar com uma mala de folhetos na cabeça, de escola em escola. Trabalho em outras áreas, como a publicidade e a ilustração de livros e tenho ganho muito mais dinheiro com isso. A questão não é mercadológica. Quem abraça o cordel e se dedica a divulgá-lo tem um compromisso com essa arte, com a sua importância como ferramenta auxiliar na educação. No início do século XX, o Nordeste tinha a maior população de analfabetos deste país, no entanto foi o período em que o Nordestino mais leu. Sabem porque digo isso... Nesse tempo, as maiores editoras de cordel estavam no seu apogeu. Uma edição do “Cachorro dos Mortos” ou do “Pavão Misterioso” saia, no mínimo, com 50, ou 100 mil exemplares. E o povo consumia, sem nenhuma interferência governamental. Havia famílias de 20, 30 pessoas, que tinha apenas uma pessoa alfabetizada. Apenas um sabia ler e fazia essa leitura em voz alta. Mas naquela família, todos eram consumidores de folhetos, todos compravam, porque a leitura era coletiva. Divertia e instruía. Sou membro de uma dessas famílias e sou leitor de folhetos desde os sete anos de idade. Minha relação com o cordel é uma paixão, uma realização pessoal e não um meio de ganhar dinheiro.

5 - O que dizem e o que pensam os cordelistas tradicionais? Eles são favoráveis a estas mudanças?

R – Eu me considero um cordelista tradicional. Eu leio folhetos desde os sete anos de idade, eu aprendi com os mestres Leandro Gomes de Barros, Manoel Camilo dos Santos, José Camelo de Melo e José Pacheco. Eu não admito que o camarada faça um verso desmetrificado, utilize uma rima errada proposital ou inconscientemente ou crie um roteiro sem pé nem cabeça, sem uma seqüência lógica e diga que é cordel. Nesse sentido, tenho até arranjado alguns desafetos, porque sou sincero na hora de criticar. O que tenho de dizer, digo abertamente, doa a quem doer. Estou concluindo uma biografia de Leandro Gomes de Barros, o maior expoente da Literatura de Cordel e tenho grandes laços de amizade com Mestre Azulão, Costa Leite, Antônio Américo de Medeiros, Antônio Alves da Silva e outros “dinossauros” ainda vivos dessa literatura. Nenhum deles me censura por digitar um cordel no computador e imprimir em off-set, com capa colorida. Quem faz críticas nesse sentido são pesquisadores desinformados, pessoas que se limitam a teses acadêmicas de escritório, sem fazer uma pesquisa de campo coerente e profunda. São as mesmas pessoas que elegem Patativa do Assaré como o “maior cordelista” de todos os tempos, ou seja, pessoas que não sabem, sequer, diferenciar um CORDEL LEGÍTIMO de um POEMA MATUTO.

ADAPTAÇÃO DE CLÁSSICOS DA LITERATURA

1- Como acontecem essas adaptações? É uma idéia das editoras ou dos cordelistas?

R – Um dos primeiros folhetos que se tem notícia no Brasil é “Batalha de Oliveiros com Ferrabrás”, de Leandro Gomes de Barros, adaptado a partir do livro de Carlos Magno. Do mesmo ciclo, encontramos “Donzela Teodora”, “A vida de Pedro Cem”, “Martírios de Genoveva” etc. etc. Obras lidas e relidas na Península Ibérica que ganharam versões aqui no Brasil. Câmara Cascudo tratou muito bem desse assunto em sua obra “Cinco livros do povo”. Chagas Batista, contemporâneo de Leandro, fez uma versão da Escrava Isaura. Sua filha, Maria das Neves, mãe do grande folclorista Altymar Pimentel, fez uma adaptação do “Corcunda de Notre-Dame”. Athayde, como já disse, adaptou obras da literatura universal (Romeu e Julieta, Conde de Monte Cristo) e até mesmo do cinema (O estudante que vendeu a alma ao diabo). Todas essas adaptações que acabei de citar foram feitas no final do século XIX e início do século XX. Estou adaptando, por exemplo, um dos “Contos de Cantuária”, que originalmente eram em versos, depois foram transportados para prosa e agora voltam para o “cordel”. Eu não admito imposições na minha maneira de criar. Se faço adaptações de antigos contos populares ou de obras da literatura universal (ou clássicos da literatura brasileira) é porque me identifico com as mesmas e vejo nelas traços de uma boa narrativa. Sabem porque Paulo Coelho é um fenômeno de vendas? Porque sabe contar estórias que encantam as pessoas. Coisas que provêm de velhos arquétipos, de antigas fontes, mas que são sempre recontadas de maneira diferentes. É o tempero do adaptador que faz a diferença... Essa é a fórmula. Se eu me proponho a recontar uma história em cordel, vou buscar elementos que agradem a meu público, sem fugir da essência da narrativa original. Às vezes transponho um antigo tema lá das Arábias para o Nordeste do Brasil sem perder a essência da narrativa. Desta mesma maneira trabalharam os mestres do passado e trabalham poetas como Marco Haurélio, Rouxinol, Klévisson Viana, Evaristo Geraldo, só para citar alguns..

2- Como se dá o direito autoral? O detentor dos direitos recebem pela adaptação?

R – Sou muito cuidadoso com essa questão do Direito Autoral. Essas obras antigas, de Shakespeare, de Giovanni Bocáccio, de Chaucer, de José de Alencar e Machado de Assis já são de domínio público. Não é o caso, por exemplo de Manoel Camilo dos Santos, autor de “Viagem a São Saruê”, que morreu um dia desses. Leandro Gomes de Barros fez “Uma viagem ao céu”, que é considerada por pesquisadores, como o saudoso Ribamar Lopes, a verdadeira matriz de São Saruê. O segredo da coisa é que Camilo soube contar a mesma narrativa de maneira diferente. Colocou outros elementos, outros personagens e contou uma história com carcaterísticas similares. São segredos que um poeta aprende lendo e praticando. Eu leio Leandro Gomes de Barros e José Camelo de Melo com o mesmo prazer e reverência com que leio Gregório de Mattos Guerra e Castro Alves. Nunca fiz distinção entre os chamados “eruditos” e os “populares”.

3- Essas adaptações não distorcem essas obras já consagradas?

R – Em alguns casos sim. Depende de que faz a adaptação. Isso pode acontecer também com o cinema, a televisão, o teatro... Cada autor coloca sua visão. Se não for talentoso, com certeza vai produzir distorções.

4- Não seria uma forma de “pegar carona” em algo que já é sucesso, ganhar fama e dinheiro em cima de uma idéia de um outro autor?

R = Se fôssemos ver a coisa por esse ângulo, eu diria que Ednardo e Dias Gomes pegaram carona no Pavão Misterioso para produzir a música e a novela Saramandaia. O cordel já era um fenômeno de vendas. Diria também que Ariano pegou carona no sucesso de Leandro Gomes de Barros e João Ferreira de Lima para produzir o “Auto da Compadecida”. Não se trata disso, em absoluto. As belas histórias existem e possuem velhas matrizes, antigos arquétipos que vem do tempo da tataravó da Carochinha. Talento possui um Hans Christian Andersen, um Gonçalo Fernandes Trancoso ou os famosos Irmãos Grimm, que têm talento para reconta-las, a sua maneira. Nisto, os cordelistas são mestres. Sabem contar e recontar histórias como ninguém.

5- Esses cordelistas estão atravessando uma crise de falta de criatividade, as idéias estão se esgotando? Não conseguem criar obras próprias?

R – Tenho mais de cem folhetos publicados no formato tradicional e cinco cordelivros, três dos quais adotados pelo MEC. A maioria dessas histórias são originais, como é o caso de “Namoro de um menestrel com uma lagartixa”, “Visita de Satanás a um baile funk”, “Namoro de uma velha pela internet”, ‘A caveira do ET encontrada em Quixadá”, “Jerônimo e Paulina ou o prêmio da bravura, etc. etc. Criatividade não me falta. Nem a mim, nem aos poetas contemporâneos citados nessa entrevista. Se fosse necessário (e não precisássemos de outras atividades para sobreviver) seríamos capazes de criar uma história nova a cada semana. A questão das adaptações é tão antiga quanto a própria história da literatura de cordel. Assim como o cordel utiliza velhas matrizes, a literatura “erudita” se apropria de temas do cordel. O fato de Jorge Amado ser considerado um autor maior e Rouxinol do Rinaré ser considerado um autor popular reside na forma como as elites enxergam as coisas. Leio a obra de ambos sem distinção. Querem saber de uma coisa, bem sincera... Gosto mais da poesia e do humor de Leandro Gomes de Barros e das canções de Oliveira de Panellas do que da poesia de um Paulo Leminski ou da música de um Caetano Veloso. Isso é uma questão de gosto, não se discute.

Desfazendo enganos - II

Arievaldo Viana

Agora um exemplo da LEGÍTIMA Literatura de Cordel, baseada nas regras estabelecidas por Leandro Gomes de Barros, José Camelo de Melo e José Pacheco:

O REINO DOS TRÊS IRMÃOS E A FONTE DA POESIA

Autor: Arievaldo Viana

Nos sertões do Ceará
Há mais de cinco milênios
Havia um reino imponente
Obra de fadas e gênios
Com três castelos vistosos
Quais luminosos proscênios.

Nesse tempo tão distante
O índio selvagem, inculto,
Que habitava essas terras
Um dia avistou um vulto
De uma grande espaçonave
Conduzindo um povo culto.

Vinha de outra galáxia
Aquela grande astronave
Pousou em nosso planeta
A fim de trazer a chave
De grandes conhecimentos
Mas padeceu um entrave.

Os índios ficaram atônitos
Com a súbita aparição
Pois julgavam que Tupã
Vinha no grande clarão
Na sua rude linguagem
Buscavam uma explicação.

Vinham naquela missão
Engenheiros, cientistas,
Sacerdotes, artesãos,
Astrólogos e alquimistas
Matemáticos e geólogos
Poetas e repentistas.

Olhando o povo atrasado
Que habitava o lugar
Com muito zelo e cuidado
Quiseram os ensinar
Mas aquela raça inculta
Nada pôde assimilar.

Exilados neste mundo
Sua tecnologia
Mostrou-se pouco eficaz
E recorreram à magia
Para encantar os três reinos
Que aqui fundaram um dia.

Cristalizaram os castelos
Com tudo que existia
Uma camada de rocha
Fruto de grande magia
A sua esplêndida aparência
Ocultava e revestia.

Três monólitos de pedra
De assombrosa semelhança
Ocultaram os três castelos
Dos quais só resta a lembrança
No verso dos trovadores
Do reino da Esperança.

O enorme conhecimento
Daquela raça suprema
Para as gerações futuras
Será um ditoso tema
Que pretendo revelar
Nos versos do meu poema.

(...)

Desfazendo enganos

CENTENÁRIO DE PATATIVA DO ASSARÉ


Muita gente ainda confunde POESIA MATUTA com LITERATURA DE CORDEL. Em 2009, ano do Centenário de nascimento do poeta Patativa do Assaré, considerado o maior expoente do gênero, os admiradores do poeta precisam fazer essa distinção. Patativa, ao longo de sua vida, escreveu e publicou cerca de vinte folhetos de CORDEL. Dentre os quais destacam-se: “ABÍLIO E SEU CACHORRO JUPI”, “A MORTE DE ARTHUR PEREIRA ENVENENADO POR SUA FILHA FRANCISCA AMÉLIA”, “ALADIM E A LÂMPADA MARAVILHOSA”, “O PADRE HENRIQUE E O DRAGÃO DA MALDADE”, dentre outros, todos em linguagem correta, como é prática comum nesse gênero desde os tempos de Leandro Gomes de Barros. O grosso de sua produção, contudo, são poemas matutos, onde a linguagem procura reproduzir o modo de falar dos sertanejos de outrora, como se pode ver nesta obra a seguir:

O BOI ZEBU E AS FORMIGAS

Um boi zebu certa vez
Moiadinho de suó,
Querem saber o que ele fez
Temendo o calor do só
Entendeu de demorá
E uns minuto cuchilá
Na sombra de um juazêro
Que havia dentro da mata
E firmou as quatro pata
Em riba de um formiguêro.

Já se sabe que a formiga
Cumpre a sua obrigação,
Uma com outra não briga
Veve em perfeita união
Paciente trabaiando
Suas foia carregando
Um grande inzempro revela
Naquele seu vai e vem
E não mexe com mais ninguém
Se ninguém mexe com ela.

Por isso com a chegada
Daquele grande animá
Todas ficaro zangada,
Começou a se açanhá
E foro se reunindo
Nas pernas do boi subindo,
Constantemente a subi,
Mas tão devagá andava
Que no começo não dava
Pra de nada senti.

Mas porém como a formiga
Em todo canto se soca,
Dos casco até a barriga
Começou a frivioca
E no corpo se espaiado
O zebu foi se zangando
E os cascos no chão batia
Ma porém não miorava,
Quanto mais coice ele dava
Mais formiga aparecia.

Com essa formigaria
Tudo picando sem dó,
O lombo do boi ardia
Mais do que na luz do só
E ele zangado as patada,
Mais força incorporava,
O zebu não tava bem,
Quando ele matava cem,
Chegava mais de quinhenta.

Com a feição de guerrêra
Uma formiga animada
Gritou para as companhêra:
- Vamo minhas camarada
Acaba com os capricho
Deste ignorante bicho
Com a nossa força comum
Defendendo o formigêro
Nos somos muitos miêro
E este zebu é só um.

Tanta formiga chegou
Que a terra ali ficou cheia
Formiga de toda cô
Preta, amarela e vermêa
No boi zebu se espaiando
Cutucando e pinicando
Aqui e ali tinha um moio
E ele com grande fadiga
Pruquê já tinha formiga
Até por dentro dos óio.

Com o lombo todo ardendo
Daquele grande aperreio
O zebu saiu correndo
Fungando e berrando feio
E as formiga inocente
Mostraro pra toda gente
Esta lição de morá
Contra a farta de respeito
Cada um tem seu direito
Até nas leis da natura.

As formiga a defendê
Sua casa, o formigêro,
Botando o boi pra corrê
Da sombra do juazêro,
Mostraro nessa lição
Quanto pode a união;
Neste meu poema novo
O boi zebu qué dizê
Que é os mandão do podê,
E as formiga é o povo.

Do livro Ispinho e Fulô – Patativa do Assaré

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Literatura de Cordel na Escola

A propósito de comentário sobre a introdução da Literatura de Cordel na escola, projeto idealizado pelo Poeta Arievaldo Viana, em que o Sr. João Pereira, Diretor da Revista Direcional Educador,apresenta uma distorcida do que seja, de fato, Literatura de Cordel, Arievaldo escreveu as observações que seguem e que são por demais pertinentes:

"A nossa poesia popular difundida, sobretudo, através dos chamados folhetos de feira, também chamada de Literatura de Cordel, é herdeira direta do trovadorismo medieval. Foram os trovadores portugueses, a partir da publicação de suas gestas e poemas, que deram forma às bases da nossa Língua Portuguesa. Eu costumo dizer que o TROVADORISMO seria o tronco de uma árvore gigantesca, de onde surgiram vários ramos distintos: Cantoria, Literatura de Cordel, Embolada, Coco de praia, coco de embolada, aboio, calango, cururu, trova gaúcha, poesia matuta e até o rap, lá na pontinha dos galhos, com o mais novo broto dessa árvore gigantesca.

Por favor, não confunda LITERATURA DE CORDEL com POESIA MATUTA. São ramos bem diferentes, com particularidades bem distintas. A chamada poesia matuta é uma invenção de Catulo da Paixão Cearense, que ganhou alguns adeptos e tem como expoentes as figuras do próprio Catulo, Zé da Luz, José Laurentino, Luiz Campos e Patativa do Assaré. Muitas vezes, tais poetas forçam a barra nas suas criações, para conseguir uma rima. Caso dessa estrofe de Patativa:

Eu nasci no Ceará
A terra de Juvená,
Sim, de Juvená Galeno
Um poeta, aquele gêno
O maior dos trovadô...
(...)
Ainda tô do mermo jeito
Que Juvená me deixo.


Veja bem, um poeta cordelista, o verdadeiro poeta de bancada, jamais rimaria CEARÁ com JUVENAL, GALENO com GÊNIO ou TROVADOR com DEIXOU. Observe as obras de Leandro Gomes de Barros, de José Camelo de Melo ou de José Pacheco, só para citar alguns. O verdadeiro poeta de cordel só escreve uma palavra de forma errada, quando desconhece a maneira correta de escrevê-la.

É por isso que eu digo, na abertura do meu livro “ACORDA CORDEL NA SALA DE AULA”


Para quem ama o cordel
porém só vê poesia
nessa linguagem matuta
“pru quê”, “pru mode”, “pru via”,
tendo o sertão como tema
pode esquecer meu poema
bater noutra freguesia.


Como poeta utilizo
Métrica, rima e oração
Pois o cordel sendo usado
Para a alfabetização
Não pode ensinar errado
Nem pode ser embalado
Nas plumas da erudição.

Patativa do Assaré é um caso sui generis. Apesar de ter produzido 90% de sua obra na linguagem matuta, também fazia Literatura de Cordel obedecendo as regras gramaticais, com texto fiel às normas do vernáculo. E também fazia sonetos, sem qualquer deformação da nossa linguagem. Portanto vamos acabar de uma vez por todas com essa história de que cordel é escrito em linguagem errada, porque isso é uma grande mentira. Desde os tempos de LEANDRO GOMES DE BARROS, o maior expoente do gênero, considerado um dos fundadores dessa escola literária no Brasil, os chamados poetas de bancada ou cordelistas buscam aperfeiçoar a linguagem dentro da norma culta. Veja por exemplo o caso de João Martins de Athayde, José Camelo de Melo, Manoel Camilo dos Santos, Manoel Monteiro, Gonçalo Ferreira da Silva e, mais recentemente, os poetas da nova geração onde se destacam Marco Haurélio, Varneci Nascimento, Klévisson Viana, Rouxinol do Rinaré, Arievaldo Viana, Moreira de Acopiara e Antônio Francisco.