sábado, 3 de dezembro de 2016

DEUS DA VIDA, DEUS DA MORTE




Barros Alves
                Por primeiro, há que se ressaltar o fato insofismável para os que têm fé, que morte para o cristão é apenas o recomeço da vida eterna. Então, paradoxalmente, morte não é morte, mas vida. Daí por diante surge um mundo de especulações filosófico-teológicas sem fim.
                Diante de tudo o que tenho visto em face da tragédia que vitimou a equipe do Chapecoense e outras pessoas, especialmente na união solidária na dor de tantos contrários, sobretudo torcedores de diferentes times que em outros momentos – até de alegria – se entredevoram, veio-me à mente uma antiga ideia que me estimula a escrever algo mais substancial sobre o assunto: Deus, o Onipotente, o Onisciente, o Onividente, em especial O DEUS AMORÁVEL EM PLENITUDE, manifesta sua justiça suprema muito mais na morte do que na vida.
                Uns nascem em berço de ouro; outros em paupérrimas choupanas; uns brancos, outros pretos, dando azo a racismos inconcebíveis; uns nascem em perfeita sanidade, enquanto outros vêm ao mundo e passam o resto de suas vidas submetidos aos mais atrozes sofrimentos  etc etc etc. A vida, por mais bela e desejável, por mais necessária e da qual, em sã consciência, dela não nos desfaçamos, ao contrário, queiramos gozá-la imensamente; esta vida não nivela jamais o ser humano. É, em qualquer circunstância, um vale de lágrimas.
                A morte, ao contrário, é o mais democrático fato da vida. Todos a receberão como prêmio final. Na morte, por mais indesejável e misteriosa que seja, não há diferença nem segregação. TODOS MORREM. Então, não é na vida, mas na morte que Deus demonstra Seu PODER e Sua JUSTIÇA. Daí é que o ser humano deve ter sempre presente a admoestação bíblica: TU ÉS PÓ E AO PÓ RETORNARÁS!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

A CULPA É DO PAPA



Barros Alves

Conta-se que quando da realização da famosa Conferência de Yalta, onde os chefes de Estado e de Governo Franklin Delano Roosevelt (Estados Unidos), Joseph Stalin (então União Soviética), e o primeiro-ministro inglês Winston Churchill, se reuniram para decidir o fim da II Guerra e a repartição das zonas de influência entre o Oeste e o Leste, o líder estadunidense teria sugerido que se convidasse o Papa Pio XII para o encontro. O arrogante comunista Stalin discordara observando: “Quantas divisões tem o Papa?”. Ao que Roosevelt redarguira: “O poder do Papa vai além das armas, porque seus exércitos são de natureza moral...” Anedota ou não, a verdade reside no fato de que o Papado continua de pé, enquanto a União Soviética diluiu-se na empáfia e na mediocridade de seus dirigentes ateus.
Todavia, ao que parece, os exércitos morais do Papa estão periclitando diante da investida dos valores anticristãos que infestam a sociedade pós-moderna, a qual navega ao sabor das adaptações fáceis que a tornam fluida, inconsistente, como assevera o filósofo Zigmunt Baumann com sua pertinente idéia de que vivemos numa “sociedade líquida”. O Papa Francisco tem sido um colaborador entusiasmado da destruição dos ideais que têm dado sustentação à Cristandade ao longo dos dois mil anos de Cristianismo. Até parece que o Sumo Pontífice confunde a misericórdia de Deus com a inclusão de pecadores que cometem inconfessáveis crimes no mesmo barco em que navega a Igreja de Pedro.
Neste pé, cremos assistir razão ao Padre Santiago Martin, biólogo e especialista em Teologia Moral, segundo quem a utilização que está sendo feita do conceito de misericórdia é uma utilização absolutamente demagógica. Portanto, falsa e daninha. O conceito de misericórdia mal entendido, separado do conceito de Verdade, portanto separado do conceito de amor, pode ser tremendamente nocivo, para a pessoa a quem supostamente se quer beneficiar, inclusive.
Ao publicar a Carta Apostólica “Misericordia et Misera” que autoriza de modo permanente  os sacerdotes católicos a absolverem pessoas envolvidas com a prática de aborto, tanto mulheres quanto médicos, o Papa Francisco fragilizou seu exército moral e abriu as portas para o desatino de gente sem compromisso com a vida,como é o caso do Ministro Luís Roberto Barroso, do STF, e companheiros que, de logo, decidiram por descriminalizar o assassinato de fetos com até três meses de formação.

sábado, 26 de novembro de 2016

MORRE O GRANDE DITADOR


Barros Alves
Jornalista

A morte não santifica os maus nem concede virtuosidade aos cafajestes. Por isso esqueço o axioma latino que ensina a não se falar dos mortos a não ser de bem (De mortuis nil nisi bonum) em face do passamento do mais cruel ditador latino americano do século XX, o cubano Fidel Castro. Prometendo o paraíso, o jovem revolucionário de Sierra Maestra e seus comandados chegaram ao poder em 1959. Daquele tempo a esta parte, Cuba vive sob um governo comunista que castrou as liberdades e ainda usa o terror como política de Estado para “convencer” quem pensa diferente dos revolucionários. Fidel soube usar seu carisma pessoal para convencer um séquito de ingênuos e mal informados por um lado; de militantes de mau caráter por outro (vide os Josés Dirceus do Brasil) para tecer uma rede internacional de defesa da ditadura nepótica, violenta e corrupta que implantou na ilha.
Paradoxalmente, ao longo da segunda metade do século XX, gradas organizações da sociedade, como a Igreja e a universidade, quedaram encantadas diante do discurso vitimista do ditador cubano em face da democracia norte-americana, que reagiu ante os desatinos cometidos pela trupe fidelista no poder. A universidade deixou-se contaminar pelo canto da sereia de figuras paradigmáticas da revolução, caso do médico Ernesto “Che” Guevara, respeitável guerrilheiro, abandonado por Fidel depois da vitória para que morresse nas montanhas bolivianas e não lhe fizesse sombra na disputa interna de poder. Che não era menos assassino do que Fidel. Este, porém, ladinamente, o transformou em ícone depois de morto.
A Igreja (católicos e protestantes), por sua vez, embarcou na heresia da Teologia da Libertação pregando uma analogia barata entre o Reino de Deus e o governo da Revolução marxista-leninista, em especial a cubana, até porque essa “teologia” surgiu do pensamento vesgo de religiosos militantes da América Latina, sendo pioneiros na década de 1960, os pastores protestantes Richard Shaul e Rubem Alves, o frade Gustavo Gutierrez e, posteriormente, os irmãos franciscanos Clodovis e Leonardo Boff. Sem esquecer o irmão leigo defensor da ditadura cubana, chamado equivocadamente de “frei” Betto, porque até nisto ele constitui uma fraude, pois não é frade dominicano como pensam os incautos.
Fidel morreu aos 90 anos sem cumprir o prometido ao povo cubano. Ao contrário, a  1º de janeiro vindouro completam-se 58 anos do poder despótico dos Castros na miserável e paupérrima ilha. Sufocado pela indignidade e pela propaganda unilateral do Estado comunista, o povo cubano continua à míngua, enquanto os césares vermelhos da ilha vivem nababescamente. Fidel, por mais que rezem os religiosos comunistas da Teologia da Libertação, irá ao inferno se encontrar com gente como Adolf Hitler, Joseph Stalin, Pol Pot, Mao Tse Tung, Che Guevara e outros menos cotados. A única salvação desses monstros que infelicitaram suas nações e legaram péssimo exemplo para a humanidade é a misericórdia de Deus.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

A DESCONSTRUÇÃO DO PT



Barros Alves

O título em epígrafe poderia ser “A autodesmoralização do PT”, posto que é correto afirmar que a desconstrução do PT foi uma realização autofágica ditada pelos atos moral e eticamente escabrosos que preeminentes personalidades do partido praticaram ao longo dos últimos 12 anos em que estiveram no poder da República. Lembre-se, por necessário e pertinente, que não foram personagens menores da hierarquia partidária do petismo que desviaram-se da boa conduta que deve ter um agente público. Lideranças expressivas, a partir dos comandantes-em-chefe da tropa lulocomunopetista, estão sendo acusados dos piores desatinos éticos cometidos quando se assenhorearam da máquina de governo. Zé Dirceu, o todo-poderoso ministro do primeiro governo Lula, “herói do povo brasileiro” na visão moralmente gangrenada de alguns petistas, curte merecida cadeia por meter a mão nos dinheiros públicos. O líder-mor, Lula da Silva, está encalacrado como réu em pelo menos dois processos.
O PT desmilinguiu-se nas eleições do último domingo. Não conseguiu eleger um só prefeito entre os que disputavam o segundo turno. Dos mais de seiscentos dirigentes municipais que tinha eleito em 2012, a sigla encolheu para 254, tendo eleito apenas prefeito de capital o postulante da minúscula e inexpressiva Macapá, capital do Amapá. O PT plantou sua própria desgraça ao vender ao povo brasileiro uma ilusão, assentado não numa mitologia política que gramscianamente estimulou o logro em vez da luta pelos sagrados ideais que devem nortear a justa ambição das gerações vocacionadas para a atividade político-partidária. O PT, ao longo de sua existência, de 1980 a esta parte, impingiu à nação um discurso fundado no engodo, no ludíbrio, na mentira, em postulados assentados em bases que incentivavam o desrespeito à lei, fundando-se em denúncias vazias e caluniosas contra adversários ideológicos, em dissimulação e escamoteamento de realidades, escorado numa leitura completamente equivocada dos anseios e possibilidades do povo brasileiro.
Por tudo o que de pior exemplo representa a ação petista nas duas últimas décadas, há de causar espécie o fato de pessoas presumivelmente bem formadas e informadas ainda insistirem numa “teoria da conspiração”, na tentativa de argumentar, por exemplo, que as instituições da República como o Ministério Público, a Polícia Federal e o próprio Judiciário, muito bem representado neste quesito pelo juiz Sérgio Moro, são meros perseguidores de lideranças petistas no afã de destruir o partido. Ninguém quer destruir o PT. O PT apenas cometeu suicídio moral. O povo o enterrou no último pleito.