quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

A CULPA É DO PAPA



Barros Alves

Conta-se que quando da realização da famosa Conferência de Yalta, onde os chefes de Estado e de Governo Franklin Delano Roosevelt (Estados Unidos), Joseph Stalin (então União Soviética), e o primeiro-ministro inglês Winston Churchill, se reuniram para decidir o fim da II Guerra e a repartição das zonas de influência entre o Oeste e o Leste, o líder estadunidense teria sugerido que se convidasse o Papa Pio XII para o encontro. O arrogante comunista Stalin discordara observando: “Quantas divisões tem o Papa?”. Ao que Roosevelt redarguira: “O poder do Papa vai além das armas, porque seus exércitos são de natureza moral...” Anedota ou não, a verdade reside no fato de que o Papado continua de pé, enquanto a União Soviética diluiu-se na empáfia e na mediocridade de seus dirigentes ateus.
Todavia, ao que parece, os exércitos morais do Papa estão periclitando diante da investida dos valores anticristãos que infestam a sociedade pós-moderna, a qual navega ao sabor das adaptações fáceis que a tornam fluida, inconsistente, como assevera o filósofo Zigmunt Baumann com sua pertinente idéia de que vivemos numa “sociedade líquida”. O Papa Francisco tem sido um colaborador entusiasmado da destruição dos ideais que têm dado sustentação à Cristandade ao longo dos dois mil anos de Cristianismo. Até parece que o Sumo Pontífice confunde a misericórdia de Deus com a inclusão de pecadores que cometem inconfessáveis crimes no mesmo barco em que navega a Igreja de Pedro.
Neste pé, cremos assistir razão ao Padre Santiago Martin, biólogo e especialista em Teologia Moral, segundo quem a utilização que está sendo feita do conceito de misericórdia é uma utilização absolutamente demagógica. Portanto, falsa e daninha. O conceito de misericórdia mal entendido, separado do conceito de Verdade, portanto separado do conceito de amor, pode ser tremendamente nocivo, para a pessoa a quem supostamente se quer beneficiar, inclusive.
Ao publicar a Carta Apostólica “Misericordia et Misera” que autoriza de modo permanente  os sacerdotes católicos a absolverem pessoas envolvidas com a prática de aborto, tanto mulheres quanto médicos, o Papa Francisco fragilizou seu exército moral e abriu as portas para o desatino de gente sem compromisso com a vida,como é o caso do Ministro Luís Roberto Barroso, do STF, e companheiros que, de logo, decidiram por descriminalizar o assassinato de fetos com até três meses de formação.

2 comentários:

  1. Então se deve perdoar o aborto? Acredito que o papa, obviamente, quis assegurar o perdão, a absolvição espiritual e não política a quem comete o aborto.

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