Barros Alves
Jornalista
A morte não santifica os maus nem concede virtuosidade aos cafajestes.
Por isso esqueço o axioma latino que ensina a não se falar dos mortos a não ser
de bem (De mortuis nil nisi bonum) em face do passamento do mais cruel ditador
latino americano do século XX, o cubano Fidel Castro. Prometendo o paraíso, o
jovem revolucionário de Sierra Maestra e seus comandados chegaram ao poder em
1959. Daquele tempo a esta parte, Cuba vive sob um governo comunista que
castrou as liberdades e ainda usa o terror como política de Estado para “convencer”
quem pensa diferente dos revolucionários. Fidel soube usar seu carisma pessoal
para convencer um séquito de ingênuos e mal informados por um lado; de
militantes de mau caráter por outro (vide os Josés Dirceus do Brasil) para
tecer uma rede internacional de defesa da ditadura nepótica, violenta e
corrupta que implantou na ilha.
Paradoxalmente, ao longo da segunda metade do século XX, gradas organizações
da sociedade, como a Igreja e a universidade, quedaram encantadas diante do discurso
vitimista do ditador cubano em face da democracia norte-americana, que reagiu ante
os desatinos cometidos pela trupe fidelista no poder. A universidade deixou-se
contaminar pelo canto da sereia de figuras paradigmáticas da revolução, caso do
médico Ernesto “Che” Guevara, respeitável guerrilheiro, abandonado por Fidel
depois da vitória para que morresse nas montanhas bolivianas e não lhe fizesse
sombra na disputa interna de poder. Che não era menos assassino do que Fidel.
Este, porém, ladinamente, o transformou em ícone depois de morto.
A Igreja (católicos e protestantes), por sua vez, embarcou na heresia
da Teologia da Libertação pregando uma analogia barata entre o Reino de Deus e
o governo da Revolução marxista-leninista, em especial a cubana, até porque
essa “teologia” surgiu do pensamento vesgo de religiosos militantes da América
Latina, sendo pioneiros na década de 1960, os pastores protestantes Richard
Shaul e Rubem Alves, o frade Gustavo Gutierrez e, posteriormente, os irmãos franciscanos
Clodovis e Leonardo Boff. Sem esquecer o irmão leigo defensor da ditadura cubana,
chamado equivocadamente de “frei” Betto, porque até nisto ele constitui uma
fraude, pois não é frade dominicano como pensam os incautos.
Fidel morreu aos 90 anos sem cumprir o prometido ao povo cubano. Ao
contrário, a 1º de janeiro vindouro
completam-se 58 anos do poder despótico dos Castros na miserável e paupérrima
ilha. Sufocado pela indignidade e pela propaganda unilateral do Estado
comunista, o povo cubano continua à míngua, enquanto os césares vermelhos da
ilha vivem nababescamente. Fidel, por mais que rezem os religiosos comunistas
da Teologia da Libertação, irá ao inferno se encontrar com gente como Adolf
Hitler, Joseph Stalin, Pol Pot, Mao Tse Tung, Che Guevara e outros menos
cotados. A única salvação desses monstros que infelicitaram suas nações e
legaram péssimo exemplo para a humanidade é a misericórdia de Deus.
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