quarta-feira, 26 de março de 2014

PADRE NERI FEITOSA, UM MILITANTE DA FÉ

Barros Alves*

Escrever livros é um ato de coragem e de ousadia. Notadamente nestes tempos aziagos em que o TER se sobrepuja ao SER e, sobretudo, ao SABER. E quando o que escrevemos incursiona pelos caminhos do outro, todo cuidado é pouco, porque a tarefa se torna cada vez mais dispendiosa e cheia de nuances a serem cuidadosamente pensadas e repensadas. Digo isto a propósito da iniciativa tomada a termo pelo pesquisador José Sávio Sampaio Edwiges, que intenta, por agora, dar à lume escorço biográfico sobre um dos mais lídimos advogados da Transcendentalidade, com papel passado pela Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana desde os idos de 1950.

É o Padre Neri Feitosa, autêntico militante da fé católica, o objeto da escritura de Sávio Sampaio, autor deste A VIDA PASTORAL E AS MEMÓRIAS DE PADRE NERI FEITOSA. Trata-se de uma singela homenagem a um homem vocacionado pela Graça para fazer do sacerdócio um exercício de profecia. Com efeito, é correto afirmar que o autor identificou no prelado sertanejo, as qualidades inerentes a um profeta de Deus, isto é, aquele que tem de cumprir muitas vezes uma missão caminhando entre espinhos e arrostando todos os obstáculos que se lhes interponham na caminhada, com os olhos postos no Infinito. Pregando a paz, sim, como o Cristo, mas levando a espada para decepar o mal e o pecado, a fim de que os pecadores não sucumbam indefesos nas garras do Tinhoso.


Em boa hora Sávio Sampaio inicia um trabalho que deve ser alargado, porque a personagem tem história para alentada biografia. Padre Neri, profeta da esperança, da libertação e da justiça, traz no DNA a coragem de dizer. Nunca teve papas na língua e, repito à saciedade, escudado na força poderosa e invencível do Evangelho de Jesus Cristo não teme os poderosos. Nem os de fora, nem os de dentro da organização eclesial. Seu compromisso inalienável é com a Verdade do Cristo. Aos que o contradizem, principalmente se amigos, é do seu feitio o pensamento aristotélico e, assemelhando-se ao sábio grego, pode dizer sem temor e sem tremor: - Sou amigo dos homens, mas sou mais amigo da Verdade.

Sobraçando o dever de assegurar lugar para a Verdade evangélica desvestida de outras adjetivações ou nuances histórico-eclesiológicas, o Padre Neri tomou a si uma tarefa hercúlea em face de decisões passadas
da hierarquia católica no Ceará. Ele é o grande defensor do Padre Cícero Romão Batista, o profeta do povo sertanejo, que incompreendido, injustiçado, foi duramente maltratado a seu tempo, justamente por
aqueles que deveriam assomar como paladinos da Caridade cristã. As maldades contra contra o Padre Cícero chegaram em alguns momentos ao vilipêndio ao longo dos últimos cem anos. Ele sofreu as maiores agressões por parte de altos dignitários da própria Igreja, os quais, paradoxalmente, deram munição a posicionamentos de figuras interessadas na destruição do próprio rebanho do Cristo. Mas, “Meu Padim Ciço”, apesar de tudo, é o santo do povo nordestino e foi escolhido o “Cearense do Século” em disputa com figurões da Política e da Economia em nosso Estado.

Padre Neri, ao contrário de muitos “sábios e entendidos”, compreendeu de logo a importância do Taumaturgo do Nordeste como um obediente servidor da Igreja que soube comportar-se com dignidade
eclesiástica não obstante as muitas perseguições de que foialvo. Mais do que isto, como poucos Padre Neri compreendeu a atuação política de Cícero como parte da ação pastoral que lhe coube por vocação e
determinação que vem do Alto. Padre Cícero foi profeta completo. Soube governar, soube admoestar, soube rezar, soube conduzir as levas de homens rudes dos adustos sertões nordestinos aos pés da Mãe de
Deus das Dores. E Padre Neri é um dos poucos que sabe compreender essa mensagem e se sente responsável por defendê-la ao tempo em que defende o seu protagonista-mor.

Há de se louvar, portanto, o gesto de Sávio Sampaio ao publicar este trabalho que leva ao leitor, ainda que parcialmente, aspectos da vida do Padre Neri, profeta da sertanidade, um homem intimorato e bom, que
abdicou das grandezas humanas para dedicar-se ao serviço do Rei Maior, Mestre da Justiça e Salvador da Humanidade.

*Pertence à Sociedade Cearense de Geografia e História e à Academia Cearense de Hagiologia.

AUDÍFAX ESCREVE E PINTA O SETE



Barros Alves*

O Ceará é como manancial de divina fertilidade quando se trata de criaturas literárias. Entre a longa lista de literatos da melhor estirpe inscreve-se um nome cuja completude artística revela, paradoxalmente, a nossa proverbial e bíblica inapetência para o reconhecimento dos nossos maiores no campo da Literatura. Às vezes, aliás, somos até pródigos em incensar mediocridades, desde que eles flanem com desenvoltura, de par com alguma atividade literária, ao redor do poder político ou do poder econômico. Há alguns entre nós, inclusive, que leem com desembaraço e vigor apenas o livro-caixa, mas não lhes faltam encômios nas páginas dos nossos diários como se os rabiscos que escrevem fossem obras-primas.
                A personagem de quem me ocupo neste espaço, ao contrário, apesar de todos os méritos intelectuais, esconde-se na simplicidade franciscana que caracteriza os separados das grandiosidades ocas; simplicidade própria, no entanto, daqueles que olham as veleidades do poder com desdém e se arrimam tão-somente nas luzes do espírito para arrostar os obstáculos do cotidiano. Detestando essas futilidades, a nossa personagem não é um misantropo. Bem ao contrário, ele pensa, age, milita e, sobretudo, escreve. E sua escritura já constitui por si uma admirável militância intelectual. Como eu disse, completo, o nosso esteta pinta. Inclusive o sete. Com traço impecável que reflete os anseios e lutas, as angústias e obstinações da gente nordestina.
                Audífax Rios, observador da cena contemporânea que o cerca, tendo sempre um olho aqui e outro alhures, é um ardoroso apóstolo na pregação da cultura sertaneja, o que exercita por intermédio de uma criação ficcional que exprime na poesia, na prosa e no traço, a essência
das reflexões vigilantes que notabilizam sua existência como criador de arte. Isto implica afirmar que Audífax é um nome subestimado entre nós, porque ele concorre de maneira plena para colocar o Ceará no rol dos caminhos por onde necessariamente passa o que há de melhor na Literatura brasileira.
                Por agora, louvo a iniciativa editorial da publicação “Dragão do Mar e seu tempo”, salvo engano uma segunda edição aumentada, de bela feição gráfica, com o selo da Editora Conhecimento, em que Audífax Rios exalta a figura do valente jangadeiro Chico da Matilde, cognominado “Dragão do Mar” em razão do destemor com que impôs cobro aos comerciantes de cativo, não mais permitindo que a leva de escravos desembarcassem nesta terra de liberdade. O livro relembra como um venerável memorial o centenário de morte do herói abolicionista cearense, cantado em prosa e verso ao longo desses cem anos. De par com o escorço biográfico do Dragão, o leitor vai apreciar os escaninhos de episódios da história da abolição no Ceará, bem como o perfil de várias personalidades abolicionistas.
                Por final, devo dizer que se a personagem deste livro é deveras grandiosa, nem de longe a obra é aquela que expressa a grandeza do autor. O ficcionista Audífax Rios tem escritura forte, densa, transbordante, que enleva e leva o leitor a profundas reflexões sobre a sociedade, o mundo e o tempo em que vivemos.

• Pertence à Academia Cearense de Retórica e à Sociedade Cearense  de Geografia e História.

Júlio César Filho fala sobre suspeitas de fraudes em Maracanaú


 

Em pronunciamento no segundo expediente da sessão de quinta-feira (20/03), o deputado Júlio César Filho (PTN) comentou sobre as investigações de suspeitas de fraudes na administração do ex-prefeito de Maracanaú Roberto Pessoa.

O parlamentar leu algumas manchetes de jornais que informam que o atual vice-prefeito, acusado de chefiar fraudes, está foragido. Em outra manchete, lida pelo deputado, é divulgado que o atual secretário de saúde, Ciro Gomes, advertiu que havia uma “quadrilha atuando e roubando em Maracanaú”.

Júlio César Filho ressaltou que as acusações são relacionadas à gestão anterior, do prefeito Roberto Pessoa, e sugeriu ao atual prefeito, Firmo Camurça, que todos os acusados sejam destituídos de seus cargos e que sejam suspensos os pagamentos para as empresas que estão sendo investigadas.

De acordo com o deputado, uma das empresas envolvidas, R. Schuch Construções Ltda, pertence ao irmão do vice-prefeito. Ainda segundo Júlio César Filho, o irmão do vice-prefeito se divorciou de sua esposa para que ela assumisse a propriedade da empresa, facilitando assim a entrada em licitações.

Júlio César informou ainda que a única fonte de renda da empresa eram os contratos com a prefeitura e que, em menos de um ano, conseguiu contratos no valor de R$ 21 milhões com a administração municipal de Maracanaú, demonstrando que a empresa foi criada com o intuito de desviar os recursos.

Em aparte, a deputada Fernanda Pessoa (PR) rebateu as acusações, informando que, desde o dia 18 de março, foi suspenso o pagamento para as empresas que estão sob investigação. A parlamentar informou também que foram realizadas oito mil licitações, e apena duas ou três estão sendo investigadas. Fernanda Pessoa questionou também como o atual secretário de saúde, Ciro Gomes, tinha acesso a essas denúncias e perguntou se foi a Kroll que passou essas informações para Ciro Gomes. Em 2013, o deputado federal Eudes Xavier (PT) acusou o secretário de estar espionando políticos e denunciou que a empresa americana Kroll teria sido contratada para investigar o ex-prefeito de Maracanaú Roberto Pessoa.

O principal acusado, Carlos Bandeira, vice-prefeito e secretário de Infraestrutura de Maracanaú, já se entregou à Polícia.

quarta-feira, 12 de março de 2014

DECLARAÇÃO DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL DAS FILIPINAS SOBRE A MAÇONARIA



Apesar das muitas e repetidas sentenças de condenação da Maçonaria lançadas pela Santa Sé, parece que ainda há dúvidas se Católicos podem ou não se filiar à Maçonaria. Frequentemente se alega que várias sociedades maçônicas aqui nas Filipinas são organizações não sectárias às quais Católicos podem aderir sem nenhum prejuízo à Fé Católica. Isto é falso e Nós queremos reafirmar nos mais fortes e solenes termos a regra emitida pela Santa Sé, a qual decreta que qualquer Católico que conscientemente e deliberadamente adere à Maçonaria automaticamente incorre em excomunhão e não pode receber os Sacramentos da Igreja e nem ser enterrado em cemitério Católico.
Uma pequena reflexão é suficiente para mostrar a justiça e a racionalidade dessa proibição, não obstante todas as alegações em contrário. A Maçonaria é hoje aquilo que ela sempre foi. Uma seita naturalista que ignora ou nega muitas das verdades contidas nas Sagradas Escrituras e definidas pela Igreja Católica como necessárias para a Salvação. Por exemplo, a doutrina oficial da Maçonaria nega, explicitamente ou por implicação, que Jesus Cristo é o Filho de Deus no sentido exato. De acordo com o ensinamento maçônico, Cristo não passou de um simples homem, certamente um homem sábio, todavia apenas um homem; portanto se Ele é chamado "Filho de Deus", isso só pode ser tomado no sentido figurativo ou metafórico. Conseqüentemente, aderir à doutrina oficial da Maçonaria através da adesão como membro dessa organização, em efeito significa negar ou duvidar de pelo menos uma das verdades essenciais da Fé Católica.
É verdade que os Maçons acreditam numa espécie de divindade suprema à qual eles chamam "o Arquiteto do Universo"; mas essa divindade descrita nos livros oficiais da Maçonaria está muito longe de ser o Deus Todo Poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo, uma só natureza em três pessoas divinas, O qual os Católicos reconhecem e adoram. De fato, o termo "Arquiteto do Universo" tem sido interpretado pelos maçons de vários modos, alguns dos quais nem podemos chamar de cristão. Além do mais, essa relatividade no que toca à natureza de Deus e nosso relacionamento com Ele, é por si só um grande perigo para a religião já que isso funciona como uma poderosa indução ao indiferentismo religioso, o qual por sua vez conduz ao ceticismo e por fim ao ateísmo.
Mas não é apenas no terreno doutrinal que a Maçonaria é inaceitável para Católicos. As condições de filiação a essa sociedade e suas práticas bem conhecidas, estão em direta violação não apenas da moralidade cristã como também da Lei Natural.
Todos os maçons, por exemplo, são obrigados a fazer um juramento solene comprometendo-se a manter segredo absoluto do que quer que seja ensinado a respeito de sua doutrina e deveres, sob a pena de sofrerem severas punições às quais incluem até mesmo a morte. Existem muitas objeções a tal juramento. Em primeiro lugar; é claramente errado jurar manter segredo de algo que não deveria ser mantido em segredo. Em segundo, as graves conseqüências de se violar tal juramento, as quais incluem tortura, mutilação das mãos de outros membros da fraternidade, quer sejam seriamente consideradas ou não, invocando a suprema majestade de Deus como testemunha de um procedimento trivial e ridículo, no mínimo faz parte da natureza do sacrilégio. Mas consideremos então que tais ameaças sejam levadas a sério, nesse caso é atribuído à sociedade maçônica o poder da pena capital, o qual Deus outorgou apenas ao Estado e sob severíssimas limitações. Finalmente, a absoluta e irrestrita lealdade a uma organização privada e secreta, prometida através de juramento é diretamente contrária à Lei Natural, a qual prescreve que nossa adesão a qualquer sociedade privada é necessariamente limitada pela nossa obrigação primária a Deus, à Igreja, à sociedade civil e à família.
Apesar da propagada profissão de neutralidade e até mesmo de amizade da Maçonaria por todas as religiões, é um fato histórico confirmado por incontáveis exemplos, de que a Maçonaria sempre foi e continua sendo consistentemente hostil à Igreja Católica e também contra muitas denominações cristãs não-Católicas. Em vários casos, sacerdotes sofreram ameaças por ouvirem confissões e reconciliarem maçons em seus leitos de morte. A Maçonaria consistentemente advoga e ativamente promove a exclusão do Catolicismo de qualquer posição de influência, por mais legítima que seja, em qualquer campo da vida social. Tão amarga e incansável é essa hostilidade da Maçonaria pela Igreja Católica, que um proeminente maçom filipino foi efusivamente aplaudido por seus colegas maçons quando ele publicamente declarou que o maior inimigo do povo filipino não é o Comunismo ateu mas sim a Igreja Católica Romana.

Em resumo: Católicos estão proibidos de se associar à Fraternidade Maçônica. Católicos que conscientemente e deliberadamente se tornam maçons estão automaticamente excomungados; eles não podem receber os Sacramentos da Igreja; eles não podem ser convidados para serem padrinhos em cerimônias de Batismo e Confirmação e nem tampouco como testemunhas em Matrimônios Católicos onde tal participação se constituiria um grave escândalo e finalmente, maçons não podem ser enterrados em cemitérios Católicos. 
Assinado por toda a hierarquia da Igreja Católica nas Filipinas  (Fonte: Site Agnus Dei)
    + JULIO ROSALES, D.D. Arcebispo de Cebu
    + JAMES T. G. HAYES, (sj) Arcebispo de Gagayan
    + JOSE MA. CUENCO, Arcebispo de Jaro
    + CESAR MA. GUERRERO, Bispo de San Fernando
    + MANUEL M. MASCARINAS, Bispo de Tagbilaran
    + MARIANO MADRIAGA, Bispo de Lingayen
    + JUAN SISON, Bispo Auxiliar de Nueva Segovia
    + ALEJANDRO OLALIA, Bispo de Tuguegarao
    + MANUEL YAP, Bispo de Bacolod
    + PEREGRIN DE LA FUENTE, (op) Prelazia de Batanes-Babuyanes
    + LINO GONZAGA, Bispo de Palo
    + FLAVIANO ARIOLA, Bispo de Legaspi
    + PATRICK SHANLEY, (odc) Prelatura de Infanta
    + MONSENHOR PATRICK CRONIN, Administrador Apostólico de Ozamiz
    + REV. CHARLES VAN DEN OUWELANT, Administrador Apostólico de Surigao
    + SANTIAGO SANCHO, Arcebispo de Nueva Segovia
    + PEDRO P. SANTOS, Arcebispo de Nueva Caceres
    + RUFINO J. SANTOS, Arcebispo de Manilla
    + LUIS DEL ROSARIO, Bispo de Zamboanga
    + MIGUEL ACEBEDO, Bispo de Calbayog
    + ALFREDO OBVIAR, Administrador Apostólico de Lucena
    + WILLIAM BRASSEUR, (cicm) Vigário Apostólico de Montanosa
    + VICENTE REYES, Bispo Auxiliar de Manilla
    + GERARD MONGEAU, Administrador Apostólico de Sulu
    + WILLIAM DUSCHAK, Vigário Apostólico de Calapan
    + ANTONIO FRONDOSA, Bispo de Capiz
    + TEOPISTO ALBERTO, Bispo de Sorsogan
    + MONSENHOR CLOVIS THIBAULT, Administrador Apostólico de Davao
    + GREGORIO ESPIGA, (orsa) Prefeito Apostólico de Palawan