sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A tragédia do Haiti e o cônsul boquirroto







O caos tomou conta do sempre pobre e miserável Haiti. É o resultado da ação das forças cósmicas diante das quais somos totalmente impotentes. O terremoto que sacudiu a região, destruiu a capital do país, Porto Príncipe, e matou mais de cem mil viventes. Os sobreviventes estão à mercê das intempéries, ao deus-dará.

E Deus onde estará?

A situação da população haitiana, majoritariamente negra, me faz lembrar os versos do grande Castro Alves, cuja imensa poesia fez dele o grande cantor da dor e dos atrozes sofrimentos dos escravos:

"Deus, ó Deus, onde está que não respondes,
Em que mundo, emn que estrela tu te escondes,
embuçado nos céus!!!"

Se, conforme diz o texto sagrado dos cristãos, todas as coisas que ocorrem no mundo, até um cabelo que cai de nossa cabeça, é por permissão de Deus, como explicar tragédias como as que têm se abatido sobre os haitianos?

Talvez a explicação venha da boca de um deles.

O Senhor Georges Samuel Antoine, Cônsul do Haiti em São Paulo, numa indiscrição e sinceridade que beira às raias da temeridade, sem saber que um reporter que o havia entrevistado estava gravando suas palavras, disse que a tragédia era algo de bom porque dava visibilidade à miséria dos haitianos e que tudo poderia ser uma espécie de castigo de Deus, porque os negros descendentes de africanos não largavam a mania de cultuar deuses estranhos através de seus rituais de macumba.

Veritas veritatem?!!!

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