domingo, 17 de setembro de 2017

A HISTÓRIA EM REVISTA



                                                                           


Barros Alves

Constitui acerto confirmar o conceito de história atribuído a Marcus Túlio Cícero, senador romano e uma das ímpares personalidades da história do saber humano: “A história é testemunha do passado, luz da verdade, vida da memória, mestra da vida, anunciadora dos tempos antigos.” Aduza-se ao pensamento de Cícero a palavra do nosso contemporâneo John Tosh, segundo o qual todas as sociedades têm uma memória coletiva, um depósito de experiência que é delineada para oferecer certo sentido de identidade e um sentido de direção que aponta, é evidente, para as possibilidades imensas que se descortinam no futuro da humanidade, assim como de cada um em particular. Certamente, é arrimado nessa visão que referencia potencialmente a História como garimpagem da significação dos fatos na linha do tempo, que o Professor Luiz Gonzaga Bertelli, presidente da Academia Paulista de História, escritor de nomeada e incansável pesquisador das andanças e caminhos percorridos pelo nosso povo, assegura bimestralmente ao leitor que aprecia registros e análises históricas, uma jóia de raro valor editorial no campo historiográfico brasileiro, a Revista do Historiador. Não se trata de compêndio contendo longos ensaios, mas de uma publicação leve, contendo uma trintena de páginas, esmerada apresentação gráfica e conteúdo sobremodo excelente, mercê da qualidade editorial e mais ainda da qualidade intelectual daqueles que assinam os artigos, notícias e resenhas. A cada edição uma agradável surpresa, já pela matéria de capa, sempre a discorrer sobre personagem que se alteia no panteão da Pátria; já pelas secções especiais a registrar fatos da atualidade e/ou a resgatar a memória que ficou às vezes escondida em algum recanto de uma biblioteca.  Por pertinente, vale ressaltar a escritura da mais recente edição da Revista do Historiador, a de número 191, em que sobressai justamente artigo da lavra do presidente Luiz Gonzaga Bertelli, no qual assoma a figura excelsa do Padre Manuel de Paiva, celebrante da missa inaugural do Colégio dos Jesuítas, marco fundador da cidade de São Paulo. Destaque-se também a publicação de excerto do livro “Tietê, o rio do esporte”, de autoria do escritor Henrique Nicolini; o artigo da historiadora Sônia M. de Freitas, sobre a atuação do Comendador Montenegro, português radicado em São Paulo onde fundou a comunidade Nova Louzã; e a secção especial sobre “Os Heróis de Nossa Pátria”. A Academia Paulista de História, na pessoa de seu presidente Luiz Gonzaga Bertelli, merece todos os encômios por esse importante trabalho de valorização e divulgação da história da brava gente bandeirante.

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