Barros
Alves
Constitui acerto confirmar o conceito de
história atribuído a Marcus Túlio Cícero, senador romano e uma das ímpares
personalidades da história do saber humano: “A história é testemunha do
passado, luz da verdade, vida da memória, mestra da vida, anunciadora dos
tempos antigos.” Aduza-se ao pensamento de Cícero a palavra do nosso
contemporâneo John Tosh, segundo o qual todas as sociedades têm uma memória
coletiva, um depósito de experiência que é delineada para oferecer certo
sentido de identidade e um sentido de direção que aponta, é evidente, para as
possibilidades imensas que se descortinam no futuro da humanidade, assim como de
cada um em particular. Certamente, é arrimado nessa visão que referencia
potencialmente a História como garimpagem da significação dos fatos na linha do
tempo, que o Professor Luiz Gonzaga Bertelli, presidente da Academia Paulista
de História, escritor de nomeada e incansável pesquisador das andanças e
caminhos percorridos pelo nosso povo, assegura bimestralmente ao leitor que
aprecia registros e análises históricas, uma jóia de raro valor editorial no
campo historiográfico brasileiro, a Revista do Historiador. Não se trata de
compêndio contendo longos ensaios, mas de uma publicação leve, contendo uma
trintena de páginas, esmerada apresentação gráfica e conteúdo sobremodo
excelente, mercê da qualidade editorial e mais ainda da qualidade intelectual daqueles
que assinam os artigos, notícias e resenhas. A cada edição uma agradável
surpresa, já pela matéria de capa, sempre a discorrer sobre personagem que se
alteia no panteão da Pátria; já pelas secções especiais a registrar fatos da
atualidade e/ou a resgatar a memória que ficou às vezes escondida em algum
recanto de uma biblioteca. Por pertinente,
vale ressaltar a escritura da mais recente edição da Revista do Historiador, a
de número 191, em que sobressai justamente artigo da lavra do presidente Luiz Gonzaga
Bertelli, no qual assoma a figura excelsa do Padre Manuel de Paiva, celebrante
da missa inaugural do Colégio dos Jesuítas, marco fundador da cidade de São
Paulo. Destaque-se também a publicação de excerto do livro “Tietê, o rio do
esporte”, de autoria do escritor Henrique Nicolini; o artigo da historiadora
Sônia M. de Freitas, sobre a atuação do Comendador Montenegro, português
radicado em São Paulo onde fundou a comunidade Nova Louzã; e a secção especial
sobre “Os Heróis de Nossa Pátria”. A Academia Paulista de História, na pessoa
de seu presidente Luiz Gonzaga Bertelli, merece todos os encômios por esse
importante trabalho de valorização e divulgação da história da brava gente
bandeirante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário