segunda-feira, 7 de maio de 2018

ARTE E FRAUDE



                                                                        

Barros Alves

Nos dias que correm têm-se apresentado aos consumidores de arte, em museus e galerias, alguns artistas com obras que se assemelham àquelas que são expelidas pelo organismo dos animais depois do devido metabolismo. Exposições e “instalações” que trazem o sinete do maleável e adaptável caráter desses pseudo-artistas, não passam de uma fraude para ludibriar pedantes ou personalidades ignaras, que confundem a grandeza de uma obra de arte com um arremedo dela. A propósito, vale citar, por oportuno, o depoimento insuspeito de um incensado artista do século XX, Pablo Picasso: “Desde que a arte não é o alimento que melhor nutre, o artista pode exercer seu talento procurando todas as formas e todos os caprichos de sua fantasia e todos os caminhos do charlatanismo intelectual. Na arte o povo não encontra consolação nem exaltação. Porém, os refinados, os ricos, os ociosos, os destiladores de quintessências procuram a novidade, o estranho, o original, o extravagante, o escandaloso. Eu mesmo contentei, desde o Cubismo e muito antes, a todos esses críticos com todas as embromações que me ocorriam. E eles tanto mais me admiravam quanto menos me compreendiam. À custa de todos esses jogos, desses quebra-cabeças e desses arabescos, fiz-me célebre rapidamente. E a celebridade significa para o pintor, vendas, fortuna e riqueza.” Picasso, numa tão sincera quanto corajosa autocrítica, afirma que a sós com sua solidão não se considerava um artista no sentido lato que o termo comporta: “Porém, quando fico só comigo mesmo, não posso considerar-me um artista no grande sentido que esta palavra possui.” E Picasso arremata, para decepção dos inovadores que produzem essa coisa que chamam de arte, mas não passa de uma baboseira de conteúdo ideológico indefinível: “Grandes pintores foram Giotto, Ticiano, Rembrandt e Goya. Eu sou apenas um embromador que compreendeu seu tempo e tirou o que pôde da imbecilidade, da vaidade e da ganância de seus contemporâneos.” Diante de tão expressivo depoimento, escrito por um artista considerado genial pela crítica e pelo público, só nos resta compreender que situação pior é a dos autores dessas “instalações” inspiradas por um sentimentos iconoclastas de destruição dos valores mais caros ao povo cristão. Eles constituem tão-somente um grupelho de desajustados, cujo desequilíbrio mental os faz pensar que são artistas quando não passam de pobres diabos.

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