Barros Alves
Nos
dias que correm têm-se apresentado aos consumidores de arte, em museus e
galerias, alguns artistas com obras que se assemelham àquelas que são expelidas
pelo organismo dos animais depois do devido metabolismo. Exposições e “instalações”
que trazem o sinete do maleável e adaptável caráter desses pseudo-artistas, não
passam de uma fraude para ludibriar pedantes ou personalidades ignaras, que confundem a grandeza de uma obra de arte com um arremedo dela. A propósito,
vale citar, por oportuno, o depoimento insuspeito de um incensado artista do
século XX, Pablo Picasso: “Desde que a arte não é o alimento que melhor nutre,
o artista pode exercer seu talento procurando todas as formas e todos os
caprichos de sua fantasia e todos os caminhos do charlatanismo intelectual. Na
arte o povo não encontra consolação nem exaltação. Porém, os refinados, os
ricos, os ociosos, os destiladores de quintessências procuram a novidade, o
estranho, o original, o extravagante, o escandaloso. Eu mesmo contentei, desde
o Cubismo e muito antes, a todos esses críticos com todas as embromações que me
ocorriam. E eles tanto mais me admiravam quanto menos me compreendiam. À custa
de todos esses jogos, desses quebra-cabeças e desses arabescos, fiz-me célebre
rapidamente. E a celebridade significa para o pintor, vendas, fortuna e
riqueza.” Picasso, numa tão sincera quanto corajosa autocrítica, afirma que a
sós com sua solidão não se considerava um artista no sentido lato que o termo
comporta: “Porém, quando fico só comigo mesmo, não posso considerar-me um
artista no grande sentido que esta palavra possui.” E Picasso arremata, para
decepção dos inovadores que produzem essa coisa que chamam de arte, mas não
passa de uma baboseira de conteúdo ideológico indefinível: “Grandes pintores
foram Giotto, Ticiano, Rembrandt e Goya. Eu sou apenas um embromador que
compreendeu seu tempo e tirou o que pôde da imbecilidade, da vaidade e da
ganância de seus contemporâneos.” Diante de tão expressivo depoimento, escrito por
um artista considerado genial pela crítica e pelo público, só nos resta compreender
que situação pior é a dos autores dessas “instalações” inspiradas por um sentimentos iconoclastas
de destruição dos valores mais caros ao povo cristão. Eles constituem tão-somente um
grupelho de desajustados, cujo desequilíbrio mental os faz pensar que são
artistas quando não passam de pobres diabos.
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