segunda-feira, 15 de outubro de 2018

OS INCRÉUS E A SAGRADA EUCARISTIA

                                                                            


                                                              Barros Alves

Em face de episódios protagonizados em um templo católico por duas personalidades de expressão nacional, à vista de todos, trato dessa questão do ponto de vista dos ensinamentos dos escritos evangélicos e do magistério da Igreja Católica. Por primeiro, devo dizer que a ninguém é dado apontar o dedo condenando expressões de fé de outrem. Todavia, constitui pecado de omissão calar diante de atitudes sacrílegas em face da hipocrisia ou de ações piedosas praticadas por confessos anticristãos, cujo objetivo é unicamente enganar a boa fé de muitos e a ingenuidade de outros tantos.  O senhor Fernando Haddad e a senhora Manuela d’Ávila, respectivamente candidatos a presidente da República e a vice, são notórios e autodeclarados marxistas e ateus. Com o sacrílego beneplácito de um sacerdote católico, indigno da missão para o qual foi ordenado, os dois, em aberta campanha eleitoral, de forma afrontosa aos princípios mais caros à liturgia cristã, receberam o Santíssimo Sacramento da Eucaristia como se católicos praticantes fossem. Santo Inácio, terceiro Bispo de Antioquia, que conviveu com os apóstolos (séc. 1º d.C), na Carta que escreveu aos Efésios adverte, que devemos fugir daqueles que usam o nome de Deus, mas o desonram por suas obras: “Evitai-os como a feras: são cães raivosos, mordem insidiosamente. Precavei-vos quanto a eles, são difíceis de curar.” O mesmo Santo Padre na mesma epístola diz que a comunhão só pode ser recebida “em estado de graça.” A Sagrada Eucaristia constitui a plenitude do mistério que define a Igreja como santa e sua divina apostolicidade reside inequivocamente no dogma da transformação do pão e do vinho no corpo e sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Deus que se fez homem. De igual modo, urge ressaltar a manifestação teológico-pastoral de São João Paulo II, que inicia a Encíclica ECCLESIA DE EUCHARISTIA, a primeira de seu pontificado, reafirmando esse dogma de fé: “A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese O PRÓPRIO NÚCLEO DO MISTÉRIO DA IGREJA.” Se não bastam os testemunhos desses santos, busquemos a admoestação do Apóstolo dos Gentios: “Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.” (1ª Carta de São Paulo aos Coríntios, 11.27). Escusado dizer que neste postulado cristão, enunciado reiteradamente ao longo da história da Igreja, os incréus não acreditam; ao contrário, o abominam como fizrloseram o senhor Fernando Haddad e a senhora Manuela d’Ávila durante suas trajetórias públicas. Todavia, dolorosamente, há que se admitir que o escândalo maior foi praticado pelo sacerdote que deu a comunhão eucarística aos incréus. Para tal situação valem as palavras do padre-teólogo Thomas G. Weinandy, sobre outro caso, mas de semelhante feição: “O escândalo é a consequência pastoral pública de permitir que a Sagrada Comunhão seja recebida por pessoas impenitentes e em pecado grave.”

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