segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

ACADEMIA CEARENSE DE CINEMA

Barros Alves
 
O cinema constitui, inequivocamente, uma das invenções do engenho humano das mais belas. A um tempo ilude, encanta e extasia, como a nos dizer que a fantasia é a ilimitada continuação das realidades palpáveis. E vice-versa! Desde os irmãos Lumière, a quem se atribui a criação do cinematógrafo, em 1895, o cinema como técnica e como arte expressa a capacidade do ser humano de expressar todo um universo cultural, ideológico e estético através da imagem em movimento. Em pouco mais de cem anos de existência, esse produto artístico-cultural surgido da euforia burguesa em face das revoluções advindas com a máquina, tem apontado o olhar do ser para o infinito, porque assentado sobretudo na imaginação que dá ao mito e ao sonho a impressão de realidade.
No Ceará, é correto afirmar que a atividade cinematográfica aportou no limiar do século XX, mais precisamente a 1º de abril de 1919, data em que os Anais da história cultural de nosso Estado registra a exibição do filme “A Procissão dos Passos”. Este primeiro momento do cinema em plagas cearenses, remete-nos, inexoravelmente, ao pioneirismo de Adhemar Bezerra de Albuquerque, fundador da ABA Filme (ABA, iniciais do nome dele). Ele financiou empreitadas como a de Benjamim Abraão, corajoso pioneiro que adentrou os sertões, para legar à posteridade imagens imorredouras, entre as quais destacam-se as do já incensado Padre Cícero; e de Lampião, Rei dos Cangaceiros. Até os dias hodiernos o Ceará tem-se notabilizado na seara da cinematografia. Assomam entre nós premiados produtores, roteiristas, cineastas, atores e atrizes do melhor quilate artístico. Sem esquecer dedicados Quixotes da Sétima Arte, entre os quais destacamos o nome de Eusélio Oliveira.
Por agora, em face de feliz iniciativa do professor-doutor Régis Frota, funda-se em Fortaleza a Academia Cearense de Cinema. A ideia surge desde os anos 60/70 do século passado, quando o idealizador da ACC e outros protagonistas da cena cultural cearense já intentavam criar entidade que congregasse os amantes, aficionados, estudiosos e pesquisadores da Sétima Arte.  Eis que neste ano da graça de 2017, sob o signo de largo sonho, a realidade se faz presente. Com uma formação em que se destacam nomes como Fernanda Quinderé, Ary Bezerra Leite, Fernando Pessoa de Andrade, Glauber Paiva, Rosemberg Cariry, Wolney Oliveira, Álder Teixeira, Wilson Baltazar, Pedro Martins Freire, Marcus Fernandes, Aderbal Nogueira, Pluto, Eduardo Rennó, Messias Adriano, Aurora Miranda Leão, Tibico Brasil, Santamaria Montalverne e tantos outros de inegáveis qualidades como amantes e estudiosos da Sétima Arte.

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