O misticismo caboclo e o fanatismo religioso aliado a nuances políticas que ainda hoje carecem de uma compreensão profunda, levaram à tragédia de Canudos. A guerra liderada pelo cearense Antônio Conselheiro, líder místico de uma campanha militar culminou com um verdadeiro genocídio em que milhares de homens e mulheres foram sacrificados pelo exército regular brasileiro nos primeiros anos da República. Muito já se disse sobre o assunto. Geraldo Amâncio Pereira, poeta de escol, um dos mais importantes cantadores do Nordeste brasileiro disse mais e em versos cordelianos de fino lavor. A lira popular de Geraldo Amâncio refaz com talento a épica do místico rebelde em “A História de Antônio Conselheiro”, agora publicada pela Editora IMEPH com impecáveis ilustrações de Kazane. O autor forra-se em pesquisas eruditas que alia à sensibilidade de homem nascido e criado nos pagos sertanejos, a ouvir os “causos” que povoam o imaginário de uma população que ainda hoje ver em Conselheiro uma espécie de messias libertador dos sertões.
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