Dilma e seus petistas desprezam as instituições, os
poderes de Estado, os valores democráticos. O sinal é claro: a candidata à reeleição
e o PT não aceitam as regras do jogo
Toda véspera de eleição a história se repete. Sempre
que se vê em apuros, o PT esperneia, mente, deturpa, apela. Às suas armas
habituais, os petistas agora agregam a tese de "golpe". Tudo porque estão a um
passo de perder o poder.
A tese não veio a público pela boca de algum dos
muitos petistas mais radicais, dispostos a tudo para não perder sua boquinha no
governo. Foi vocalizada
pela própria candidata à reeleição, a presidente da República em pessoa, na
última sexta-feira.
Dilma Rousseff lançou a pregação a propósito das mais
novas revelações do assalto à Petrobras perpetrado pelo grupo político que
comanda o país há 12 anos. A partir de novos depoimentos de Paulo Roberto Costa
à Justiça feitos na semana passada, ficamos sabendo que 2% do valor dos
contratos da empresa ia para o cofre do PT. Estima-se, por baixo, que isso dê a
bagatela de uns R$ 2 bilhões.
A candidata se disse "estarrecida" com o que
considerou "vazamento" das gravações. Não manifestou, contudo, a mesma
indignação com o conteúdo revelado pelo ex-diretor da Petrobras e também pelo
doleiro Alberto Youssef nos depoimentos que vêm prestando. Dilma desconheceu
também que os dados revelados são públicos, e não sigilosos.
Nas gravações que vieram à tona, os investigados
revelam como funcionou, durante os últimos anos, o esquema que pode ter drenado
R$ 10 bilhões da Petrobras. Empreiteiras eram escolhidas para executar obras e,
em troca, se comprometiam a irrigar as contas do PT e de partidos da base
governista no Congresso.
Para Dilma, fazer o Brasil saber que o patrimônio do
povo brasileiro está sendo garfado pelo PT é "golpe" dos que investigam o caso.
Livrar o aparato estatal destes cupins que estão se incrustando em todos os
poros do Estado é "golpe". Mas o mais grave: perder as eleições, para ela, só
se for com "golpe".
É fácil perceber o desapreço, para dizer o mínimo,
de Dilma e seus petistas pelas instituições, pelos poderes de Estado, pelos
valores democráticos, em suma. O sinal é claro: a candidata à reeleição e o
partido dela não aceitam as regras do jogo, exceto se lhe são favoráveis.
É também por esta razão que os petistas transformam
sua propaganda eleitoral no mais puro terrorismo. É o medo de quem não aceita o
saudável preceito da alternância de poder, o medo da mudança que o cidadão
brasileiro quer e vai ter.
Para o petismo, a revelação
de que o partido surrupia o dinheiro dos brasileiros presta-se a "manipular a
eleição". Nada disso: é mais uma informação fundamental para que a população
diga que não admite mais isso, que não se curva ao terror e dará um basta a
este estado de descalabro quando voltar às urnas no fim da semana que vem.
(Carta de Formulação e Mobilização Política Quarta-feira, 15 de outubro de 2014. Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela) | ||
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