segunda-feira, 29 de agosto de 2022

A DAMA CANTANTE

                                                                                            


Barros Alves

 

Te vi tão deslumbrante, minha cara,

Cantando uma canção de terno amor.

Cantavas música que ninguém cantara,

Cantavas com paixão e com calor!

 

Tu tens um doce canto, uma voz rara,

Com o canto que tu tens bem podes tudo.

Melíflua voz, macia, de veludo,

É lenitivo que as dores sara.

 

Eu queria, confesso, ao meu ouvido

Ter essa voz de modo permanente.

Nenhuma outra! Bem ela tão-somente.

 

Não digas que meu tempo é já perdido,

Pois rogo aos céus e ao Deus Onipotente

Pra te ouvir mesmo em sonho, longamente...

 

(05/04/2000)

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