domingo, 7 de junho de 2020

A PESTE DE CAMUS E O VÍRUS DO ESQUERDISMO


Barros Alves

Albert Camus, escritor de língua francesa nascido na Argélia, escreveu a comovente metáfora política A PESTE, que nada mais é do que uma crônica testemunhal da geração que viveu os horrores da Segunda Grande Guerra. Nessa obra Camus retrata as dores do mundo. Na Oran de sua imaginação há milhares de pessoas colocados em isolamento, obrigados a ficar distantes do mundo dos sãos.  Quando a peste surge e o mal se alastra os inocentes sofrem e os maus rejubilam com o caos. Cottard, criminoso, rejubila. O caos social vai permitir sua liberdade e a continuação de seus negócios escusos. Os aproveitadores ocultos ocupam as garras da Justiça. Cottard não lutará contra a peste. Coisa estranha, não será vítima do contágio. Igualmente Lula, a personagem de Camus deseja que a peste permaneça. Lembremos que o ex-presidente identificou no corona vírus a mão de Deus para castigar Bolsonaro. Exultou! Desculpou-se. Desculpa esfarrapada. Tarrou, a personagem que representa um espírito cristão criado pelo ateu Camus, diria de Lula o que disse de Cottard: um ser como esse que amou a peste em seu íntimo, não o posso compreender e devo perdoar-lhe. Vale lembrar, por oportuno, que Camus era ateu, mas não comunista, confessou seu horror a Marx, segundo ele um dos maus gênios da humanidade. Lendo a peste, podemos afirmar que qualquer semelhança dessa trama romanesca de Camus com as posições adotadas pela mídia, pelo Judiciário, por algumas lideranças políticas, em especial alguns governadores e prefeitos no Brasil atual, não será mera coincidência. Se fizermos uma imaginária relação de A PESTE com os nossos dias aziagos, Camus foi profeta.
            Nas linhas finais de A PESTE, Camus como que reafirma sua fé no homem, ainda que não se atenha à transcendência do ser humano: “Em meio aos gritos que redobravam de força e de duração, que repercutiam longamente junto do terraço, à medida que as chuvas multicores se elevavam mais numerosas no céu, o Dr. Rieux decidiu, então, redigir esta narrativa, que termina aqui, para não ser daqueles que se calam, para depor a favor dessas vítimas da peste, para deixar ao menos uma lembrança da injustiça e da violência que lhes tinham sido feitas e para dizer simplesmente o que se aprende no meio dos flagelos: QUE HÁ NOS HOMENS MAIS COISAS A ADMIRAR DO QUE COISAS A DESPREZAR.”
            Lênin disse que o esquerdismo é doença infantil do comunismo. Na verdade, é a peste que infesta a humanidade desde Marx, desde o próprio Lênin e demais pensadores que se lhes seguiram os passos destruidores. Sorrio da ingenuidade de alguns que dizem estar morto o comunismo. Uma peste não se destrói definitivamente. É só lembrar o fato de que o vírus do marxismo-leninismo tem-se submetido a várias mutações: luta contra o racismo, defesa da ideologia de gênero, teologias de libertação etc. Assim continua contaminando instituições e povos. No Brasil, esse vírus do esquerdismo tem-se aliado ao corona vírus para alargar as atrocidades. Para nós nesse tempo de medo e terror adotado pelo autoritarismo de determinados governantes, vale a palavra final de Camus na metáfora de A PESTE: “Na verdade, ao ouvir os gritos de alegria que vinham da cidade, Rieux lembrava-se de que essa alegria estava sempre ameaçada. Porque ele sabia o que essa multidão eufórica ignorava e se pode ler nos livros: o bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nos porões, nos baús, nos lenços e na papelada. E sabia, também, que viria talvez o dia em que, para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordaria seus ratos e os mandaria morrer numa cidade feliz.”

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