No templo santo se ergue a fé candente.
Francisco, acolhedor, olha o romeiro
Que vem de longe fiado no Cordeiro
E traz no peito a dor de um ser carente.
Em Canindé, contrito e reverente
Vê em Francisco o abrigo derradeiro,
Aflito, aquele pobre caminheiro,
Busca no Santo a luz resplandecente.
"Ex votos" falam mudos da esperança
De graças alcançadas na bonança
Que o Santo bom inspira ao interceder.
E o coração feliz, enfim, descansa,
Pois sente a fé trazer-lhe a confiança
No Amor de Deus que aponta o renascer.
São Francisco das Chagas de Canindé - II
Pobrezinho de Assis, luz peregrina,
Que em Canindé resplende em devoção,
Atrais romeiros das urbes, do sertão,
Cheios de imensa fé que não declina.
De toda a parte a estrada se ilumina.
Passos simples, munidos de oração;
No teu altar, em súplice gratidão,
Milhares rogam pela Luz divina.
"Ex votos" narram dores superadas,
Milagres que em silêncio foram dados,
Gestos de graça em Cristo recebidos.
E tu, Francisco, em chagas consagrado,
Acolhes corações tão humilhados,
Fazendo o céu tocar os desvalidos.
São Francisco das Chagas - III
Francisco, caminheiro peregrino
Que carrega no peito mil paixões,
Paladino dos pobres. Nordestino
Que distribui amor pelos sertões.
Ouve os queixumes dessas multidões
De prófugos famintos sem destino...
No doce olhar profundas emoções,
Sentimentos de santo e de divino.
Andarilho de Deus, santo e poeta,
Lembra o Cristo, o maior dos galileus,
Um rebelde de Amor, alma inquieta...
Se fôssemos cristãos menos ateus
Cumpriríamos de Francisco a meta:
Amar ao outro como se ama a Deus!


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