sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sonetos heréticos

Morri, fui ao inferno e vi primeiro
Prelados de alta estirpe em negra trama,
Vi líderes, pastores de alta fama
Em conluio com velhos feiticeiros.

Presbíteros astutos e matreiros,
Que por um nada aqui faziam dramas,
Lá eu os vi ardendo em muitas chamas,
Aos safanões por cargos e dinheiros.

Então, eu perguntei aos diabos chefes:
- De onde vieram tantos mequetrefes?
De qual país, de qual sociedade?

E responderam os tais que o Sempiterno
Enviou pras profundas do inferno
Todos os santarrões da humanidade.

-x-x-x-x-

Depois subi ao céu e a Divindade
Disse-me logo que não me refuta,
Pois nunca confiou na Cristandade
E acha que há uma "Igreja" mui fajuta.

As bestas que compõem a humanidade
Disse ter feito mesmo vis e brutas.
E O vi irradiar felicidade
Entre bêbados, ladrões e prostitutas.

No céu não vi nenhuma majestade,
Não vi príncipe, princesa, não vi rei,
Não vi o Papa nem a sua grei.

Lá vi a plebe vil da humanidade,
Vi malandros, famintos – já nem sei!
Vi os sem-terra, os sem-teto e os sem-lei...

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