Já disse aqui neste espaço que não aprecio jogos. Não me emociona a disputa futebolística que a tantos entusiasma e muda o comportamento natural, tansformando-os em fanáticos.
Mas, há uma coisa no futebol que deixa-me admirado, às vezes boquiaberto. É a narração radiofônica de uma partida de futebol. É bem mais empolgante do que ver um jogo pela TV. Aqui, estamos vendo, mas a narrativa do locutor não tem criatividade, é modorrenta, fastidiosa, sobretudo para quem não é um aficcionado do jogo.
No rádio, não é assim. Bem ao contrário. Uma partida de futebol, pela voz de um bom "speaker", torna-se uma torrente de palavras que lhe sai da boca aos borbotões, uma cascata verbal, um caudaloso rio de jargões, mas também de criatividade. A narração de um jogo de futebol pelo rádio exige, outrossim, rapidez de raciocínio, atenção, capacidade de articular as palavras como numa tempestade de oralidade. Um mar revolto de pleonasmos, metáforas e eufemismos.
Não sou de ficar em frente da televisão vendo 22 marmanjos correndo atrás de uma bola. Mas, confesso, não me desgosta ouvir a narração de uma partida de futebol através do rádio. Justamente porque ainda que o jogo seja pífio, um bom locutor o transforma em um espetáculo.
Na próxima sexta-feira vou ouvir Brasil versus Holanda. Espero que o narrador seja um exagerado e não economize o vocabulário futebolístico. De uma coisa tenho certeza. Nenhum narrador de jogo de futebol através do rádio, por pior que seja, tem a chatice de um Galvão Bueno.
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