terça-feira, 15 de junho de 2010

A Pátria de Chuteiras e o fútil bol

Nelson Rodrigues, o Anjo Pornográfico no dizer de seu biógrafo Ruy Castro, era um aficcionado por futebol. Escreveu uma série de crônicas publicadas sob o título "A Pátria de Chuteiras".

Ao contrário de Nelson, não gosto de futebol. A rigor, não aprecio nenhum tipo de jogo. E se, em épocas de Copa do Mundo, sou obrigado a aturar os mass media a nos repastar de futebol as 24 horas do dia, a lição que tiro da situação é que as pessoas têm pouco a fazer.

Hoje, por exemplo, tirei uma longa soneca depois do almoço, porque também nada tinha o que fazer no país do futebol,a não ser ficar de olhos vidrados numa TV olhando 22 marmanjos correndo atrás de uma bola. Depois deliciei-me a ler - e ver - um livro há tempos publicado pelo jornal do Brasil, em fascículos, intitulado "Jesus na Arte". Para mim um programa que vale por mil jogos de futebol. Aliás, FÚTIL BOL, como dizia o poeta Paulo Leminski.

Quanto aos jogos em geral e a anestesia que eles naturalmente causam, me faz lembrar uma historieta sobre Aristóteles e seus discípulos. Ao se deparar com os alunos jogando em momento de lazer, estes o convidaram a participar do jogo, ao que sábio retrucou que não queria fazê-lo. Os discípulos lembraram-lhe que nenhum bem se estava apostando, portanto, nada se tinha a perder. O mestre redarguiu: - Vocês estão perdendo o que de mais precioso tem a juventude: perdem o tempo.

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