Barros
Alves
Recentemente a Imprensa publicou carta
assinada pelo Monsenhor Paolo Borgia, assessor para Assuntos Gerais da
Secretaria de Estado do Vaticano, endereçada ao casal homossexual Toni Reis e
David Harrad, de Curitiba, na qual, em nome do Papa Francisco, deseja
felicidades aos dois, por terem batizado os filhos adotados, e invoca para a “família,
abundâncias das graças divina, a fim de viverem constante e fielmente a
condição de cristãos, como bons filhos de Deus e da Igreja...” O Papa
Francisco, clemente e misericordioso, tem confundido misericórdia com
afrouxamento dos postulados e princípios eternos que a Igreja defende e que ao
longo de mais de dois mil anos o Cristianismo tem ensinado aos fiéis, ou seja, a
“guardar, transmitir e explicar fielmente o depósito da Fé”. (Concilio Vaticano
I). O caso em apreço choca-se flagrantemente com a Sagrada Tradição da Igreja
Católica – e das Igrejas Cristãs -, contradizendo documentos conciliares e
colegiados, ao tempo em que dissemina a confusão no seio dos fiéis. Além de
agredir a sacralidade do batismo, sacramento primeiro que PERMITE CRESCER NO
BEM PELAS VIRTUDES MORAIS (Catecismo da Igreja Católica, 1266), agride o
magistério da própria Igreja, tal como pode-se observar na orientação oriunda
da Congregação Para a Doutrina da Fé: “Inserir crianças nas uniões homossexuais
através da adoção significa, na realidade, praticar a violência sobre estas crianças,
no sentido de que se aproveita do seu estado de fraqueza para introduzi-las em
ambientes que não favorecem o seu pleno desenvolvimento humano. Não há dúvida
de que uma tal prática seria gravemente imoral e pôr-se-ia em aberta
contradição com o princípio reconhecido também pela ‘Convenção Internacional da
ONU Sobre os Direitos da Criança’, segundo a qual, o interesse superior a
tutelar é sempre o da criança, que é a parte mais fraca e indefesa.” Roma
locuta, causa finita. O Papa não é Roma, quanto mais um mero auxiliar de
terceiro escalão. A Igreja não deve jamais se adaptar às conveniências do
mundo. Este é que deve se submeter à Igreja. O apóstolo João, na Primeira Carta,
já admoestava: “O mundo todo jaz sob o maligno.” E o extraordinário apóstolo Paulo
orienta: “Não vos
conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente,
para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos,
12.2).
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