Barros Alves
Aos conselhos maternos me fiz mudo,
Radicado em potente rebeldia,
Com os prazeres da vida me iludia,
Tinha a altivez de quem já sabe tudo.
Pau era pedra, como eu insistia;
E pedra pau, essência e conteúdo.
Hoje maduro e menos cabeçudo
Já vou descendo a minha escadaria.
O tempo está perdido. Não me iludo!
Recuperá-lo? Impossível agora.
O danado se foi levando tudo...
É como disse o grande Augusto outrora:
- Para iludir
minha desgraça estudo.**
“Quem perde o tempo eterna perda chora.”***
*Palavras contidas em verso
do poeta romano Publius VERGILIUS Maro
(70-19 a. C.), nas Geórgicas. Quer dizer
“O tempo foge”
*Primeiro verso do POMEA
NEGRO, de Augusto dos Anjos.
**Verso atribuído a Olavo
Bilac. Dístico escrito no pátio interno do Colégio Sete de Setembro, Av. do
Imperador, Fortaleza.
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