segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Do poema como tema para a vida inteira

Em sonhos me desfaço
No rastro das estrelas,
No riso das donzelas
Recolho meus pedaços.

Pedaços de mim traço
Nos traços dos meus versos
De amores, de protestos,
Às vezes, de percalços.

Teus braços, se me abraçam,
São laços, não abraços,
Degola de carrascos.
Abraços, não! São laços.

E os versos que ora faço,
Reversos, paradoxos,
Recontam meus esforços
Para alargar meus passos.

No altar do sacrifício
Imolar o poema
Jamais!!! Que a alma é o tema
E o verso é amor em viço.

Do riso e da alegria,
Da lágrima e do pranto
Ressurgem a poesia
E a vstidão do canto.

Poetas são profetas
Sem mágoas de outros dias,
Alforje de esperanças,
Silêncios e agonias...

No ermo das trincheiras
Dos versos que componho
Há flores e fogueiras,
Há deuses e demônios.

Eu vivo deste espanto
Que pressagia o enigma
E orbito nas esferas
Das grandes profecias.
(Barros Alves)

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