quarta-feira, 30 de março de 2011

Morre José Alencar, o politicamente incorreto


O Brasil chora desde ontem um dos seus mais ilustres filhos na contemporaneidade. Morreu, aos 79 anos, José Alencar, empresário de sucesso, que nos últimos vinte anos dedicou-se à política partidária, tendo exercido o cargo de senador por Minas Gerais, e de vice-presidente da República.

Alencar sempre foi um lutador. Foi um self made man no sentido lato do termo. Era daquelas personalidades que vergavam, mas não quebravam. Só quedou diante da inexorabilidade da morte, a única certeza que temos na vida e que, como uma demonstração da grandeza de Deus, nivela a todos sem dó nem comiseração.

Alencar arrostou com altivez e tiradas de bom humor a crueldade de um câncer que o atenazou durante longos anos. Atenazou-o, mas não o aterrorizou. Ele levou a doença na galhofa, apesar de todo o sofrimento. Um raro exemplo nesses dias de desespero humano, em que a humanidade se debate em face do silêncio de Deus.

E onde está o lado politicamente incorreto de José Alencar?

Para tristeza dos "politicamente corretos", que vivem a pregar modismos inconsequentes, José Alencar, o menino pobre do interior de Minas Gerais, começou a trabalhar aos 10 anos de idade, conforme declarações dele próprio ao receber homenagem no Senado Federal.

Certamente, por ter se submetido tão cedo à pedagogia maravilhosa do trabalho, não tenha se tornado um marginal como tantos que perambulam pelas ruas das cidades brasileiras, agindo com o beneplácito dos "politicamente corretos".

José Alencar construiu um patrimônio financeiro e moral digno de louvor. Ralph Waldo Emerson diria que José Alencar foi um homem representativo para a humanidade.

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