Lá pelo fim dos anos 60, Erica Bayer in Roth ganhou do diretor da penitenciária Lemos de Brito, onde trabalhava no Rio, o apelido de Doutora Encouraçado Potemkin, em alusão ao filme de Sergei Eisenstein sobre uma revolta de marinheiros.
Desde 1967, ela era assistente social no local e atendia a 900 pessoas. Graças a ela, os presos passaram a receber visitas de suas mulheres. Em 1969, houve fuga, e ela, pela influência que tinha, acabou sendo acusada de participação e presa por três semanas.
Alguns eram presos políticos, mas ela não era ligada a partidos. "O que ela perseguia era a dignidade humana", conta a amiga e professora da Escola de Museologia da UniRio Ana Lúcia de Castro.
O episódio dos presos não havia sido o primeiro em que ganhara um apelido e vira uma revolta. Trabalhara antes na Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais, onde montou um departamento jurídico e uma escola.
Por isso, foi chamada de Madrinha dos Marinheiros do Brasil. Com um revolta de oficiais em 1963, teve de se afastar do cargo, por temerem sua segurança.
Formada em física e nascida na Hungria, Erica veio ao país em 1940, fugindo do nazismo. Aqui, seu diploma não foi reconhecido e ela se tornou assistente social. Apesar das agitações dos anos 60, ela se manteve firme na profissão, tanto que, aos 82 anos, formou-se em psicanálise.
Em Teresópolis (RJ), vivia sozinha e era voluntária da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso até terça, quando morreu aos 92, de infarto. Deixa filha, netos e bisnetos. (Folha de São Paulo)
E a criatividade, por onde anda? - Por Carlos Eduardo Esmeraldo
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Tenho o costume de entrar no carro e ligar imediatamente o rádio. E o que
ouço? Músicas antigas dos decênios de 1950, 1960, 1970 e até 1980
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Há 9 anos
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