terça-feira, 14 de outubro de 2025

“A obrigação do cristão de defender Israel: a herança judaica do Cristianismo e o testemunho das Escrituras” – Por Dra. Silvana Oliveira

 

Dra. Silvana Oliveira é médica e deputada estadual

O Cristianismo, em sua essência, é inseparável das raízes judaicas. Jesus Cristo, os apóstolos, os profetas e a própria revelação divina têm origem no povo de Israel. Por isso, defender Israel não é uma questão meramente política, mas um dever espiritual e moral de todo cristão que compreende a história da salvação e a fidelidade de Deus às Suas promessas. Desde o início das Escrituras, Deus escolheu Israel como Seu povo para ser “luz para as nações” (Isaías 49:6) e instrumento do Seu plano redentor. A partir de Abraão, Deus estabeleceu uma aliança perpétua, dizendo: “Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gênesis 12:3)

Essa promessa permanece válida, pois o próprio apóstolo Paulo afirma que “os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Romanos 11:29). Assim, Israel continua a ocupar um papel central no propósito divino. O próprio Jesus reconheceu explicitamente essa ligação quando disse à mulher samaritana: “A salvação vem dos judeus.” (João 4:22)

Essa declaração é de enorme significado teológico: a salvação, que se manifesta plenamente em Cristo, tem origem no povo de Israel, do qual nasceram a Lei, os Profetas e, finalmente, o Messias. Paulo reforça essa verdade ao lembrar que “os israelitas receberam a adoção de filhos, a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas; deles são os patriarcas e deles descende, segundo a carne, o Cristo” (Romanos 9:4-5).

Defender Israel, portanto, é reconhecer essa herança espiritual e manifestar gratidão ao povo através do qual Deus nos concedeu a salvação. O cristão que entende as Escrituras sabe que o antissemitismo, a hostilidade ou a indiferença diante das perseguições contra o povo judeu são atitudes contrárias ao coração de Deus. Além disso, o apóstolo Paulo ensina que a Igreja não substituiu Israel, mas foi enxertada na oliveira original, símbolo do povo escolhido: “Não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz é que te sustenta.” (Romanos 11:18) Essa imagem é clara: o cristianismo não existe sem Israel. A fé cristã é o cumprimento e a continuidade da fé de Abraão, Isaque e Jacó. Por isso, apoiar Israel é também um testemunho de fidelidade às Escrituras e uma expressão de esperança escatológica. A Bíblia profetiza que, no fim dos tempos, Deus restaurará Seu povo e trará paz a Jerusalém (Salmo 122:6; Zacarias 12:10). O cristão, ao interceder e defender Israel, coopera espiritualmente com os desígnios divinos.

O renascimento do Estado de Israel, em 1948, após quase dois mil anos de dispersão, é visto por muitos estudiosos e teólogos cristãos como o cumprimento de profecias antigas, como a de Ezequiel 37, que descreve os ossos secos voltando à vida, ou seja, uma imagem da restauração de Israel. Esse retorno não é apenas um evento histórico, mas um sinal de que Deus continua fiel ao Seu pacto. Em um tempo em que o povo judeu e o Estado de Israel enfrentam ataques, distorções e isolamento em muitos fóruns internacionais, o cristão é chamado a se posicionar com discernimento e coragem. Defender Israel hoje significa defender a verdade histórica, o direito de um povo existir em sua terra ancestral e, sobretudo, honrar o plano de Deus revelado na Bíblia. Não se trata de apoiar cegamente qualquer política humana, mas de reconhecer que Deus tem um propósito específico para aquela nação. Em Romanos 11:26, Paulo profetiza: “E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, que apartará de Jacó as impiedades.” Essa esperança futura motiva os cristãos a orar, a interceder e a permanecer ao lado de Israel, em obediência e amor. O cristão que ama o Deus de Israel deve também amar o povo de Israel.

Defender Israel é mais que um gesto político, é um ato de fé e de gratidão. É reconhecer que o cristianismo não nasceu em Roma, nem em Atenas, mas em Jerusalém. É lembrar que o nosso Salvador é judeu, que os apóstolos eram judeus, e que a Palavra que nos conduz foi escrita, em sua quase totalidade, por judeus inspirados pelo Espírito Santo. Por isso, o verdadeiro discípulo de Cristo não pode ser indiferente ao destino de Israel. Ele é chamado a orar pela paz de Jerusalém (Salmo 122:6), a repudiar o ódio contra o povo judeu e a defender a nação que continua sendo o relógio profético de Deus no mundo. Conforme está escrito: “Porque a salvação vem dos judeus.” (João 4:22). E na promessa veterotestamentária: “Abençoarei os que te abençoarem.” (Gênesis 12:3). Defender Israel, portanto, é defender o próprio testemunho da fidelidade divina, é permanecer do lado da promessa, da aliança e da verdade eterna do Deus de Abraão, Isaque e Jacó.

*Dra. Silvana Oliveira - Médica e deputada estadual pelo PL do Ceará.

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