quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

UFANISMO, CRISTIANISMO E POLÍTICA

 

Barros Alves

 

Afonso Celso de Assis Figueiredo Júnior, igualmente o nosso Barão de Studart tinha título nobiliárquico concedido pela Santa Sé, não pelo Império brasileiro. O Conde de Afonso Celso, professor, historiador e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras foi um monarquista de indiscutível fidelidade intelectual a essa forma de Estado, sendo defensor de um sistema parlamentarista de governo consoante a que foi adotada no Brasil até o golpe militar que instalou a república entre nós. Afonso Celso escreveu um livro intitulado “Porque me ufano do meu país”, no qual exalta as grandezas de nosso povo e de nossa terra, movido por um patriotismo digno de louvor, porque apesar dos reveses continuou a depositar sua fé inquebrantável no futuro da nação brasileira. Uma fé própria de um verdadeiro cristão. Confesso que gostaria imensamente de ser tocado por um mínimo de otimismo, uma fé do tamanho de um grãozinho de mostarda a respeito do futuro do Brasil. Mas, pelo menos por agora, minha crença em um bom futuro para os nossos pósteros é menor do que um átomo. Penso que assistia razão a Stephan Zweig quando escreveu “Brasil, País do Futuro” no seguinte aspecto: estamos sempre colocando para o porvir as realizações que poderiam transformar nossa Pátria uma das potências internacionais. Nunca somos um país do presente. E pelo andar da carruagem continuaremos apenas fitando os andes, com o olhar posto no futuro, enquanto os cupins sócio-econômicos, culturais e morais corroem o nosso corpo social.

            Neste momento em que se esvai mais um ano nas nossas vidas, enquanto cristãos e brasileiros, o que temos para comemorar de fato. Nada! A nação se autodecompõe no esgoto da moralidade, vendo a direção dos negócios públicos nas mãos de uma organização criminosa que retornou ao local do crime, conforme a profecia do vice-presidente da República, cooptado para chafurdar nessa lama onde já se revolviam há algum tempo aqueles que ele denunciara. Quando digo que a nação se autodecompõe não estou a observar apenas o estrato político-ideológico que segura as rédeas do poder político. Todas as estruturas institucionais e similarmente paralelas, que detêm algum poder, como a mídia, as associações de classe, os sindicatos, as organizações não-governamentais etc., estão aparelhadas por orientações ideológicas que não se coadunam com a nossa mais lídima tradição do povo cristão. Duas delas, que assomam com maior representatividade e detêm maior respeito no imaginário da população, a Ordem dos Advogados do Brasil-OAB; e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, movidas por interesses que não os do povo brasileiro, quedam genuflexas diante dos abusos cometidos por juízes de tribunais superiores. Pior, pautam-se pelas agendas  de um governo que inexoravelmente levará o País à ruína, apesar da aparência ufanista que impinge às massas ignaras. No acompanhamento desses desatinos, sobretudo no quesito moral, o pecado maior fica, sem dúvida, com a CNBB, que pode bem mudar o nome para Sindicato dos Bispos do Brasil tal a militância político-ideológica que vem protagonizando e que mais distancia a entidade dos verdadeiros valores evangélicos e cristãos. Aliás, essa ação política teológica e doutrinariamente deletéria que a CNBB vem assumindo soa como contraponto ao protagonismo político dos evangélicos protestantes. Então, a Igreja Católica no Brasil, com as bênçãos do papa marxista Francisco, se contrapõe ao que considera uma heresia para pactuar diretamente com o Satanás. Os que dizem que Deus é brasileiro estão seriamente inclinados a acreditar que por agora ele foi morar na Argentina. Que neste Natal o Deus-Menino se lembre dos brasileiros e retorne para nós.



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