quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

VINÍCIUS ESQUECIDO E SERENÍSSIMA REPÚBLICA

 

Um dos mais belos poemas de Vinicius de Moraes, que adotou a esquerda depois de haver sido censor no Estado Novo, hoje não cabe na estética social da imbecilidade politicamente correta. A começar pelo título: “Receita de Mulher”, que nos remete, de logo, para algo que se come. O primeiro verso desagrada totalmente as esquerdistas de pernas cabeludas, normalmente masculinizadas e que não apreciam higiene axilar. “As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental.” Aprecio esse Vinícius cantante, em sua opção pela beleza que não cabe, repito, na estética da esquerdalha dos dias atuais, paladina do feio, do sujo, do horroroso, do nojento: “Não há meio termo possível./ É preciso que tudo isso seja belo./ É preciso que, súbito tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada,/ e que e que um rosto adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.” As mulheres de esquerda desses tempos aziagos estão mais para corvos. Talvez o esquecimento a relegaram o Vinícius de Moraes nesses últimos tempos seja uma forma de cancelar o mulherengo poeta. As mulheres “intelectualizadas” de hoje não são mais tão mulheres...

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-xx-x-x-x-x-xx-x-x-x-x-x-x-x-

Quando vejo certas personalidades, sobretudo advogados, a defenderem a organização criminosa que retornou ao local do crime, me lembro de Machado de Assis: "A mesma formiga tão gabada pelas qualidades boas, dá no nosso açúcar e nas nossas plantações, e funda a sua propriedade roubando a alheia" (In SERENÍSSIMA REPÚBLICA). Este conto de Machado cai como uma luva na questão da fraude eleitoral, ontem como hoje presente na vida política brasileira. O autor de “Dom Casmurro” vivenciou as querelas político-partidárias sob o Império na segunda metade do século passado, escrevendo diariamente para os jornais da capital federal, o Rio de Janeiro. Presenciou todos os vícios, conchavos e oportunismos sob as barbas do Imperador Pedro II, que em maior grau se transferiram para o nosso arremedo de República. Em especial essa República do Lulanja.





Nenhum comentário:

Postar um comentário