quarta-feira, 8 de outubro de 2025

SERTANEJO NORDESTINO CABRA DA PESTE, ORGULHO DO SERTÃO – Por Barros Alves

No chão quente do Nordeste,
Entre espinho e solidão,
Nasce o homem resistente,
De coragem e muita ação.
Cabra danado da peste,
Orgulho do meu sertão!

 

Quando o sol racha o caminho,
E o chão grita sem florir,
Ele enfrenta o desafio,
Seguindo sem desistir.
Gibão e chapéu de couro,
Não tem medo do porvir.

 

Na enxada ou na viola,
Na lida ou na oração,
Traz nos olhos a esperança
De um povo em superação.
Mesmo pobre, é rei valente,
Seu reinado é no sertão.

 

Se a seca vem de surpresa,
Não se entrega ao padecer,
Pois do barro faz riqueza,
E do pouco faz crescer.
Com a fé em Meu Padim Ciço,
Segue firme sem temer.

 

O sertanejo é guerreiro,
Mas tem um bom coração,
Sabe rir na tempestade
E cantar na escuridão.
Mesmo o mundo sendo duro,
Vive feliz no seu chão.

 

Não há sol que o derreta,
Nem miséria que o abata,
Pois do suor nasce o trigo,
Nasce o bronze, o ouro, a prata.
É cabra macho, é valente,
Mas a ninguém desacata.

 

De Juazeiro e Canudos,
De Mombaça ao mundo inteiro

Nós exportamos heróis,
Pois seu povo é verdadeiro,
De cabra da peste ousado,

O Nordeste é um celeiro.

 

Nas brenhas do meu Nordeste,
Entre a seca e o espinho,
Brota o cabra destemido,
Porém, jamais um mesquinho.
De suor faz ele a chuva,
De dor faz novo caminho.

 

Tem no rosto o sol queimando,
Mas no peito o céu inteiro,
Não se curva à tempestade,
Nem ao fardo traiçoeiro.
É sertanejo valente,
É cabra forte e guerreiro.

 

Quando o chão racha de sede
E o gado geme no pasto,
Ele planta a esperança,
Mesmo se o tempo é nefasto.
Com fé em Nossa Senhora,
Sabe que o mundo é vasto.

 

Lá vai ele na caatinga,
Com a enxada ou o gibão,
Trabalhando com coragem,
Com firmeza e devoção.
Seu orgulho é o trabalho,
Sua força, o coração.

 

Já lutou contra o flagelo,
Contra o fome e solidão,
Mas nunca perdeu o riso,
Nem vendeu seu coração.
Porque o cabra nordestino
Tem gênio de Lampião. 
 

 

É vaqueiro, é retirante,
É poeta e cantador,
É profeta de esperança,
É um ente lutador.
Onde pisa nasce vida,
Mesmo em meio a muita dor.

 

No terreiro da saudade,
Canta o aboio magoado,
Mas da dor faz poesia,
Do amor faz seu legado.
Pois o seu peito é de ferro,
E o olhar é abençoado.

 

Diz o povo lá do Sul:
— “A vida é dura demais!”
Mas o cabra da caatinga
Sabe o quanto vale mais.
Porque nas brenhas e espinhos
Brota o amor, sonhos fatais.

 

E se o vento traz a seca,
Ele encara sem temer,
Faz do sonho um companheiro,
Do silêncio um bem-querer.
E agradece o que tem,
Mesmo o pouco pra comer.

 

Por isso eu bato no peito,
Com respeito e emoção,
Pra dizer pro mundo inteiro
Com orgulho e gratidão:
Sou nordestino, sou forte,
Sou filho do meu sertão!

 

Ofereço este folheto

Com respeito e devoção

Ao meu povo nordestino,

Povo de fé e ação,

Povo muito abençoado

Por Padim Ciço Romão. 

 

Bato no peito e repito

Antes de dizer: Adeus!

Rogando ao Meu Padim Ciço

Refazendo os sonhos meus,

Oro ao Pai Onipotente

Sentindo as bênçãos de Deus!







2 comentários:

  1. Parabéns, Barros Alves
    Excelente poema em homenagem ao dia do nordestino!

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  2. Que homenagem linda. Realmente o povo nordestino merece ser declamando em poesia. O Brasil nasceu no nordeste, logo os nordestinos são os verdadeiros pais do povo brasileiro. Parabéns.

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