No
chão quente do Nordeste,
Entre espinho e solidão,
Nasce o homem resistente,
De coragem e muita ação.
Cabra
danado da peste,
Orgulho do meu sertão!
Quando
o sol racha o caminho,
E o chão grita sem florir,
Ele
enfrenta o desafio,
Seguindo sem desistir.
Gibão e chapéu
de couro,
Não tem medo do porvir.
Na
enxada ou na viola,
Na lida ou na oração,
Traz nos olhos
a esperança
De um povo em superação.
Mesmo pobre, é rei
valente,
Seu reinado é no sertão.
Se
a seca vem de surpresa,
Não se entrega ao padecer,
Pois do
barro faz riqueza,
E do pouco faz crescer.
Com a fé em Meu
Padim Ciço,
Segue firme sem temer.
O
sertanejo é guerreiro,
Mas tem um bom coração,
Sabe rir
na tempestade
E cantar na escuridão.
Mesmo o mundo sendo
duro,
Vive feliz no seu chão.
Não
há sol que o derreta,
Nem miséria que o abata,
Pois do
suor nasce o trigo,
Nasce o bronze, o ouro, a prata.
É
cabra macho, é valente,
Mas a ninguém desacata.
De
Juazeiro e Canudos,
De Mombaça ao mundo inteiro
Nós
exportamos heróis,
Pois seu povo é verdadeiro,
De cabra
da peste ousado,
O Nordeste é um celeiro.
Nas
brenhas do meu Nordeste,
Entre a seca e o espinho,
Brota o
cabra destemido,
Porém, jamais um mesquinho.
De suor faz
ele a chuva,
De dor faz novo caminho.
Tem
no rosto o sol queimando,
Mas no peito o céu inteiro,
Não
se curva à tempestade,
Nem ao fardo traiçoeiro.
É
sertanejo valente,
É cabra forte e guerreiro.
Quando
o chão racha de sede
E o gado geme no pasto,
Ele planta a
esperança,
Mesmo se o tempo é nefasto.
Com fé em Nossa
Senhora,
Sabe que o mundo é vasto.
Lá
vai ele na caatinga,
Com a enxada ou o gibão,
Trabalhando
com coragem,
Com firmeza e devoção.
Seu orgulho é o
trabalho,
Sua força, o coração.
Já
lutou contra o flagelo,
Contra o fome e solidão,
Mas nunca
perdeu o riso,
Nem vendeu seu coração.
Porque o cabra
nordestino
Tem gênio de Lampião.
É
vaqueiro, é retirante,
É poeta e cantador,
É profeta de
esperança,
É um ente lutador.
Onde pisa nasce vida,
Mesmo
em meio a muita dor.
No
terreiro da saudade,
Canta o aboio magoado,
Mas da dor faz
poesia,
Do amor faz seu legado.
Pois o seu peito é de
ferro,
E o olhar é abençoado.
Diz
o povo lá do Sul:
— “A vida é dura demais!”
Mas o
cabra da caatinga
Sabe o quanto vale mais.
Porque nas
brenhas e espinhos
Brota o amor, sonhos fatais.
E
se o vento traz a seca,
Ele encara sem temer,
Faz do sonho
um companheiro,
Do silêncio um bem-querer.
E agradece o
que tem,
Mesmo o pouco pra comer.
Por
isso eu bato no peito,
Com respeito e emoção,
Pra dizer
pro mundo inteiro
Com orgulho e gratidão:
Sou nordestino,
sou forte,
Sou filho do meu sertão!
Ofereço este folheto
Com respeito e devoção
Ao meu povo nordestino,
Povo de fé e ação,
Povo muito abençoado
Por Padim Ciço Romão.
Bato no peito e repito
Antes de dizer: Adeus!
Rogando ao Meu Padim Ciço
Refazendo os sonhos meus,
Oro ao Pai Onipotente
Sentindo as bênçãos de Deus!
Parabéns, Barros Alves
ResponderExcluirExcelente poema em homenagem ao dia do nordestino!
Que homenagem linda. Realmente o povo nordestino merece ser declamando em poesia. O Brasil nasceu no nordeste, logo os nordestinos são os verdadeiros pais do povo brasileiro. Parabéns.
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