domingo, 23 de maio de 2010

As portas do inferno não prevalecerão...

Como a sociedade humana, a Igreja Católica Apostólica Romana, santa e pecadora, navega em meio a tempestades e bonanças. A diferença entre o todo e a parte é que "o mundo jaz no maligno", enquanto a Igreja tem origem divina e, quer seus adversários se exaltem e entulhem a mídia mundial de agressões, esfaimados por escândalos, ainda assim a Santa Madre permanecerá de pé, porque "as portas do Inferno jamais prevalecerão contra ela".

Ao depararmos com a investida dos anticristãos e anticlericais contra a Igreja e o Papado, não descuidamos dos erros que não poucos da hierarquia católica romana tem cometido ao longo da história. São homens e mulheres e, portanto, passíveis de erros e pecados. O que causa espécie é o fato do tiroteio ser contra a Igreja e não contra os paladinos da desagregação moral da sociedade, cujos valores cristãos entraram em franca decadência nos últimos duzentos anos - aí está a flagrante paradoxalidade - exatamente como consequência da pregação antirreligosa e anticristã de eminentes personalidades da Filosofia, da Política, das Artes e da própria Igreja.

Aqui é mister lembrar o estrago feito nos valores fundamentais e eternos da Igreja pelo Concílio Vaticano II, cuja abertura para a Teologia da Libertação constituiu um erro crasso, pois a título de abrir-se ao ecumenismo sob o pálio de Roma, o que se viu foi a protestantinização do culto católico e em determinados momentos a comunização da doutrina, do púlpito e da práxis. Muita vez olvidou-se a Palavra do Cristo para assomar a mensagem de Karl Marx. E mais teríamos mergulhado neste inferno temporal se não fora a ação decidida e transcendente do Papa João Paulo II, ele próprio vítima da crueldade de uma ditadura marxista, que articulou com outros líderes do mundo a queda do comunismo. (Cf. "Sua Santidade João Paulo II e a História Oculta do Nosso Tempo", de Carl Bernstein e Marco Politti)

Os fatos de agora, quando vemos prelados católicos sendo denunciados por pedofilia e crimes similares, são o resultado deletério do declínio da civilização ocidental e não da ação histórica da Igreja Católica. Declínio este, repito, pregado e defendido por esses mesmos que acoimam a Igreja de ser a causadora de todos os males. Não se pode dizer, no entanto, que os cristãos católicos não fomos alertados ao longo do tempo, desde mesmo as profecias vetero e neotestamentárias.

Na contemporaneidade, porém, não nos esqueçamos da atuação corajosa do Papa Pio IX, o qual com a edição do "Syllabus" oferece uma pungente denúncia daquilo que constitui as causas do naufrágio de nossa sociedade, cujos males denunciados poderiam ter sido extirpados do mundo se o "urbi et orbi" houvessem se unido à Igreja Católica, no espírito do Concílio Vaticano I, para combater e vencer a revolução e, destarte, promover o renascimento de uma autêntica civilização universal baseada nos valores do Cristianismo. Os documentos emanados do Papado de Pio IX delimitaram com clareza os limites entre a Igreja, "instituição divina, à qual Jesus Cristo tinha confiado a missão de anunciar a Verdade, e aquelas forças revolucionárias, que se faziam portadoras de uma radical negação da lei natural e cristã"(Cf. "Pio IX", de Roberto de Mattei).

Como fenômeno histórico-sociológico, vemos que as coisas caminharam em sentido contrário ao pensamento de Pio IX e ao espírito do Concílio Vaticano I. O "aggiornamento" da Igreja e do mundo proposto pelo Concílio Vaticano II transformou-se num quase desastre para a instituição e para a Cristandade, que só veio a ser freado pela ação intimorata do Papa João Paulo II, com o concurso generoso e sábio do Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Defesa da Fé. Felizmente, sob a inspiração do Espírito Santo, o Colégio Cardinalício, após a morte do papa polonês, elege para o comando da Igreja o mesmo homem que zelou com desvelo pela ortodoxia da doutrina católica. Bento XVI, ao contrário do que propagam seus detratores, seguidores de Belial, colocará a Igreja nos trilhos de onde saiu com os abalos provocados pelo Concílio Vaticano II.

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