sábado, 29 de maio de 2010

Meus livros, meus amores

Há alguns anos mantive uma acirrada polêmico com o falecido Jornalista Geraldo Fontenele. Em artigos no jornal Tribuna do Ceará, onde eu trabalhava e ele colaborava, entramos em liça. O velho jornalista, católico ultramontano, diretor da Rádio Assunção Cearense, naquele tempo propriedade da Arquidiocese de Fortaleza, não engolia as heresias de Leonardo Boff. Eu, jovem então entusiasmado pela Teologia da Libertação e pelo socialismo, não engolia as diatribes diárias de Fontenele. E neste pega-pra-capar a coisa chegou a tal ponto que um dia quase íamos às vias de fato no Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa do Ceará. Não fora a ação dos "deixa-disso" e teríamos nos engalfinhado.

Dessa refrega entre mim e Geraldo Fontenele resultou um livreto que fiz publicar subordinado ao título "Leonardo Boff, um profeta injustiçado". Recebi várias correspondências elogiando o trabalho, principalmente de padres comunistas, claro. Dom Antônio Fragoso (Que Deus o tenha!), então bispo de Crateús, foi um deles.

Que heresia! Se Fontenele fosse vivo eu iria pedir-lhe perdão de joelhos.

Eu estava redondamente equivocado. Reconsiderei minhas posições teológicas. Leonardo Boff continua herético. E sobre o livreto, não diria como FHC: "esqueçam o que escrevi". Mas, se porventura alguém encontrar algum exemplar dele por aí, não perca tempo em lê-lo. E se o fizer não acredite em tudo o que ali está escrito.

Defintivamente, "Leonardo Boff, um profeta injustiçado" não é mais um dos meus amores.

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