segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Patativa e o comunismo


Patativa do Assaré, o mais conhecido poeta popular do Brasil, foi incensado e também explorado pela direita e pela esquerda, mais por esta do que por aquela. A esquerda espoliou-o e se apropriou estelionatariamente da produção poética do velho bardo como se ele fosse um comunista. Na verdade, mercê de sua bondade e ingenuidade política, foi um inocente útil dos manhosos avermelhados. Os quais, aliás, atualmente estão mais para róseos, pois bem rosados de empanturrarem-se com as burras do poder.

A partir deste tópico transcrevo um dos poucos cordéis publicados por Patativa que, a rigor, não era um poeta de cordel nos moldes clássicos desse gênero da literatura popular. O grande rapsodo do povo, o Homero sertanejo, desancou o comunismo. E não se tem notícia de que tenha mudado de idéia ao longo de sua vida, apesar dos agrados circunstanciais que fez aos oportunistas da esquerda cearense e brasileira. Eis as “Glosas Sobre o Comunismo”, uma verdade insofismável que só não permanece intacta por o comunismo soviético escafedeu-se.

Mote:
O comunismo fatal
Não queremos no Brasil


Será muito natural
Nossa pátria entrar em guerra
Se chegar em nossa terra
O comunismo fatal,
Do sertão à capital
Nosso povo varonil
Há de pegar no fuzil
Em defesa da nação,
Que esta cruel sujeição
Não queremos no Brasil.

O Deão como ilegal
Esta tal política apóia,
Mas é o cavalo de Tróia
O comunismo fatal.
Deus nos livre deste mal
Debaixo do céu de anil
O Deão com seu ardil
Espalhou grande reclame
Mas este sistema infame
Não queremos no Brasil.

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