O Brasil conhece Ubiratan Aguiar como o respeitável político que dignificou o povo cearense, representando-o em vários mandatos parlamentares, desde a Câmara Municipal de Fortaleza à Câmara dos Deputados em Brasília, passando pela Assembléia Legislativa do Estado do Ceará. É certo que pelo descortino político, Ubiratan se fez preeminente personalidade da República brasileira, cenário em que, atualmente, exerce do honroso cargo de presidente do Tribunal de Contas da União. Todavia, Ubiratan Aguiar é antes de tudo poeta. E entre as demonstrações do talento para o exercício de expressar a beleza de todas as coisas, a mais recente criatura de Ubiratan chama-se “Sina do Cabra da Peste”, um CD em que aparece em parceria com importantes intérpretes da música popular brasileira, como Fagner, Dominguinhos e Waldonys; e cujas letras foram todas compostas por ele. O título do CD é sintomático e identifica, de logo, as preferências estéticas do compositor, marcadas por um telurismo lírico que nada deve a figuras essenciais do cancioneiro sertanejo entre os quais assoma Humberto Teixeira, o grande parceiro de Luiz Gonzaga. “Sina do Cabra da Peste” é para se ouvir prelibando o cheiro do cangote das morenas do sertão, em devaneios que nos asseguram ser o sertão o chão dos nossos sonhares mais doces e dos nossos amores mais sentidos, apesar de ser também onde as nossas dores se assomam mais intensamente como a nos fustigar para sermos mais poetas. E poetas cantantes como Ubiratan Aguiar.
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