Há alguns anos a Editora Vozes, em parceria com a Sinodal, publicou um livro de grande importância para se entender a formação da Igreja Universal do Reino de Deus. “Teatro, Templo e Mercado” é o nome da obra, escrita pelo teólogo e professor Leonilson Campos da Silveira. A tese, em suma, é a seguinte: a IURD é uma igreja, porque tem um corpo doutrinário. Inclusive contratou um teólogo de larga formação acadêmica para dar a feição eclesiástica que ela apresenta à sociedade. A ação teológica da IURD é paradoxal. Enquanto condena os cultos afros e o catolicismo, inclui em seus rituais manifestações como o descarrego, próprio dos terreiros de macumba; assim como a bênção de água e objetos, semelhantemente ao que ocorre na Igreja Católica. Eis o templo. A IURD é um teatro. Seus pregadores fazem cursos de comunicação e as pregações são ensaiadas. Alguns de seus pregadores são verdadeiros showmen e os meios midiáticos são usados exaustivamente como estratégia de convencimento e conquista de fiéis. O mercado fica por conta das estratégias de marketing e empreendedorismo que tornaram a IURD uma potencial financeira, uma verdadeira multinacional da fé, que rivaliza com qualquer empresa capitalista internacional. Neste ponto, não há diferença entre a IURD e a Igreja Católica ou qualquer outra igreja que se estabeleceu internacionalmente neste tempo de globalização.
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