quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O padre no quenguenbal - II

À indagação do padre no título do artigo, digo que decadente está a Igreja Católica pós-Vaticano II, hoje mais romana do que apostólica, quando permite que um dos seus prelados participe impunemente de uma gafieira como o Fortal, onde rola muito álcool, sexo livre, homossexualismo e drogas; onde jovens mergulham delirantemente na lama dos vícios tão condenados pela Igreja. Que moral tem um padre para fazer pregação evangélica quando se dá ao trabalho não apenas de ir para um quenguenbal desses, mas propangandeá-lo como boa coisa?! Certamente, o Padre Marcos reza pela cartilha do "ver de perto pra contar de certo". Todavia, pelo que ele escreveu no artigo, não está enxergando direito ou simplesmente não quer fazê-lo, uma vez que a Imprensa tem publicado à saciedade a bandalheira que é o Fortal. Na televisão, jovens entrevistados quase não podiam falar de bêbados e bêbadas. Uma calamidade! Além do mais o gosto musical do padre, que, aliás, deve ter faltado às aulas de música do seminário, é muito duvidoso. Não é necessário ser expert no assunto, mas apenas ter um ouvido que não seja penico, para saber que as músicas dessas bandas de axé e de forró que vêm para o Fortal, antes de música apresentam barulho ensurdecedor, enquanto as letras são de baixíssima qualidade estética e muito mais baixa do que puleiro de pato quando se trata de uma apreciação moral. Ainda que argumente – o que não faz claramente no artigo, só insinua – que vai ao Fortal para tentar pregar o Evangelho, de duas uma: ou o padre não tem bom senso, ou está mesmo doido de pedra, porque ainda que o mandamento seja pregar as boas novas a todos, essa mesma Boa Nova ensina que não se deve dar pérolas aos porcos. Aliás, para o padre Marcos vale o ditado: quem se mistura com porcos, farelos come. Em tempo: os maiores patrocinadores do Fortal são as indústrias de bebidas.

2 comentários:

  1. O santo é de barro...
    Nelson Castelo Branco Eulálio Filho
    OPOVO - 08 Ago 2009 - 01h16min

    A jornalista Adísia Sá escreveu o artigo “Silêncio Aterrorizante” (O POVO, 4/8/09) onde sataniza os jovens que frequentam o Fortal e beatifica, a priori, os que frequentam o Halleluya. Ora professora, minha filha Sarah, psicóloga, e seu namorado Alexandre, médico, frequentam o Fortal. São jovens que muito honram as suas respectivas famílias pela justeza de caráter, a incondicional dedicação ao próximo nas suas respectivas profissões, pelo respeito e dedicação aos pais e irmãos, o sorriso claro dos sem culpas, mentes limpas de “pecados” e uma dedicação à vida – dádiva de Deus – que transcende os limites das culpas fabricadas ideologicamente em artigos como o seu. Nem eles nem nenhum outro jovem “do Fortal” merecem ser tratados como a senhora os tratou.
    Com todo respeito, devo dizer à ilustre jornalista que essa “pedagogia do pecado” que um certo catolicismo incorporou de Platão nessa absurda negação do corpo, tem causado mais problemas que benefícios – os terapeutas que o digam. Por que o Halleluya é “dos católicos”? Ora, num país predominantemente católico não há, no Fortal, também jovens católicos? São, por acaso, todos aqueles jovens desprezíveis hereges, pecadores? Não são eles, porventura, tão filhos de Deus como os jovens do Halleluya?
    Concedido que a senhora tenha razão na dualidade Mal/Fortal não estaria a senhora sendo incoerente quando se considera o que diz o próprio Deus pela boca dos Profetas: “Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas”. (Is 45, 6-7); ou ainda, “(...) Sucederá algum mal na cidade, sem que o Senhor o tenha feito?” (Am 3,6).

    Finalmente, quanto aos “bodejos” e “grunhidos” de que a senhora acusa os jovens em geral, me vem à lembrança uma mensagem escrita num muro de Brasília que dizia o seguinte: “A geração que nos critica é a geração que nos criou”. E eu acrescento: E que nos ensina nas universidades – federais e estaduais.
    NELSON CASTELO BRANCO EULÁLIO FILHO
    Mestre em Filosofia Política pela UFC
    nelsoncastelo@uol.com.br

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  2. Prezado pe. Marcos Antonio
    Gostei da sua carta no jornal o Povo, e fiz uma traduçao em italiano, che pode ler neste link's
    http://mondojean.blogspot.com/2009/07/il-fortal-e-decadente.html
    Giancarlo Mostachetti
    Fortaleza (Ceará)

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